31 maio 2019

A sua, a nossa missa

Se sofres, e teu sofrer é tanto que te impede qualquer atividade, lembra-te da missa. Na missa, Jesus, hoje como outrora, não trabalha, não prega: Jesus sacrifica-se por amor. Na vida, podem-se fazer tantas coisas, dizer tantas palavras, mas a voz da dor, talvez surda e desconhecida dos outros, da dor oferecida por amor, é a palavra mais forte, aquela que toca o Céu. Se sofres, imerge a tua dor na sua: dize a tua missa! E, se o mundo não compreende, não te perturbes; basta que te entendam Jesus, Maria, os santos. Vive com eles e deixa correr o teu sangue em benefício da humanidade, como Ele! A missa! Grande demais para ser entendida! A sua, a nossa missa.

30 maio 2019

A paz não foi derrotada


Devemos voltar a dar espaço à vida espiritual autêntica, fundamento da paz e do desarmamento global dos corações e dos exércitos, atuando uma verdadeira revolução: colocar Deus no centro da nossa existência, como já escrevíamos no dia seguinte ao atentado às Torres Gêmeas.
Quando agimos assim – como podemos comprovar em muitas partes do mundo –, o diálogo entre fiéis de religiões diferentes torna-se muito mais fácil, e não se utiliza mais a religião "para fomentar a violência (...), recorrendo até mesmo ao nome sacrossanto de Deus para ofender o homem", como disse o papa em janeiro 2002, por ocasião do encontro de líderes religiosos em Assis.
O aspecto mais visível da unidade é a fraternidade.
Ao que me parece, ela é certamente o caminho mais adequado para remar de volta rio acima, para sanar chagas já supuradas e para alcançar mais plenamente também a liberdade e a igualdade.
Aquela fraternidade que Jesus trouxe à terra fazendo-se nosso irmão e tornando-nos irmãos. É um caminho válido para quem tem nas mãos os destinos da humanidade, mas também para as mães de família, para os voluntários que levam ações de solidariedade pelo mundo, para quem coloca à disposição parte dos lucros da própria empresa a fim de eliminar espaços de pobreza, para quem não se rende à tentação de fazer guerra.
Assim, a fraternidade vinda "do alto" e aquela construída a partir "de baixo" encontrar-se-ão na paz.
O plano de Deus para a humanidade é justamente a fraternidade, que é possível de ser construída também com as pessoas de outros credos e de outras convicções, porque o amor fraterno está no DNA de todo homem, criado à imagem e semelhança de Deus.
Até mesmo o desenvolvimento tecnológico é favorável à fraternidade: a globalização nos oferece instrumentos extraordinários para a sua difusão.
Hoje, os meios de comunicação globalizam o medo, mas poderiam também globalizar a esperança.
Por que não usamos esses meios para unir os corações e dividir os bens?
Não nos rendamos, portanto! Das guerras, até mesmo das mais terríveis, muitas vezes surgiram surpresas morais inesperadas e energias inimagináveis.
E, quem sabe, a Providência Divina se servirá algumas vezes de situações de destruição provocadas pela liberdade do homem para construir, como novidade absoluta, aquilo que é necessário para dar novo alento à humanidade.
E muitos são os sinais de que, da grave conjuntura internacional, possa finalmente emergir uma nova consciência da necessidade de trabalhar juntos para o bem comum.
Todos juntos: povos mais ricos e menos ricos, sofisticados ou não nos seus armamentos, confessionais ou não, que têm a coragem de "inventar a paz".
Acabou o tempo das "guerras santas". A guerra nunca é santa, e nunca o foi.
Deus não a quer.
Só a paz é realmente santa, porque o próprio Deus é a paz.
Peçamos a ele, sem descanso, que nos presenteie com a sua paz.


29 maio 2019

Vigiai


      “Vigiai…” (cf. Lc 12,35). O Evangelho fala em vigiar com os rins cingidos e a lâmpada acesa, e promete ao servo vigilante que o Senhor se cingirá e o servirá, quando chegar. Só o amor vigia. É próprio do amor vigiar. Quando se ama uma pessoa, o coração vigia sempre esperando-a, e cada minuto sem ela passa em sua função, e se transcorre vigiando. Jesus quer o amor; por isso pede vigilância.

