30 setembro 2020

Tornar-se Jesus no nosso século

      Se quisermos, nós também tínhamos uma “interpretação”, mas no sentido de que um ator, por exemplo, interpreta um trecho escrito por outro sob a direção de um terceiro.

      Cabia a nós o dever de viver o Evangelho hoje, escrito por são Lucas, são Mateus etc., sob a orientação da Santa Madre Igreja, e, aos poucos, tornarmo-nos outros Jesus, no nosso século, no lugar onde Deus nos havia colocado.

      E isso, não só pela graça, que existe em quem não comete pecado mortal, mas por uma reevangelização progressiva de nossa vida.

      Um homem continua analfabeto até os noventa anos por não conhecer as vinte e seis letras do alfabeto e algumas regras gramaticais.

      Um cristão não sabe expressar Jesus se não escuta as Palavras de Deus e as coloca em prática. Era necessário aprender a vivê-las uma a uma.

29 setembro 2020

Diário, 27 de março de 1981

 «Tenho um porta-retrato com a imagem de Jesus Abandonado.
Ontem, olhando para aquele rosto, fiquei impressionada com a dor de Jesus abandonado e com a sua humanidade sofredora. Era o dia da encarnação e, justamente naquele dia, senti Jesus profundamente humano, a ponto de me comover: aqueles olhos voltados para o Céu à procura do Pai, aquele sangue... era tudo tão verossímil! E entendi de maneira nova como Ele realmente nos amou, me amou. Parecia-me impossível que fosse Deus, assim tão sofredor e perfeitamente homem, e entendi a kenosi, o duplo aniquilamento, se assim se pode dizer, da encarnação e do abandono.
Decidi colocar esta imagem de Jesus em todos os Focolares, para que os focolarinos, vendo-a, possam repetir todos os dias: "Porque és abandonado."
Hoje, repetir o dia inteiro: "Porque és abandonado." Repetir estas palavras abraçando sempre, logo, com alegria as cruzes que chegam, desapegando-me das coisas que a vontade de Deus de beneplácito exigem, por exemplo, diante das mortificações da Quaresma, do encontro com pessoas que mais se assemelham a Ele, dos problemas (Ele pergunta: "Por quê?"), das dúvidas, do "perder" a minha vontade no presente».


28 setembro 2020

A fé no amor de Deus

 «(…) a nossa espiritualidade é totalmente baseada num ponto que praticamente lhe deu origem: a fé no amor de Deus! Sermos conscientes de que não estamos sós, não somos órfãos, porque acima de nós existe um Pai que nos ama.

Uma das aplicações desta fé acontece quando temos alguma preocupação ou quando estamos apreensivos por algum motivo. Às vezes é o medo do futuro, são as preocupações com a saúde, os alarmes por possíveis perigos, a apreensão pelos nossos parentes ou pelo trabalho, a incerteza quanto a atitudes a tomar, o sobressalto diante de notícias negativas, os temores de toda espécie…

Pois bem, nestes momentos de suspensão, Deus quer que acreditemos no seu amor e pede a nós um ato de confiança. Se somos realmente cristãos, Ele deseja que tiremos proveito destas circunstâncias dolorosas para demonstrar-lhe que acreditamos no seu amor. Isto significa acreditar que Ele é nosso Pai e cuida de nós; significa, portanto, lançar nas suas mãos todas as nossas preocupações; descarregá-las sobre ele.

A Escritura diz: “Lançai sobre Ele toda a vossa preocupação, porque é Ele que cuida de vós” (1 Pd 5,7). (…) O fato é que Deus é Pai e deseja a felicidade de seus filhos. Por este motivo Ele mesmo assume sobre si todos os seus pesos. Além disso, Deus é Amor e quer que os seus filhos sejam amor.

Ora, todas estas preocupações, ansiedades, temores bloqueiam a nossa alma, fecham-na sobre si mesma e impedem que ela se abra a Deus, fazendo sua vontade, e se abra para o próximo, “fazendo-se um” com ele para amá-lo como convém. (...) "

27 setembro 2020

A Desolada

CHIARA LUBICH: «(...) Maria, na sua desolação que a reveste de todas as virtudes, ensina-nos a cobrir-nos de humildade e paciência, de prudência e de perseverança, de simplicidade e de silêncio, para que na nossa própria noite, do humano que existe em nós, brilhe no mundo a luz de Deus que habita em nós.

Maria das dores é a Santa por excelência, um monumento de santidade, que todos os homens que existem e existirão podem contemplar, para aprender a se revestir da mortificação ensinada há séculos pela Igreja e que os santos, com notas diversas, ecoaram em todos os tempos. (...)

A Desolada é a Santa por excelência.

Quisera revivê-la na sua mortificação.

Quisera saber ficar sozinha com Deus como Maria ficou, no sentido de que, mesmo entre irmãos, sinta-me impelida a fazer de toda a vida um diálogo íntimo entre a alma e Deus.

