30 novembro 2019

A “Regra de Ouro”

Outra característica do amor — conhecida, reproduzida em todos os livros sagrados e que, se vivida, bastaria ela sozinha para transformar o mundo inteiro numa família — é: amar como a si mesmo, fazer aos outros aquilo que se gostaria fosse feito a si, não fazer aos outros aquilo que não se gostaria fosse feito a si. É a chamada “Regra de Ouro”, tão bem expressa por Gandhi quando afirmou: “Tu e eu somos uma coisa só. Não posso te maltratar, sem me ferir”. O Evangelho a anuncia nestes termos: “Como quereis que os outros vos façam, fazei também a eles” (Lc 6,31). Na tradição muçulmana é conhecida assim: “Nenhum de vós é verdadeiro fiel, se não deseja para o irmão o que deseja para si mesmo”. Desse princípio emana uma norma que, se fosse aplicada, seria, sozinha, o maior propulsor da harmonia entre indivíduos e grupos, no coração das famílias e nos Estados. Pensar como seria o mundo se a “Regra de Ouro” fosse posta em prática, não apenas entre as pessoas isoladamente, mas também entre os povos, as etnias, os Estados, exprimindo-a, por exemplo, assim: “Amar a pátria dos outros como a sua”…

29 novembro 2019

Propósitos diários

Levantar-se de manhã e dizer apenas isto: “Serei a primeira a amar todos aqueles que encontrar durante o dia. Esse aqui e aquele outro, sempre primeiro, sempre primeiro, sempre primeiro”.
Determinar-se sempre a amar primeiro. Que vida maravilhosa! 
Dá força, faz circularem muitas graças, porque o amor, entre outras coisas, atrai o Espírito Santo, inunda com uma luz imensa. É o que Jesus diz: “Quem me ama, a ele me manifestarei” (Jo 14,21). De fato, amar o irmão significa amar a Ele, que sempre se manifesta com a sua luz. E chovem tantas graças, que à noite estaremos talvez cansados, mas felizes.

28 novembro 2019

O que vale é amar

No amor, o que vale é amar. Assim é nesta terra. O amor — falo do amor sobrenatural, que não exclui o natural — é uma coisa muito simples e muito complexa. Exige a tua parte e conta com a parte do outro.
Se tentares viver de amor, verás que, nesta terra, convém que faças a tua parte. A outra, nunca sabes se virá, nem é necessário que venha.
Às vezes, ficarás decepcionado, porém jamais perderás a coragem, se te convenceres de que, no amor, o que vale é amar.
E amar a Jesus no irmão, a Jesus que sempre a ti retorna, talvez por outros caminhos.
Ele deixa a tua alma como aço contra as intempéries do mundo, e a liquefaz no amor por todos os que te rodeiam, contanto que tenhas presente que, no amor, o que vale é amar.

27 novembro 2019

Gratuidade

No amor humano, geralmente, amamos porque somos amados. Também quando o amor é bonito, amamos no outro algo de nós mesmos. Existe sempre um quê de egoísta no amor humano, ou então, esperamos amar quando o interesse nos leva a amar.      
Por sua vez, o amor divino, sobrenatural é gratuito, ama primeiro.
Portanto, se quisermos deixar viver o “homem novo” em nós, se quisermos deixar acesa em nós a chama do amor sobrenatural, devemos também nós ser os primeiros a amar.

26 novembro 2019

Foi Ele quem nos ensinou

      Talvez tenha sido para nos ensinar a “amar primeiro” que, naquele tempo de guerra, Deus não nos tenha estimulado logo a amar todos os irmãos. Mas nos direcionou para os necessitados, os pobres, os doentes, os presos, os órfãos. Parece, agora, que Ele nos tinha colocado antolhos para que o reconhecêssemos somente neles, principalmente neles.
      Todos os pobres da cidade estavam na linha de mira.
      No tempo livre do trabalho, minhas primeiras companheiras e eu, carregando malas pesadas, os visitávamos em seus cortiços: eram Jesus. Sonhávamos que um dia, no dia do Juízo Final, o Senhor nos mostraria aquela roupa dada, aquele cachecol, aquelas luvas de que nos tínhamos privado, bordados de pérolas preciosas, como aconteceu com a pequena cruz que Catarina de Sena deu ao seu pobre.
      O Senhor nos havia apontado no pobre alguém que podíamos “amar primeiro”.