      Vigia também quem tem medo. De fato, Jesus fala em ladrões…

      Vigia-se porque se teme e se teme porque se ama alguém que não se quer perder.

      Jesus pede o amor mas, como Ele também ama, suscita até mesmo temor para salvar. Faz como a mãe que promete aos filhos o prêmio ou o castigo, conforme se comportem.

      Jesus não pede somente o puro amor que dá sem pensar na recompensa.

      Para nos ver salvos, chega a mostrar-nos também a recompensa e o castigo.

28 maio 2019

Eli, Eli, lemá sabactáni

“Eli, Eli, lemá sabactáni” (Mt 27,46). Foi a frase que Jesus gritou em seu abandono, na língua falada por Nossa Senhora. Quanto nos diz aquele teu grito, soltado na língua de tua Mãe!… Quando a dor atinge aquele limite em que toda a vida permanece suspensa… então, se resta um fio de voz, chama-se a mãe, porque a mãe é o amor. Tu, porém, como Filho de Deus, o amor o possuías em Deus, e Deus chamaste. E, como homem, o amor o possuías também em tua Mãe celeste. Na impossibilidade de invocar os dois, chamaste o Pai com a fala da Mãe. Quão belo és naquela dor infinita, Jesus Abandonado!

27 maio 2019

Seria de enlouquecer

Seria de enlouquecer se não fixássemos os olhos em ti, que transmudas, como por encanto, toda amargura em doçura; em ti, suspenso na cruz, no teu grito, na mais alta suspensão, na inatividade absoluta, na morte viva, quando, tornando-te frio, lançaste todo o teu fogo sobre a terra e, tornando-te estase infinita, lançaste sobre nós tua vida infinita, aquela que agora vivemos, inebriados. Basta-nos que nos vejamos semelhantes a ti, ao menos um pouco, e que unamos nossa dor à tua e a ofereçamos ao Pai. Para que tivéssemos a Luz, veio-te a faltar a vista. Para que tivéssemos a união, sentiste a separação do Pai. Para que possuíssemos a Sabedoria, fizeste-te “ignorância”. Para que nos revestíssemos da inocência, fizeste-te “pecado”. Para que Deus estivesse em nós, sentiste-o longe de ti.

O frio



      O frio gela; mas, quando excessivo, queima e corta. O vinho fortifica; mas, quando demasiado, debilita as forças. O movimento é o que é; mas quando vertiginoso, parece estático.

      O Espírito de Deus vivifica; mas quando é muito… inebria. Jesus é o Amor porque é Deus; mas o grande amor por nós levou-o a clamar “Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste?…” (Mt 27,46), quando Ele se mostra apenas homem.

24 maio 2019

Não passa

“É mais fácil um camelo entrar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus” (Mt 19,24). O rico que não procede como Jesus quer põe em jogo a eternidade. Mas, somos todos ricos enquanto Jesus não viver em nós em toda a sua plenitude. Até o mendigo que carrega na mochila um naco de pão e pragueja se alguém tocar nela não é menos rico do que os outros. O seu coração está apegado a alguma coisa que não é Deus e se não se fizer pobre, pobre segundo o Evangelho, não passará no Reino dos Céus. O caminho lá para cima é estreito, e por ele só passa o nada. Há quem seja rico de ciência, e essa empáfia impede que ele passe para o Reino e que o Reino passe para ele; por isso, o Espírito da Sabedoria de Deus não tem lugar em sua alma. Há quem seja rico de presunção, de vanglória, de afetos humanos e, enquanto não larga tudo, não é conforme Deus. Tudo se deve extirpar do coração, para nele se colocar Deus e a Criação segundo a ordem de Deus. Há quem seja rico de preocupações e não sabe pô-las no Coração de Deus, vivendo atormentado. Não tem a alegria, a paz, a caridade, que são do Reino dos Céus. Não passa. Há quem seja rico dos próprios pecados, e por eles chora e se tortura, ao invés de deixá-los arder na misericórdia de Deus e olhar para a frente, amando Deus e o próximo, pelo tempo em que não amou.