Devo mortificar palavras, pensamentos e atos que estejam fora do momento de Deus, para engastá-los no instante a eles reservado.

A Desolada é certeza de santidade, fonte perene de união com Deus, vaso transbordante de alegria. A Desolada!

Este é o meu “heureca!” Sim, encontrei. Encontrei o caminho».


26 setembro 2020

Um exercício útil

 A presença de Jesus, o Ressuscitado, entre duas ou mais pessoas reunidas em seu nome, é um dos pontos fundamentais da espiritualidade do Movimento dos Focolares. De fato, o Movimento se sente chamado a “gerar” essa presença em todos os âmbitos da existência humana. Mas, e se estivermos sozinhos? Chiara Lubich propõe um exercício espiritual.

Hoje, no mundo em que vivemos, encontramos com frequência pessoas que são honestas e boas, e que, no entanto, não sentem a necessidade de crer em Deus. Entre elas, há quem gostaria de ter fé, mas estando imersa num mundo que deveria ser cristão e muitas vezes não é, não encontra forças para se deixar envolver e espera, considerando-se um daqueles que se dizem “em busca”. […] Espera, talvez até inconscientemente, encontrar-se um dia com Jesus.

É aqui […] que se constata a extrema atualidade, oportunidade e urgência da nossa espiritualidade e (do ponto que, abreviado, definimos: «Jesus no meio»). […]

Ele atesta, demonstra que não é uma realidade somente do passado, porque é Aquele que – mantendo a sua promessa: «Eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos» – está presente, vivo, luminoso, cheio de amor, também hoje, entre os irmãos. Trazer Ele no nosso meio é o nosso grande dever. Podemos fazer isso atuando os seus mandamentos, que se resumem no Mandamento novo, vivido segundo o exemplo de Jesus Abandonado.

Ele disse, porém, que viver os seus mandamentos é como carregar um fardo leve e suave. […] Será que pode ser sempre dessa forma? Geralmente sim, porém é necessário que haja duas ou mais pessoas unidas no Seu nome.

Mas, e se estivermos sozinhos? Ou não formos compreendidos pelos outros, no amor?

Nós sabemos que, abraçando Jesus Abandonado, podemos permanecer de pé, em paz e até felizes, nesses momentos. Podemos trabalhar, rezar, estudar e viver com a plenitude no coração.

Porém podem existir momentos nos quais pareça difícil definir “leve e suave” o fardo do Senhor. De fato, há períodos nos quais a saúde vem a faltar, influindo também na nossa alma, levando-nos a nos fecharmos em nós mesmos, tornando-nos quase incapazes de nos relacionarmos com os irmãos. […] Podem ser mortes inesperadas, acidentes imprevistos, que nos deixam estarrecidos e parece-nos difícil que os outros possam nos entender. Ou a manifestação de uma doença que pode ser mortal, ou…ou…

São situações dolorosas, que Deus permite para burilar na nossa alma com aquele meio seguro do qual não se pode prescindir no cristianismo, e que o próprio Jesus experimentou: a cruz.

Como comportar-nos nessas circunstâncias?

Procurando nos alegrar, pelo menos com a vontade, por sermos, de certa forma, como Jesus abandonado, lançando todas as preocupações no coração do Pai, permanecendo numa oferta contínua, ajudados pela graça do momento presente, que não faltará até que Deus invada novamente de serenidade a nossa alma provada.

Devemos lembrar, porém, que precisamos amar sempre os irmãos, logicamente na medida do possível, abrindo-nos com eles, pelo menos de um modo geral. Dizer, por exemplo, «estou passando por uma provação»; dizê-lo por amor, para não deixar de fazer uma comunhão. Além do mais, o fato de comunicar é sempre o melhor “tonificante”, em qualquer situação.

Assim, Jesus entre nós […] nos levará à tona também nesses momentos, e nos demostrará que sempre, seja como for, o seu fardo pode ser leve e suave.

25 setembro 2020

Os 12 pontos da Espiritualidade

 A espiritualidade expressa por Chiara Lubich foi definida como “coletiva”, ou melhor, “comunitária”, em vista da unidade, do “que todos sejam um” (Jo 17,21). Ela se articula em doze pontos fundamentais, ligados um ao outro:

  1. Deus Amor
  2. A Vontade de Deus
  3. A Palavra
  4. O irmão
  5. O amor recíproco
  6. Jesus Eucaristia
  7. A Unidade
  8. Jesus abandonado
  9. Maria
  10. A Igreja
  11. O Espírito Santo
  12. Jesus no meio