25 novembro 2019

Por aqueles menos dignos de serem amados

      O amor de Deus tomou a iniciativa e nos amou quando éramos tudo, menos dignos de sermos amados (“mortos pelo pecado”).
      Essa consideração me faz lembrar o início do nosso Movimento, quando Deus acendeu em nossos corações a “centelha” (conforme expressão de João Paulo II2) do nosso grande Ideal.
      Será que, naquela época, na devastação da guerra e no deserto que nos envolvia, teríamos encontrado alguém mais que tomasse a iniciativa de nos amar?
      Não. Portanto, éramos nós que, por uma dádiva particular de Deus, acendíamos a chama do amor em muitos corações, com o anseio de fazer que ela se alastrasse em todos. Tampouco olhávamos se os próximos eram dignos de nosso amor, para poder amá-los; mas atraíam-nos, antes, os mais pobres, em quem melhor vislumbrávamos o semblante de Cristo, e os que mais precisavam de sua misericórdia.

24 novembro 2019

Como o Criador


      A fé no amor que Deus faculta às suas criaturas, fé típica de nós, cristãos, descobrimo-la em muitos irmãos e irmãs de outras religiões, a começar pelas abraâmicas, que afirmam a unidade do gênero humano, o zelo que Deus dispensa a toda a humanidade e a obrigação de cada criatura humana de agir como o Criador, com imensa misericórdia por todos.
      Reza um provérbio muçulmano: “Deus perdoa cem vezes, mas reserva a sua suprema misericórdia para aquele cuja piedade poupou a menor de suas criaturas”.
      Que dizer da compaixão sem limites por todos os seres vivos que Buda ensinou, aconselhando seus primeiros discípulos: “Ó monges, deveríeis trabalhar pelo bem-estar de muitos, pela felicidade de muitos, movidos de compaixão pelo mundo, pelo bem-estar dos homens”?
      Portanto, amar a todos. É um princípio universal. Sentido pelos seres humanos de qualquer época, e debaixo de qualquer céu.

23 novembro 2019

A revolução cristã

      O amor por todos é fecundo demais. É experiência de tanta gente que bastaria viver apenas esse aspecto da caridade, ou seja, do amor verdadeiro, o amor de Deus, para deflagrar uma revolução ao redor, partindo do próprio bairro: a revolução cristã, aquela revolução que os primeiros cristãos levaram ao mundo de então.

22 novembro 2019

Ao alcance de todos

      Nos dias de hoje, não basta banir a guerra. A paz requer que se supere a categoria de inimigo, qualquer que seja o inimigo. Aliás, ela exige que se ame o inimigo.
      Isso os discípulos de Cristo podem fazer.
      Mas, como o amor pulsa no íntimo de cada coração humano, isso também as pessoas que não possuem uma fé religiosa podem fazer, talvez a título de filantropia, de solidariedade, de não-violência. Igual àqueles que, sendo de outros credos, são chamados por sua religião a pôr em ação o respeito e o amor ao próximo.

21 novembro 2019

Por um mundo novo

      É preciso criar um mundo novo, onde todos se amam.
      É isso o que Deus quer. E é preciso começar por algum lugar.
      É um ponto estratégico, o dos cristãos: poderem começar a amar porque — sendo amados por Deus — sabem amar também os inimigos.
      De fato, os cristãos são particularmente capazes de superar as dificuldades encontradas quando se ama, porque o amor que possuem é um amor forte. Na qualidade de filhos de Deus, participam do mesmo amor de Deus, de Deus que é Amor.

20 novembro 2019

O tempo me escapa veloz

O tempo escapa-me veloz, aceita a minha vida, Senhor! No coração te guardo, é o tesouro que deve guiar os meus passos. Tu, segue-me, vela-me, é teu o amar: exultar e sofrer. Ninguém recolha um suspiro. Oculta em teu sacrário eu vivo, trabalho para todos. O toque da minha mão seja teu; só teu o timbre da minha voz. Neste trapo que sou, retorne teu amor ao mundo árido, com a água que jorra abundante da tua chaga, Senhor! Clareie a divina Sapiência a tristeza sombria de tantos, de todos. E Maria resplandeça.