21 maio 2019

Não a minha, mas a tua


Esforça-te por permanecer na vontade de Deus, e que a sua vontade permaneça em ti.


Quando a vontade de Deus for feita na terra como no céu, cumprir-se-á o testamento de Jesus.
Olha o sol e os seus raios.

O sol é símbolo da vontade divina, que é o próprio Deus. Os raios são esta divina vontade sobre cada um de nós.

Caminha para o sol na luz do teu raio, diverso e distinto de todos os outros, e realiza o particular e maravilhoso desígnio que Deus tem sobre ti.
Infinito número de raios, todos provenientes do mesmo sol... uma única vontade, particular sobre cada um.
Os raios, quanto mais se aproximam do sol, tanto mais se aproxima entre si. Também nós, quanto mais nos aproximamos de Deus, pelo cumprimento sempre mais perfeito da vontade divina, tanto mais nos aproximamos entre nós.
Até que sejamos todos um.

20 maio 2019

Dê-lhes alegria

Jamais use palavras que façam seu companheiro desanimar do caminho do bem!

Não lance aos outros o veneno que lhe haja penetrado na alma.

Se você tiver tido uma decepção, avise-o de que poderá vir a sofrer, mas conforte sua alma.

O desalento é um veneno.

Não envenene seus amigos!

Dê-lhes alegria, que é o melhor remédio que o céu fornece aos homens, capaz de curar todas as chagas.

19 maio 2019

O AMOR – SÍNTESE DE TODAS AS PALAVRAS (A ARTE DE AMAR)


O amor que Jesus trouxe à terra é muito rico e, para vivê-lo bem, é necessário conhecer uma arte, ou seja, a arte de amar.
Ela significa um modo de viver, um “coquetel” espiritual, todo especial, no qual são contempladas todas as exigências evangélicas.
Chiara, no seu discurso no Capitólio, na ocasião em que recebeu a cidadania honorária de Roma, fez da Palavra o ponto central da sua mensagem. “A verdadeira arte de amar – afirmou – emerge toda do Evangelho de Cristo (...) É o segredo da revolução que permitiu aos primeiros cristãos invadirem o mundo então conhecido. É uma arte que exige esforço...”
         Ela requer, antes de tudo, que se supere o limitado horizonte do amor natural, dirigido simplesmente de uma forma quase exclusiva à família, aos amigos. Esse amor deve ser destinado a todos: ao simpático e ao antipático, ao bonito e ao feio, a quem é da minha pátria e ao estrangeiro, da minha religião ou de outra, da minha cultura ou de outra, amigo ou adversário ou até mesmo inimigo. É necessário, portanto, amar a todos como faz o Pai do Céu, que manda o sol e a chuva sobre os bons e sobre os maus” (Mt. 5,45).
         Este, portanto, é o primeiro ponto da arte de amar, como Chiara a propõe: amar a todos, sem distinção.

         Passemos, então, ao segundo ponto da arte de amar, aquele que, à primeira vista, pode parecer o mais árduo, o mais difícil de ser atuado.
         É aquele amor que, na escola do amor, nunca acabamos de aprender. Ele tem uma característica que o torna semelhante ao amor que Deus tem por nós.
         Um amor à imagem e semelhança de Deus: Amor “incriado” nele, amor “criado” em nós, mas um amor que ama primeiro.   
         “Não se pode amar a Deus primeiro, porque Ele nos precedeu e sempre nos precede no amor”, diz Chiara.
         Mas nós podemos, ou melhor, devemos sempre ser os primeiros a amar o nosso próximo. É isso que torna autêntico e desinteressado o nosso amor ao irmão. É um amor que, como o amor de Deus, não espera nada, não espera um gesto, uma palavra, um sorriso, para começar a amar, mas toma sempre a iniciativa.