24 setembro 2020

CHIARA LUBICH, PROFESSORA DO ENSINO FUNDAMENTAL DE PRIMEIRA GRANDEZA


«As aulas de Chiara na escola consistia, antes de mais nada, em amar seus alunos e, por amor, fazer-se igual a eles. Igual não para brincar, mas para a identificação de almas. E por isso na sala de aula, nas pobres salas daquela escola, ela sentava-se perto de um, perto de outro aluno ou aluna que acabam por achar que ela era ainda uma aluna como eles mesmos. E a esses ela dava Jesus; e dava a vida, porque “fazia-se um” com eles, era espontâneo sentar-se próximo a eles. Assim, os ensinava o “fazer-se um”, escolhia para cada semana, de acordo com todos, uma frase do Evangelho para se viver naquele período. Falando a cada dia, sobre suas experiências, das suas faltas, uma verdadeira “comunhão de almas” com aquelas crianças, considerando cada palavra delas e lembrando-os que Jesus perdoa sempre. Não os forçava na formação religiosa: amava e desejava sempre a liberdade e a escolha livre daqueles alunos. Assim, Deus não era imposto a eles, mas o amor a Ele nascia dos seus próprios jovens corações. Por isso, suas aulas eram sempre cheias de novidades e atraentes. (...) Suas aulas eram tão atraentes que os alunos do terceiro ano do ensino fundamental queria ir assistir aula no primeiro ano com a professora Silvia Lubich, argumentando eles que retrocedendo poderiam ir avante. (...) Aquele jogo da vida, no qual eles aprendiam de Chiara a lei e a amar, a desenvolver em si os sentidos da ciência e da sabedoria. »

(Trecho extraído dos escritos de Igino Giornani – Foco, Revista Nuova Umanità ∕ tradução e adaptação: F. Medeiros)"

23 setembro 2020

A Eucaristia é fraternidade

A Eucaristia produz a comunhão entre os irmãos. Isto é esplêndido. E, se fosse levada a sério pela humanidade, verificar-se-iam conseqüências paradisíacas, inimagináveis. Porque, se a Eucaristia faz que sejamos um entre nós, é conseqüência lógica que cada um trate os outros como irmãos. 

A Eucaristia compõe a família dos filhos de Deus, irmãos de Jesus e entre si. Na própria família natural existem regras que, elevadas a um plano sobrenatural e aplicadas em vasta escala, transformariam o mundo. 

Na família põe-se tudo em comum. 

Os membros de uma família saem para o mundo levando o calor do lar e podem fazer o bem à sociedade se forem íntegros, se sua família for sadia. Uma família é feliz quando se reúne ao redor da mesa, ou canta, ou reza unida. 

Se a família é uma das mais belas obras do Criador, o que será a família dos filhos de Deus? 

No Oriente, era muito apreciado o valor do banquete. Jesus quer ao seu redor não só os seus amigos mais íntimos, mas, unindo mediante a Eucaristia os cristãos a Ele e entre si num único corpo, que é o seu, dá vida à Igreja na sua essência mais profunda: Corpo de Cristo, fraternidade, unidade, vida, comunhão com Deus. 

Quando Jesus instituiu a Eucaristia? Na Última Ceia. Antes, porém, de instituir a Eucaristia, Jesus deu o seu Mandamento Novo: “Como eu vos amei, amai-vos também uns aos outros” (Jo 13,34). Portanto, é preciso fazer com que o amor mútuo preceda a Eucaristia; caso contrário, embora o efeito da Eucaristia exista, nós não o experimentamos, não sentimos o impulso de nos amarmos, de sermos uma só coisa, de tratarmos o outro como a nós mesmos. 

Caridade antes e caridade depois, como efeito da Eucaristia. Caridade antes, porque Jesus falou do Mandamento Novo antes. Logo, não basta a Eucaristia para tornar-nos um corpo; nós o somos, mas não o experimentamos nem damos ao mundo a ideia do que é um corpo, um povo novo, não damos a ideia da unidade — ficamos escondidos, como fogo debaixo das cinzas. 

Então, é preciso atuar primeiramente o amor mútuo.


22 setembro 2020

A quem tem será dado

 Transcrevemos um trecho desse discurso, numa tradução do dialeto trentino, em que Chiara se expressou.

Grottaferrata, 1º de junho de 1958

[Uma] coisa que experimentamos em nosso Ideal, mas que queremos potencializar ao infinito, é o irmão.

Nós mesmos experimentamos – e quinze anos o testemunham – que estamos passando da morte para a vida, dia após dia, porque amamos o nosso irmão. E quantos irmãos passam ao nosso lado!

Giordani é quem diz que é como um sacramento, de certo modo, que nos coloca em contato com Deus. Li em um livro de uma alma santa que diz: “Justamente quando você se põe em contato com o irmão, coloca-se em contato direto com Deus”, porque, no irmão, você encontra um membro do Corpo Místico. E, então, passa-se “da morte para a vida”.