19 novembro 2019

A falsa prudência

O que estraga certas almas é uma falsa “prudência” — como é chamada. É uma prudência humana, que vem à tona toda vez que o divino aflora. Parece uma virtude, mas é mais antipática do que o vício. Não quer incomodar ninguém. Deixa os ricos irem para o inferno (“já tendes a vossa consolação”) (Lc 6,24) porque não os esclarece. Sabe-se lá o que poderia acontecer! Deixa que na família, ao lado, se espanquem ou até se matem, porque poderiam dizer que se está intrometendo na vida alheia, ou que se poderia acabar como testemunha no tribunal. E são só aborrecimentos! Aconselha moderação aos santos porque poderia acontecer alguma coisa com eles. Esta prudência, como uma mordaça, isola e se isola, porque nasce do medo. Sobretudo, implica com Deus, porque se Ele interferisse demais no mundo, através de seus filhos fiéis, poderia provocar uma revolução, e aqueles filhos, tanto quanto Cristo, poderiam perder a vida, odiados como Ele pelo mundo. É uma falsa virtude, que creio seja alimentada ou apoiada pelo demônio, que muito pode operar em semelhante clima. Houve alguém que jamais a teve: Jesus Cristo. Quando saiu para pregar, queriam matá-lo já na primeira fala. “Ele porém, passando pelo meio deles, prosseguia seu caminho” (Lc 4,30). Olhando a sua vida com os olhos desses prudentes, dir-se-ia toda ela uma imprudência. Não só! Se esses prudentes fossem lógicos em seu raciocínio, chegariam a concluir que a morte, a cruz, foi Ele mesmo quem procurou… com sua imprudência. Creio não haver palavra de Jesus que não esbarre nesta gente. É porque Deus e o mundo estão em antítese perfeita, e só aqueles que sabem desvencilhar-se do mundo, para seguir as pegadas de Cristo, podem dar alguma esperança à humanidade.

18 novembro 2019

Deus é poderoso

Deus é poderoso, é o Todo-Poderoso. Maria foi definida “a toda-poderosa por graça”. Ela também é poderosa: pode e obtém. Nós somos miseráveis. E aqueles dentre nós que se julgassem diferentes estariam enfileirados conosco só por esse fato. Mas a nossa impotência, a nossa pobreza — se amamos a Deus —, talvez nos possam ser úteis. Elas nos podem fazer obter alguma coisa. Se o Pai dos Céus quis que Jesus fosse nosso irmão, se preparou na humanidade uma Imaculada para sua vinda, é porque estávamos em más condições, chagados na alma, pecadores. O pecado deve ser odiado. Mas, a vinda de Jesus à terra por Maria, se bem entendida, pode matar-nos de alegria, se Deus não amparar. Jesus na terra… irmanado conosco… diz: “Se pedirdes alguma coisa a meu Pai em meu nome, Ele vo-la dará” (Jo 14,13-14), como o bom filho di ria ao irmão rebelde de quem tem dó: “Vai lá e pede a papai em meu nome”, é certo que ele conseguirá mais facilmente. Jesus na terra… Jesus nosso irmão… Jesus que morre por nós entre ladrões; Ele, o Filho de Deus, nivelado aos outros. Quem sabe seremos também um pouco poderosos junto ao Coração do Pai, se nos mostrarmos como somos: seres miseráveis que talvez tenham feito poucas e boas, mas que dizem, arrependidos e reconciliados em seu amor: “Afinal, se vieste para nosso meio, foi porque nossa fraqueza te atraiu, nossa miséria te feriu até à compaixão”. O certo é que não há na terra nem mãe, nem pai que espere um filho perdido e tudo faça para que ele volte, tanto quanto o Pai celeste.

17 novembro 2019

As virgens prudentes e as virgens insensatas

As virgens prudentes e as virgens insensatas. O azeite é o amor. Quem tem o amor é virgem. Por isso, olhando as coisas pelo lado divino, é mais virgem Madalena do que muitas virgens orgulhosas da própria virgindade ou, ao menos, que não amam. E Jesus não pode conhecê-las, porque o Amor só conhece o Amor. O Esposo reconhece a esposa naquela que traz o seu sobrenome, alguma coisa de si, como que Ele mesmo nela transferido, una com Ele. Ora, Deus é propriamente a Caridade. Nada é mais seu do que ela, que Dele é essência.