         Agora, vejamos a terceira exigência: o amor verdadeiro não consiste somente em palavras ou sentimentos, mas é concreto. Atua-se bem o amor “fazendo-se um” com o próximo.
         É este um ponto crucial da arte de amar, que se tornou característica essencial da vida do Movimento.
         “Fazer-se um” são duas palavras mágicas – assim Chiara as definiu - que exprimem o nosso modo de amar.
         A verdadeira interpretação da palavra “amor”, “amar”, é o “fazer-se um”: penetrar na alma do outro o mais profundamente possível; entender verdadeiramente os seus problemas, as suas necessidades: carregar os seus pesos, assumir as suas preocupações e os seus sofrimentos.
         Então, terá significado o dar de comer, dar de beber, dar um conselho, oferecer uma ajuda.
         Chiara nunca escondeu as dificuldades desta práxis evangélica.
“Fazer-se um” – ela adverte – não é uma coisa simples.
         “Fazer-se um” exige um vazio completo de nossa parte: tirar todas as ideias da nossa mente; todos os afetos do coração, afastar tudo da nossa vontade, para nos identificarmos com os outros.”
         Mas, “Ele quer que, a cada dia, a cada hora, nos aperfeiçoemos nesta arte, às vezes cansativa e extenuante, mas sempre maravilhosa, vital e fecunda, de “fazer-se um” com os outros: a arte de amar.”

         E, finalmente, o quarto ponto da arte de amar.
         É necessário amar Jesus no irmão. Esta postura é imediata e clara, se pensarmos no Juízo Final, quando Jesus dirá aos bons: “Vinde benditos do meu Pai, recebei por herança o reino preparado para vós desde o princípio do mundo. Pois tive fome e me destes de comer, tive sede e me destes de beber. (...)”
         Então, os justos lhe responderão, dizendo: “Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, com sede e te demos de beber? (...)” Respondendo, o rei lhes dirá: “Em verdade vos digo: toda vez que fizestes estas coisas a um só dos meus irmãos menores, fizestes a mim” (Mt. 25, 34-40).
         Quando amamos um irmão ou uma irmã é, portanto, também Jesus que se sente amado neles.

17 maio 2019

Sermos filhos dos Santos

Mollens (Suíça), 19 de setembro de 1980

Chiara Lubich afirmou em várias circunstâncias que é típico da espiritualidade da unidade «aprender
com os santos, sermos seus filhos, para participar dos seus carismas». Aqui ela lê uma poesia da grande
Teresa de Ávila, que, como os santos da época, permaneceu nos seus escritos, continuando a fazer o bem
com palavras que têm perfume de eternidade.
(…)
Existe uma poesia de Santa Teresa d'Ávila, cadenciada por um refrão: "Dize-me o que queres de
mim, dize-me Senhor!" É uma expressão da "indiferença", ou melhor, da entrega total à vontade divina.
Eis algumas estrofes:
"Nasci para Ti, é para Ti o meu coração.
Dize-me o que queres de mim, dize-me Senhor!
[…]
Vida ou morte, triunfo ou até infâmia,
enfermidade ou saúde,
quer me queiras em paz ou em horríveis
penas contínuas e atrozes,
tudo aceita e satisfaz este coração.
Dize-me o que queres de mim, dize-me Senhor!
Dá-me riqueza ou constringe-me à pobreza,
dá-me inferno ou céu,
vida submersa nas mais densas trevas
ou luz plena sem véu;
a tudo me submeto, ó Sumo Amor.
Dize-me o que queres de mim, dize-me Senhor!
A alma, se queres, de alegria inabalável
ou de amargura inunda;
devoção, oração, raptos e êxtases
ou aridez profunda:
no Teu querer o coração encontra a paz.
Dize-me o que queres de mim, dize-me Senhor!
[…]
Nasci para Ti, é para Ti o meu coração.
Dize-me o que queres de mim, dize-me Senhor!"1

1Cf S. TERESA DI GESÙ, Poesie, in Opere, Roma 1958, p. 1523-1525

15 maio 2019

Dá-me todos os que estão sós

Senhor, dá-me todos os que estão sós… Senti em meu coração a paixão que invade o teu, por todo o abandono em que nada o mundo inteiro. Amo todo ser doente e só: até as plantas sem viço me causam dó…, até os animais solitários. Quem consola o seu pranto? Quem tem pena de sua morte lenta? E quem estreita ao próprio coração o coração desesperado? Meu Deus, faze que eu seja no mundo o sacramento tangível do teu Amor, do teu ser Amor: que eu seja os braços teus que estreitam a si e consomem no amor toda a solidão do mundo.

