“Por que estais olhando para o céu?” (At 1,11).
Olharam o céu, viram aonde Jesus fora, mas não podiam continuar com o nariz voltado para cima.
“Recebereis força para serem as minhas testemunhas em Jerusalém […] e até os extremos da terra”.
Devem caminhar olhando onde põem os pés.
Olhar o céu encheu seus olhos de luz; enxergaram a meta e o caminho (“Eu sou o caminho”). Ninguém mais tira isso de seus olhos. Naquele olhar está concentrado tudo aquilo que vivenciaram com Jesus, seus gestos, suas palavras. Quando Jesus estava com eles, não tinham entendido profundamente quem Ele era, tinham duvidado, interpretado o projeto dele em sentido banal.
Agora não, sabem de onde veio e para onde está voltando, sabem o porquê de Ele ter descido entre os homens. Sua morte e ressurreição são a faixa de luz que revela quem é Deus e quem somos nós. No fundo de tudo, o Amor.
Com isso nos olhos, retomam o caminho, como videntes. Seus olhos iluminados penetram a realidade, alcançam sua raiz. Sabem distinguir o verdadeiro do falso, o amor do egoísmo, o serviço do poder. Aquilo que está de acordo com esse olhar é verdadeiro, bom, bonito. O resto é falso, mau, feio.
Mas não é um olhar frio, cortante. É quente, manso, misericordioso. Querem comunicá-lo a todos (“até os extremos da terra”), para que a vida dos homens e das mulheres seja realizada, não fracassada, para que tenham a alegria.
Parecem pessoas com uma fixação. Sim, “fixadas” em Jesus, sem saber desviar os olhos Dele. E com esses olhos, “feitos” por Ele, olhos Dele, caminham nas estradas do mundo.
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