Também aqui, cada irmão que passa ao nosso lado, cada…, mas qualquer próximo que vemos perto de nós, não devemos vê-lo tanto como alguém que beneficiaremos, mas devemos vê-lo como alguém do qual seremos beneficiados; porque – pondo-nos em contato com o Amor, “a quem tem será dado” – nós nos enriqueceremos com muitas coisas por meio daquele irmão.

21 setembro 2020

O amor é um só

De uma carta a Lilliana, irmã de Chiara

Lilliana era noiva de Paolo Berlanda, casando-se mais tarde com ele. A unicidade do amor a que Chiara se refere é bem surpreendente, sobretudo por se tratar do amor ao próprio noivo.

30 de janeiro de 1944

Ouça, Lilliana, o grito do meu coração: “Não divida seu coração na terra, não divida o seu Amor!” O Amor é um só, Lillianazinha minha, um só: o Amor por Deus. Mas não me entenda mal: ouça. Há um Ideal na vida que supera todos. Resume-se em três palavras: Amar, fazer amar, reparar! É o meu. Deve ser o seu, se quiser vir comigo! Amar a quem? A Deus. Ele mora no coração de todas as criaturas. Mas, por ser essa a Vontade Dele, você deve vê-lo especialmente em um coração: no coração de Paolo! Lilliana minha: você deve amar Paolo mais do que o ama. […]

Para você, o amor a Deus se manifeste assim: amando Paolo o mais que puder; por ele, renegue o seu egoísmo, a sua vontade de ficar trancada em si mesma, as suas comodidades, todos os seus defeitos. Por ele, aumente a sua paciência, aperfeiçoe as suas capacidades de mãezinha, saiba calar quando alguém errar! […]

Oh! Lillianazinha! Guarde essas palavras, leia-as muitas vezes, até achar que as entendeu totalmente. Oh! Se você as entendesse! Imensamente feliz ficaria meu coração, que a segue com apreensão por temer que você sofra ao pensar que seu amor fique dividido! Não! Não! O Amor é um só! Para você é amar a Deus no Paolo seu. Torne-se digna dele, como se você tivesse de se tornar digna de Deus! 

20 setembro 2020

A falsa prudência

O que estraga certas almas é uma falsa “prudência” — como é chamada. É uma prudência humana, que vem à tona toda vez que o divino aflora. Parece uma virtude, mas é mais antipática do que o vício. Não quer incomodar ninguém. Deixa os ricos irem para o inferno (“já tendes a vossa consolação”) (Lc 6,24) porque não os esclarece. Sabe-se lá o que poderia acontecer! Deixa que na família, ao lado, se espanquem ou até se matem, porque poderiam dizer que se está intrometendo na vida alheia, ou que se poderia acabar como testemunha no tribunal. E são só aborrecimentos! Aconselha moderação aos santos porque poderia acontecer alguma coisa com eles.

Esta prudência, como uma mordaça, isola e se isola, porque nasce do medo.

Sobretudo, implica com Deus, porque se Ele interferisse demais no mundo, através de seus filhos fiéis, poderia provocar uma revolução, e aqueles filhos, tanto quanto Cristo, poderiam perder a vida, odiados como Ele pelo mundo.

É uma falsa virtude, que creio seja alimentada ou apoiada pelo demônio, que muito pode operar em semelhante clima.

Houve alguém que jamais a teve: Jesus Cristo. Quando saiu para pregar, queriam matá-lo já na primeira fala. “Ele porém, passando pelo meio deles, prosseguia seu caminho” (Lc 4,30).

Olhando a sua vida com os olhos desses prudentes, dir-se-ia toda ela uma imprudência. Não só! Se esses prudentes fossem lógicos em seu raciocínio, chegariam a concluir que a morte, a cruz, foi Ele mesmo quem procurou… com sua imprudência.

Creio não haver palavra de Jesus que não esbarre nesta gente. É porque Deus e o mundo estão em antítese perfeita, e só aqueles que sabem desvencilhar-se do mundo, para seguir as pegadas de Cristo, podem dar alguma esperança à humanidade.

19 setembro 2020

As virgens prudentes e as virgens insensatas

As virgens prudentes e as virgens insensatas.

O azeite é o amor.

Quem tem o amor é virgem. Por isso, olhando as coisas pelo lado divino, é mais virgem Madalena do que muitas virgens orgulhosas da própria virgindade ou, ao menos, que não amam.

E Jesus não pode conhecê-las, porque o Amor só conhece o Amor. O Esposo reconhece a esposa naquela que traz o seu sobrenome, alguma coisa de si, como que Ele mesmo nela transferido, una com Ele.

Ora, Deus é propriamente a Caridade. Nada é mais seu do que ela, que Dele é essência.

18 setembro 2020

Qualquer de vós, que não renunciar

“Qualquer de vós, que não renunciar a tudo o que possui, não pode ser meu discípulo” (Lc 14,33).

“Qualquer”. Portanto, as palavras de Jesus são dirigidas a todos os cristãos.