16 novembro 2019

Qualquer de vós, que não renunciar



      “Qualquer de vós, que não renunciar a tudo o que possui, não pode ser meu discípulo” (Lc 14,33).

      “Qualquer”. Portanto, as palavras de Jesus são dirigidas a todos os cristãos.

      “Tudo”. É o que pede a todos, para serem cristãos. Não podemos ser apegados nem mesmo à nossa alma (que é uma de nossas posses), mas devemos desapegar-nos de tudo.

      E aqui Jesus Abandonado é Mestre universal.

15 novembro 2019

Ao alcande de todos

Nos dias de hoje, não basta banir a guerra. A paz requer que se supere a categoria de inimigo, qualquer que seja o inimigo. Aliás, ela exige que se ame o inimigo.
Isso os discípulos de Cristo podem fazer.
Mas, como o amor pulsa no íntimo de cada coração humano, isso também as pessoas que não possuem uma fé religiosa podem fazer, talvez a título de filantropia, de solidariedade, de não-violência. Igual àqueles que, sendo de outros credos, são chamados por sua religião a pôr em ação o respeito e o amor ao próximo.

14 novembro 2019

Há quem faça as coisas por amor


      Há quem faça as coisas “por amor”. Há quem faça as coisas procurando “ser o Amor”. Quem faz as coisas “por amor”, pode fazê-las bem; mas pensando, por exemplo, em prestar um grande serviço a um irmão, digamos doente, pode aborrecê-lo com seu falatório, com seus conselhos, com suas ajudas, com uma caridade pouco sensata e pesada.

      Ele terá um mérito, mas o outro, um peso. Tudo isso porque é preciso “ser o Amor”.

      O nosso destino é como o dos astros: se giram, existem, se não giram, inexistem. Nós existimos — entendendo-se que vive em nós não a nossa vida, mas a de Deus — se não cessamos um instante de amar.

      O amor nos abriga em Deus, e Deus é o Amor.

      Mas o Amor, que é Deus, é luz, e com a luz vemos se o modo como nos aproximamos e servimos o irmão está em conformidade com o Coração de Deus, está como o irmão gostaria, como ele sonharia se tivesse a seu lado não nós, mas Jesus.

13 novembro 2019

Se estamos unidos, Jesus está entre nós

Se estamos unidos, Jesus está entre nós. E isso vale! Vale mais do que qualquer outro tesouro que nosso coração possa ter: mais do que a mãe, o pai, os irmãos, os filhos. Vale mais do que a casa, o trabalho, os bens; mais do que as obras de arte de uma grande cidade como Roma; mais do que os nossos afazeres, mais do que a natureza que nos circunda, com as flores e os campos, o mar e as estrelas; vale mais do que a nossa própria alma. Foi Ele que, inspirando os seus santos com suas verdades eternas, marcou época em cada época. Essa é também a sua hora: não a de um santo, mas Dele, Dele entre nós, Dele vivendo em nós, que edificamos, em unidade de amor, o seu Corpo Místico. Mas, é preciso dilatar o Cristo, fazê-lo crescer em outros membros; tornarmo-nos, como Ele, portadores de Fogo. Fazer de todos um e em todos o Um! Vivamos, então, na caridade, a vida que Ele nos dá momento por momento. É mandamento fundamental o amor fraterno. Por isso, tem valor tudo o que é expressão de sincera e fraterna caridade. Nada do que fazemos tem valor, se nisso não há sentimento de amor pelos irmãos; pois Deus é Pai e tem no coração, sempre e unicamente, os filhos.

12 novembro 2019

Servir

Amar quer dizer servir. Jesus nos deu o exemplo. Primeiro, com a morte de cruz favoreceu a humanidade inteira que foi, que é e que será. Mas depois, deu-nos também o exemplo quando lavou os pés. Era Deus, e nos lavou os pés, a homens. Portanto, também nós podemos lavar os pés dos nossos irmãos.
      Podemos, não. Devemos. Isso é o cristianismo: servir, servir a todos, reconhecer patrões em todos. Se nós somos servos, os outros são patrões.
      Servir, servir. Procurar alcançar a primazia evangélica, sim, mas pondo-nos a serviço de todos.
      A serviço… Eis uma ideia que pode revolucionar o mundo. O cristianismo não é uma brincadeira, o cristianismo é uma coisa séria, não é uma mão de verniz, um pouco de compaixão, um pouco de amor, um pouco de esmola.
      O cristianismo é exigente, é plenitude de vida.