13 maio 2019

Dilatar o coração

Precisamos dilatar o coração segundo a medida do Coração de Jesus. Quanta labuta! Mas é a única necessária. Isso feito, tudo feito. Trata-se de amar a cada um que de nós se achega, como Deus o ama. E, dado que estamos no tempo, amemos ao próximo um por vez, sem guardar no coração resquícios de afeto pelo irmão encontrado um minuto antes. Afinal, é o mesmo Jesus que amamos em todos. Mas, se o resquício fica é porque amamos o irmão de antes por nós mesmos ou por ele… não por Jesus. E aí está o problema. Nossa obra mais importante é manter a castidade de Deus, ou seja, manter no coração o amor, amar como Jesus ama. Portanto, para ser puro não é preciso tolher o coração e nele reprimir o amor. É preciso dilatá-lo segundo a medida do Coração de Jesus e amar a todos. Como basta uma hóstia santa entre os bilhões de hóstias na Terra para nos alimentarmos de Deus, basta um irmão — aquele que a vontade de Deus nos põe ao lado — para comungarmos com a humanidade, que é Jesus místico. E comungar com o irmão é o segundo mandamento, aquele que vem imediatamente após o amor a Deus e como expressão dele.

12 maio 2019

Bela, a mãe!

É tão bela a Mãe, no recolhimento perene em que o Evangelho no-la mostra: “Conservava a lembrança de todos estes fatos em seu coração” (Lc 2,51). Aquele silêncio pleno exerce um fascínio sobre a alma que ama. Como poderia eu viver Maria no seu místico silêncio, quando a nossa vocação é, por vezes, falar para evangelizar, sempre aos quatro ventos, em todos os lugares, ricos e pobres, dos subterrâneos às estradas, às escolas, em todo canto? Maria também falou. E deu Jesus. Ninguém jamais no mundo foi apóstolo maior. Ninguém jamais teve palavra como Maria, que deu à luz o Verbo encarnado. Maria é real e merecidamente Rainha dos Apóstolos. E ela calou-se. Calou-se porque dois não podiam falar. A palavra há de apoiar-se sempre em um silêncio, como uma pintura sobre um fundo. Calou-se porque criatura. Porque o nada não fala. Mas sobre aquele nada, falou Jesus e disse: Ele mesmo. Deus, o Criador e o Tudo, falou por sobre o nada da criatura. Como então viver Maria, como perfumar a minha vida com o seu fascínio? Fazendo calar em mim a criatura e deixando falar nesse silêncio o Espírito do Senhor. Assim vivo Maria e vivo Jesus. Vivo Jesus em Maria. Vivo Jesus vivendo Maria.

11 maio 2019

Até ao amor recíproco

“Fazer-se um”: é isso o amor. “Fazer-se um” com quem quer que encontremos ao longo do nosso dia. “Fazer-se um” até que a pessoa amada desse modo entenda o que é o amor e queira, por seu turno, amar. Assim nasce o amor mútuo, a insígnia dos cristãos ainda hoje válida, como era válida na época dos primeiros seguidores de Cristo. Amor mútuo, que é o mandamento por excelência d e Jesus, a vida da Santíssima Trindade transferida para a terra. Amor mútuo perfeito, radical, porque põe em prática o “como”, que é a medida desse amor: Jesus em seu abandono, que tudo deu de si por nós, inclusive — de algum modo — a sua união com Deus. Amor mútuo que, se for assim vivido, constrói a unidade e gera Jesus em meio aos homens.