“Tudo”. É o que pede a todos, para serem cristãos. Não podemos ser apegados nem mesmo à nossa alma (que é uma de nossas posses), mas devemos desapegar-nos de tudo.

E aqui Jesus Abandonado é Mestre universal.

17 setembro 2020

Há quem faça as coisas por amor

Há quem faça as coisas “por amor”. Há quem faça as coisas procurando “ser o Amor”. Quem faz as coisas “por amor”, pode fazê-las bem; mas pensando, por exemplo, em prestar um grande serviço a um irmão, digamos doente, pode aborrecê-lo com seu falatório, com seus conselhos, com suas ajudas, com uma caridade pouco sensata e pesada.

Ele terá um mérito, mas o outro, um peso. Tudo isso porque é preciso “ser o Amor”.

O nosso destino é como o dos astros: se giram, existem, se não giram, inexistem. Nós existimos — entendendo-se que vive em nós não a nossa vida, mas a de Deus — se não cessamos um instante de amar.

O amor nos abriga em Deus, e Deus é o Amor.

Mas o Amor, que é Deus, é luz, e com a luz vemos se o modo como nos aproximamos e servimos o irmão está em conformidade com o Coração de Deus, está como o irmão gostaria, como ele sonharia se tivesse a seu lado não nós, mas Jesus.

16 setembro 2020

Se estamos unidos, Jesus está entre nós

Se estamos unidos, Jesus está entre nós. E isso vale! Vale mais do que qualquer outro tesouro que nosso coração possa ter: mais do que a mãe, o pai, os irmãos, os filhos.

Vale mais do que a casa, o trabalho, os bens; mais do que as obras de arte de uma grande cidade como Roma; mais do que os nossos afazeres, mais do que a natureza que nos circunda, com as flores e os campos, o mar e as estrelas; vale mais do que a nossa própria alma.

Foi Ele que, inspirando os seus santos com suas verdades eternas, marcou época em cada época.

Essa é também a sua hora: não a de um santo, mas Dele, Dele entre nós, Dele vivendo em nós, que edificamos, em unidade de amor, o seu Corpo Místico.

Mas, é preciso dilatar o Cristo, fazê-lo crescer em outros membros; tornarmo-nos, como Ele, portadores de Fogo. Fazer de todos um e em todos o Um!

Vivamos, então, na caridade, a vida que Ele nos dá momento por momento.

É mandamento fundamental o amor fraterno. Por isso, tem valor tudo o que é expressão de sincera e fraterna caridade. Nada do que fazemos tem valor, se nisso não há sentimento de amor pelos irmãos; pois Deus é Pai e tem no coração, sempre e unicamente, os filhos.

15 setembro 2020

As palavras de um pai

As palavras de um pai são sempre valiosas, pois é preciso acreditar em quem fala com amor. Mas, se um pai dita as últimas palavras antes de deixar a terra, elas ficam gravadas na alma dos filhos, e valem por todas as outras juntas: são o testamento.

O amor paterno é nada diante do amor de um Deus.

Também Jesus, o Deus humanado, falou. Também Ele deixou um testamento: “Que sejam um… que todos sejam um” (Jo 17,11.21).

Quem orienta a própria vida para a unidade, centrou o coração de Deus.

No mundo, somos todos irmãos, mas cada um passa pelo outro ignorando-o. E isso acontece mesmo entre cristãos batizados.

A Comunhão dos Santos existe, o Corpo Místico existe. Mas, esse Corpo é como uma rede de galerias escuras.

A energia para iluminá-las existe; em muitos é a vida da graça. Mas Jesus não queria só isto quando se dirigiu ao Pai, invocando. Queria um Céu na terra: a unidade de todos com Deus e entre si, isto é, a rede de galerias iluminada; a presença de Jesus em cada relação com os outros, além da sua presença na alma de cada um.
Este é o seu testamento, o desejo mais precioso de Deus que por nós deu a vida.

14 setembro 2020

No amor, o que vale é amar

No amor, o que vale é amar. Assim é nesta terra. O amor — falo do amor sobrenatural, que não exclui o natural — é uma coisa muito simples e muito complexa. Exige a tua parte e conta com a parte do outro.

Se tentares viver de amor, verás que, nesta terra, convém que faças a tua parte. A outra, nunca sabes se virá, nem é necessário que venha.

Às vezes, ficarás decepcionado, porém jamais perderás a coragem, se te convenceres de que, no amor, o que vale é amar.

E amar a Jesus no irmão, a Jesus que sempre a ti retorna, talvez por outros caminhos.

Ele deixa a tua alma como aço contra as intempéries do mundo, e a liquefaz no amor por todos os que te rodeiam, contanto que tenhas presente que, no amor, o que vale é amar.