11 novembro 2019

As palavras de um pai


      As palavras de um pai são sempre valiosas, pois é preciso acreditar em quem fala com amor. Mas, se um pai dita as últimas palavras antes de deixar a terra, elas ficam gravadas na alma dos filhos, e valem por todas as outras juntas: são o testamento.

      O amor paterno é nada diante do amor de um Deus.

      Também Jesus, o Deus humanado, falou. Também Ele deixou um testamento: “Que sejam um… que todos sejam um” (Jo 17,11.21).

      Quem orienta a própria vida para a unidade, centrou o coração de Deus.

      No mundo, somos todos irmãos, mas cada um passa pelo outro ignorando-o. E isso acontece mesmo entre cristãos batizados.

      A Comunhão dos Santos existe, o Corpo Místico existe. Mas, esse Corpo é como uma rede de galerias escuras.

      A energia para iluminá-las existe; em muitos é a vida da graça. Mas Jesus não queria só isto quando se dirigiu ao Pai, invocando. Queria um Céu na terra: a unidade de todos com Deus e entre si, isto é, a rede de galerias iluminada; a presença de Jesus em cada relação com os outros, além da sua presença na alma de cada um.

      Este é o seu testamento, o desejo mais precioso de Deus que por nós deu a vida.

10 novembro 2019

A vida é bela

Não ponha limites à sua vida!

Procure ouvir as notas harmoniosas e sublimes do canto maravilhoso que se evolua da natureza.

Viva sorridente e alegre, para espantar as preocupações, para aliviar as lutas.

Mergulhe sua alma na alma da natureza: absorva a luz do sol, goze a suavidade da lua, contemple o esplendor das estrelas, aspire o perfume das flores.

A vida é bela, apesar das dores e dos contratempos.

09 novembro 2019

Jamais desanime

O homem não pode viver isolado.

Lembre-se de que cada companheiro de jornada é um amigo que o ajuda a quem você precisa também ajudar.

A cooperação existe entre todas as coisas criadas.

Procure você também cooperar com tudo e com todos, em benefício da própria Terra que o acolhe bondosamente, permitindo sua evolução.

Ajude sempre, e jamais desanime.

08 novembro 2019

No amor, o que vale é amar

No amor, o que vale é amar. Assim é nesta terra. O amor — falo do amor sobrenatural, que não exclui o natural — é uma coisa muito simples e muito complexa. Exige a tua parte e conta com a parte do outro. Se tentares viver de amor, verás que, nesta terra, convém que faças a tua parte. A outra, nunca sabes se virá, nem é necessário que venha. Às vezes, ficarás decepcionado, porém jamais perderás a coragem, se te convenceres de que, no amor, o que vale é amar. E amar a Jesus no irmão, a Jesus que sempre a ti retorna, talvez por outros caminhos. Ele deixa a tua alma como aço contra as intempéries do mundo, e a liquefaz no amor por todos os que te rodeiam, contanto que tenhas presente que, no amor, o que vale é amar.

07 novembro 2019

O frio

O frio gela; mas, quando excessivo, queima e corta. O vinho fortifica; mas, quando demasiado, debilita as forças. O movimento é o que é; mas quando vertiginoso, parece estático. O Espírito de Deus vivifica; mas quando é muito… inebria. Jesus é o Amor porque é Deus; mas o grande amor por nós levou-o a clamar “Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste?…” (Mt 27,46), quando Ele se mostra apenas homem.

06 novembro 2019

Dá-me todos os que estão sós


      Senhor, dá-me todos os que estão sós…

      Senti em meu coração a paixão que invade o teu, por todo o abandono em que nada o mundo inteiro.

      Amo todo ser doente e só: até as plantas sem viço me causam dó…, até os animais solitários.

      Quem consola o seu pranto?