13 setembro 2020

Vigiai

“Vigiai…” (cf. Lc 12,35). O Evangelho fala em vigiar com os rins cingidos e a lâmpada acesa, e promete ao servo vigilante que o Senhor se cingirá e o servirá, quando chegar. Só o amor vigia. É próprio do amor vigiar. Quando se ama uma pessoa, o coração vigia sempre esperando-a, e cada minuto sem ela passa em sua função, e se transcorre vigiando. Jesus quer o amor; por isso pede vigilância.

Vigia também quem tem medo. De fato, Jesus fala em ladrões…

Vigia-se porque se teme e se teme porque se ama alguém que não se quer perder.

Jesus pede o amor mas, como Ele também ama, suscita até mesmo temor para salvar. Faz como a mãe que promete aos filhos o prêmio ou o castigo, conforme se comportem.

Jesus não pede somente o puro amor que dá sem pensar na recompensa.

Para nos ver salvos, chega a mostrar-nos também a recompensa e o castigo.

12 setembro 2020

Eli, Eli, lemá sabactáni

“Eli, Eli, lemá sabactáni” (Mt 27,46). Foi a frase que Jesus gritou em seu abandono, na língua falada por Nossa Senhora.

Quanto nos diz aquele teu grito, soltado na língua de tua Mãe!… Quando a dor atinge aquele limite em que toda a vida permanece suspensa… então, se resta um fio de voz, chama-se a mãe, porque a mãe é o amor.

Tu, porém, como Filho de Deus, o amor o possuías em Deus, e Deus chamaste. E, como homem, o amor o possuías também em tua Mãe celeste. Na impossibilidade de invocar os dois, chamaste o Pai com a fala da Mãe.

Quão belo és naquela dor infinita, Jesus Abandonado!

11 setembro 2020

O frio

O frio gela; mas, quando excessivo, queima e corta. O vinho fortifica; mas, quando demasiado, debilita as forças. O movimento é o que é; mas quando vertiginoso, parece estático.

O Espírito de Deus vivifica; mas quando é muito… inebria. Jesus é o Amor porque é Deus; mas o grande amor por nós levou-o a clamar “Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste?…” (Mt 27,46), quando Ele se mostra apenas homem.

10 setembro 2020

Seria de enlouquecer

Seria de enlouquecer se não fixássemos os olhos em ti, que transmudas, como por encanto, toda amargura em doçura; em ti, suspenso na cruz, no teu grito, na mais alta suspensão, na inatividade absoluta, na morte viva, quando, tornando-te frio, lançaste todo o teu fogo sobre a terra e, tornando-te estase infinita, lançaste sobre nós tua vida infinita, aquela que agora vivemos, inebriados.

Basta-nos que nos vejamos semelhantes a ti, ao menos um pouco, e que unamos nossa dor à tua e a ofereçamos ao Pai.

Para que tivéssemos a Luz, veio-te a faltar a vista.

Para que tivéssemos a união, sentiste a separação do Pai.

Para que possuíssemos a Sabedoria, fizeste-te “ignorância”.

Para que nos revestíssemos da inocência, fizeste-te “pecado”.

Para que Deus estivesse em nós, sentiste-o longe de ti.

09 setembro 2020

Não passa

“É mais fácil um camelo entrar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus” (Mt 19,24). O rico que não procede como Jesus quer põe em jogo a eternidade. Mas, somos todos ricos enquanto Jesus não viver em nós em toda a sua plenitude.

Até o mendigo que carrega na mochila um naco de pão e pragueja se alguém tocar nela não é menos rico do que os outros. O seu coração está apegado a alguma coisa que não é Deus e se não se fizer pobre, pobre segundo o Evangelho, não passará no Reino dos Céus. O caminho lá para cima é estreito, e por ele só passa o nada.

Há quem seja rico de ciência, e essa empáfia impede que ele passe para o Reino e que o Reino passe para ele; por isso, o Espírito da Sabedoria de Deus não tem lugar em sua alma.

Há quem seja rico de presunção, de vanglória, de afetos humanos e, enquanto não larga tudo, não é conforme Deus. Tudo se deve extirpar do coração, para nele se colocar Deus e a Criação segundo a ordem de Deus.

Há quem seja rico de preocupações e não sabe pô-las no Coração de Deus, vivendo atormentado. Não tem a alegria, a paz, a caridade, que são do Reino dos Céus.

08 setembro 2020

De uma resposta às voluntárias e às gen, em seus respectivos congressos internacionais

Castel Gandolfo, 19 de janeiro de 1988

Muitas de nós provêm de uma espiritualidade individual: querem rezar mais etc. O que nos aconselha para dar o salto na “espiritualidade coletiva”?