      Quem tem pena de sua morte lenta?

      E quem estreita ao próprio coração o coração desesperado?

      Meu Deus, faze que eu seja no mundo o sacramento tangível do teu Amor, do teu ser Amor: que eu seja os braços teus que estreitam a si e consomem no amor toda a solidão do mundo.

05 novembro 2019

Serenidade

Se tiver que discutir, faça-o com serenidade.

Lembre-se de que seu adversário tem os mesmos direitos que você, de fazer-se ouvido.

Ouça-o com a mesma atenção que gosta de receber.

Não tumultue a discussão: os direitos dele são iguais aos seus.

E, quem sabe, muitas vezes a razão estará com ele.

Então, discuta com serenidade, e conquiste fama de sábio e de homem bem educado.

04 novembro 2019

Bela, a mãe!


      É tão bela a Mãe, no recolhimento perene em que o Evangelho no-la mostra: “Conservava a lembrança de todos estes fatos em seu coração” (Lc 2,51).

      Aquele silêncio pleno exerce um fascínio sobre a alma que ama.

      Como poderia eu viver Maria no seu místico silêncio, quando a nossa vocação é, por vezes, falar para evangelizar, sempre aos quatro ventos, em todos os lugares, ricos e pobres, dos subterrâneos às estradas, às escolas, em todo canto?

      Maria também falou. E deu Jesus. Ninguém jamais no mundo foi apóstolo maior. Ninguém jamais teve palavra como Maria, que deu à luz o Verbo encarnado.

      Maria é real e merecidamente Rainha dos Apóstolos.

      E ela calou-se. Calou-se porque dois não podiam falar. A palavra há de apoiar-se sempre em um silêncio, como uma pintura sobre um fundo.

      Calou-se porque criatura. Porque o nada não fala. Mas sobre aquele nada, falou Jesus e disse: Ele mesmo.

      Deus, o Criador e o Tudo, falou por sobre o nada da criatura.

      Como então viver Maria, como perfumar a minha vida com o seu fascínio?

      Fazendo calar em mim a criatura e deixando falar nesse silêncio o Espírito do Senhor.

      Assim vivo Maria e vivo Jesus. Vivo Jesus em Maria.

      Vivo Jesus vivendo Maria.

03 novembro 2019

A morte é vida

«A morte não me incute medo. Sobretudo eu entendi claramente isso: quem vê a morte é quem não morre, ou seja, a pessoa que vê a outra morrer. Mas quem morre vê a vida, porque a morte é o encontro com Cristo. Você fecha os olhos, por assim dizer, se tiver tempo de fechá-los, ou melhor, você os abriu aqui e os abre de novo lá. Você vê Cristo, o Cristo que salva, que ama, etc., que será também o seu juiz, certamente. Porém, se durante a vida você procurou fazer algo por Ele, naquele momento Ele virá ao seu encontro, eu creio, com toda a bondade.
Portanto, a certa altura perde-se o medo da morte. Quando muito, eu tenho medo das dores que podem preceder a morte, pelo terror de senti-las; talvez, dores agudas - como estou observando em muitas pessoas - ao ponto de não resistir e me lamentar. Mas, também neste caso me consola o próprio Cristo que segui: Jesus crucificado e abandonado, pois ele gritou: "Meu Deus,...", e, portanto, ele suportará também o meu clamor, as minhas lamentações, não vai pretender que eu sorria em certos momentos».


02 novembro 2019

Trabalho

TRABALHO é sinônimo de nobreza. Não desdenhe o trabalho que lhe coube realizar na vida. 
O trabalho enobrece aquele que o faz com entusiasmo e amor. 
Não existem trabalhos humildes. 
Só se distinguem por serem bem ou mal realizados. 
Dê valor ao seu trabalho, fazendo com todo o amor e carinho, e estará desta maneira dando valor a si mesmo.

01 novembro 2019

Isolado

0 homem não pode viver isolado.
Lembre-se de que cada companheiro de jornada é um amigo que o ajuda e a quem você precisa também ajudar.
A cooperação existe entre todas as coisas criadas. 

Procure você também cooperar com tudo e com todos, em benefício da própria Terra que o acolhe bondosamente, permitindo sua evolução. 
Ajude sempre, e jamais desanime.