Será que essa pessoa […] entendeu, captou, que crer em Deus Amor significa lançar-se a amar os outros, convictos de que, amando os outros, a união com Deus dentro de nós se aprofunda, sendo isso, portanto, a verdadeira oração? […]

Nestes dias, e já faz algum tempo, estou lendo santa Catarina de Sena. E ela fala de três tipos de oração: a oração de pedido, e diz que tudo bem, é preciso pedir porque Jesus disse: “Pedi e vos será dado”. Depois diz que existe a oração vocal: por exemplo, aqueles que recitam o ofício, nós que rezamos o terço, as orações da manhã e as orações da noite. […] Mas todas essas orações têm a finalidade de atingir a oração que ela chama de mental, ou seja, a que provém do coração.

Gostaria de assegurar a essa pessoa que, se ela for direto pela estrada do Ideal – que significa: para amar a Deus, [é preciso] amar o próximo, morrer por ele – ela chegará à oração mental, ou seja, a essa união com Deus sentida, de modo que não rezará somente àquela horinha em que quer ir ao santuário fazer talvez uma oração especial, mas rezará o dia inteiro. […]
De qualquer modo, gostaria de dizer a essa pessoa: vá em frente, lance-se, ame o irmão, faça-se um com ele, com todos, ame a cruz, ame Jesus Abandonado, siga em frente. Você vai encontrar em seu coração tal abundância de união com Deus que lhe bastará. Porque mais do que isso não é possível, se já acontece ao longo da jornada, noite e dia.

07 setembro 2020

Como viver o período da escuridão interior?

Esperamos que não haja mesmo essa escuridão interior, porque é dolorosa; mas, de qualquer modo, muitas vezes acontece que, depois de termos vivido o Ideal com entusiasmo, de termos tido luz a respeito de tudo etc., surja também certa escuridão interior. […] E então, talvez venham a faltar as graças que o Senhor nos havia dado antes. Por isso a pessoa cai na escuridão, na escuridão interior. Pois é, nesse caso, só resta abraçar Jesus Abandonado toda vez que você o sentir e lançar-se fora de si mesmo para amar. E procurar todas as ocasiões para poder amar. […]

Mediante a caridade, o homem perde-se a si mesmo porque “vive os outros” e, com isso, realiza-se a si mesmo, porque se realiza como amor. É preciso realizar-se como amor, inclusive no momento da escuridão. Mergulhar fundo no coração e dizer a Jesus: “Mas, isso és Tu, isso és Tu abandonado; consagrei-me a ti, doei-me a ti; aliás, disse que dava preferência a ti. Agora, é difícil colocar em prática esse fato, mas quero fazer a minha parte; abraço essa dor, lanço-me a amar”.

Essa é a ajuda que podemos dar. Depois, é necessário também rezar, pois são períodos nos quais o Senhor nos coloca para nos purificar, [e pedir a Deus que] nos tire dessa provação.

06 setembro 2020

Vocês trabalham por um mundo unido

 De uma mensagem aos Jovens por um Mundo Unido

26 de abril de 1998

Caríssimos jovens

Vocês almejam, vocês trabalham por um mundo unido.

E o que fazem? Atividades que podem até parecer pequenas e desproporcionais, embora sejam significativas na intenção, diante do objetivo a que se propuseram. Talvez, quando estiverem mais adiantados na idade, alguns de vocês também trabalharão diretamente nas diversas organizações orientadas ao mundo unido.

Mas penso que – embora tudo isso seja utilíssimo – não será uma ou outra coisa que fizerem que contribuirá, de modo decisivo, para tanto.

Será muito mais oferecer ao mundo, nesse processo rumo à unidade que o envolve, uma alma. E essa alma é o amor. Vocês devem desencadear à sua volta a revolução do amor, em todos os países onde vivem.

Hoje não basta mais praticar beneficência ou assistência, embora, por meio dela, se dê por amor. Hoje é preciso “ser o amor”, e isso quer dizer sentir com o outro, “viver o outro”, os outros, e ter em mira a unidade, conforme a nossa espiritualidade de fogo, já acesa aqui e acolá em todo o Planeta, inclusive com a atuação de vocês.

É o que afirmava ainda João Paulo II, no Genfest de 1990: “Tenham consciência” – e o repito – “de que a estrada para um mundo unido […] está fundamentada na construção de relacionamentos solidários, e a solidariedade finca a sua raiz na caridade” (no amor).

Portanto, construir relacionamentos de unidade que fincam suas raízes no amor.

05 setembro 2020

"Amarás o teu próximo como a ti mesmo” [Lv 19,18].

 É um esforço contínuo, porque a nossa natureza ama a si mesma.

Muitas vezes, o noticiário transmite desgraças, terremotos, ciclones que fazem vítimas, feridos, sem teto. Mas, uma coisa é ser um deles, e outra é sermos nós.

E mesmo que a Providência nos ofereça alguma coisa para corrermos em socorro deles, nunca somos nós os prejudicados.

Amanhã pode acontecer o contrário: eu num leito (se me for dado um leito!) de morte e os outros fora, tomando banho de sol, gozando a vida como podem.

Tudo o que Cristo nos ordenou supera a natureza.

Mas também a dádiva que Ele nos fez e que mencionou à samaritana [cf. Jo 4,6-12] é de natureza não humana. De modo que a ligação com a dor do irmão, com a alegria e com as preocupações do outro, é possível porque temos em nós a caridade, que é de natureza divina.

Com esse amor, ou seja, o amor cristão, o irmão pode ser realmente confortado e, no amanhã, eu ser confortado por ele.

Desse modo, é possível viver, pois, do contrário, a vida humana seria bastante dura, difícil; aliás, às vezes pareceria impossível.

04 setembro 2020

Como viver o período da escuridão interior?

Esperamos que não haja mesmo essa escuridão interior, porque é dolorosa; mas, de qualquer modo, muitas vezes acontece que, depois de termos vivido o Ideal com entusiasmo, de termos tido luz a respeito de tudo etc., surja também certa escuridão interior. […] E então, talvez venham a faltar as graças que o Senhor nos havia dado antes. Por isso a pessoa cai na escuridão, na escuridão interior. Pois é, nesse caso, só resta abraçar Jesus Abandonado toda vez que você o sentir e lançar-se fora de si mesmo para amar. E procurar todas as ocasiões para poder amar. […]

Mediante a caridade, o homem perde-se a si mesmo porque “vive os outros” e, com isso, realiza-se a si mesmo, porque se realiza como amor. É preciso realizar-se como amor, inclusive no momento da escuridão. Mergulhar fundo no coração e dizer a Jesus: “Mas, isso és Tu, isso és Tu abandonado; consagrei-me a ti, doei-me a ti; aliás, disse que dava preferência a ti. Agora, é difícil colocar em prática esse fato, mas quero fazer a minha parte; abraço essa dor, lanço-me a amar”.

Essa é a ajuda que podemos dar. Depois, é necessário também rezar, pois são períodos nos quais o Senhor nos coloca para nos purificar, [e pedir a Deus que] nos tire dessa provação.

03 setembro 2020

O que fazer quando o amor veio a faltar?

 De uma conferência telefônica

Rocca di Papa, 19 de novembro de 1981

Todas as vezes que constatarmos que erramos em alguma coisa, procuremos fazer uma penitência para reparar o bem que não foi feito. Por exemplo: tivemos algum atrito com o próximo? Nós o importunamos ou o julgamos mal? Procuremos remediar o erro, redobrando a delicadeza, falando bem dele, defendendo-o se necessário, esquecendo completamente as eventuais injustiças sofridas, como se nada tivesse realmente acontecido.

02 setembro 2020

Santo Agostinho, mestre da caridade

CHIARA: «(…) nós somos chamados a dar ao mundo um testemunho de caridade perfeita, caridade que é amor para com Deus e que encontra a sua realização concreta no amor para com o próximo. (...)
Santo Agostinho, mestre da caridade, esclarece: "Se todos fizessem o sinal da cruz, se dissessem ‘Amém’ e cantassem todos o Aleluia; se todos recebessem o batismo e entrassem nas igrejas, se mandassem erguer as paredes das basílicas, permaneceria ainda o fato de que só a caridade distingue os filhos de Deus dos filhos de Satanás.
Aqueles que possuem a caridade nasceram de Deus, aqueles que não a possuem não nasceram de Deus. Eis o grande critério de discernimento. Se tu tivesses tudo, mas te faltasse essa única coisa, de nada te serviria o que tens. Se não tens outras coisas, mas possuis essa, cumpriste a lei…" (...).
Caros amigos, vocês ouviram como a caridade é, para nós, cristãos, a única coisa que vale, como disse Agostinho; (...).
Quais as conclusões que devemos tirar disto tudo?
Quando sentimos que no decorrer do nosso dia, nosso coração valoriza particularidades como querer causar uma boa impressão, salvar a própria imagem, um afeto, um apego, julgamentos, pensamentos, sentimentos, pessoas, ou até a nós próprios, acostumemo-nos a descartar, a eliminar tudo, dizendo no nosso íntimo: "Isto não serve, aquilo também não importa...", para não nos deixar preencher de vaidade.
Quando, ao contrário, tivermos a ocasião de colocar em prática a caridade, digamos em nosso íntimo: "Isto tem valor, isto importa, isto permanece"».

(Chiara Lubich, Rocca di Papa, Itália, 20 de dezembro de 1984)

01 setembro 2020

Fraternidade universal

Acima de todas as coisas, a alma deve sempre dirigir o olhar para o único Pai de tantos filhos. Depois, ver todas as criaturas como filhas do único Pai.

Com o pensamento e com o afeto do coração, ultrapassar sempre todos os limites interpostos pela vida simplesmente humana e tender, constantemente e por hábito adquirido, à fraternidade universal num único Pai: Deus.

Jesus, nosso modelo, ensinou-nos apenas duas coisas que são uma só: sermos filhos de um único Pai e sermos irmãos uns dos outros.