10 maio 2019

Modelo de vida

A educação no lar é a base da felicidade de nossos filhos.
Dê toda a sua atenção para a formação do caráter de seus filhos, sobretudo por meio dos exemplos de sua própria vida.
Não discuta jamais com sua esposa. Não dê jamais, um passo errado. Viva de tal forma, que seu filho possa orgulhar-se de você, vendo, em seu exemplo, o modelo que ele deve seguir, para ser um homem de bem.

09 maio 2019

Dinamismo

TENHA dinamismo em sua vida! Não fique aí parado, de braços cruzados.
Não são as ideias bonitas que valem.
São as ações práticas!
Os pés que não caminham criam raízes.
A vida é luta!
Não espere que os necessitados o venham procurar: vá visitá-los em seus tugúrios.
Leve uma palavra de conforto, um sorriso de compreensão, um pensamento de ternura.

07 maio 2019

Também sofrer

Amamos o próximo vivendo em nós a sua vida, portanto, providenciando aquilo que lhe falta. Pois é, amar o próximo quer dizer isso. Mas não apenas isso. Se olhamos para Jesus, podemos observar que Ele amou o próximo dando-lhe de comer, curando-o, perdoando-o etc. Entretanto, não se limitou a isso. Para amá-lo de modo perfeito e completo, Jesus sofreu e ofereceu sua vida por ele. O comportamento de Jesus nos deve iluminar. Dele devemos deduzir que também para nós o amor ao irmão não se pode limitar a “nos fazermos um” com ele. Devemos acrescentar algo mais. Esse algo mais tem um nome: sofrer! A vida que levamos nesta terra é, sem dúvida, marcada pelas alegrias, por aquelas satisfações profundas que, por exemplo, a propagação do Reino de Deus nos propicia. Mas não podemos negar que nossa vida é também marcada pela dor: doenças, tentações, angústias, tormentos, misérias, incompreensões, imprevistos dolorosos… Que significado têm todas essas manifestações de sofrimento? Por qual motivo Deus-Amor as permite? São feições de Jesus Abandonado a ser abraçado, e o abraçamos 3 , mas muitas vezes não nos perguntamos o porquê de tais sofrimentos. Na realidade, para Deus, que faz tudo cooperar para o bem, cada vez que ficamos aflitos, existe sempre um motivo preciso. Esses sofrimentos são dispostos por sua vontade ou por sua permissão para purificação nossa ou para o bem dos outros, bem como para o renascimento espiritual deles ou para o progresso de sua caminhada para Deus. Sim, tudo tem sempre um porquê!

Caminho para a unidade


Na Espiritualidade da Unidade é possível possuir a plenitude da alegria. No Evangelho está escrito: “... que sejam uma só coisa, para que a sua alegria seja plena”.(cf. Jo 15,11; 17,21).
“Consumar-se na unidade”, prontos a dar a vida realmente não idealmente, morrer pelo outro exige a morte total de nós, isto é, não apenas estar prontos a morrer por Jesus no irmão, mas morrer realmente. Foi o que Jesus fez na cruz, ele é o Tudo e fez-se nada.
Podemos chegar a verdadeira unidade porque temos em Jesus Abandonado o modelo do anulamento. E quando não conseguimos estar unidos significa que nós não aceitamos totalmente aquilo que nos faz sofrer. Talvez o aceitamos, mas não o abraçamos e amamos como um tesouro, como a única coisa desejada. Isto significa que em nós existe ainda algo de nosso:
Uma ideia, um pensamento, talvez ate mesmo belo, espiritual, mas se quisermos a unidade, a presença de Deus entre nós, o Espírito Santo entre nós, devemos estar vazios! Vazios como Jesus na cruz que não tinha mais nem pai, nem mãe. Estava lá elevado entre o céu e a terra esvaindo-se em sangue e a plenitude do Pai estava nele e por isso abandonou-se a ele e ressuscitou com o corpo na plenitude divina.
Tendo escolhido Jesus no seu abandono como ideal, já nos primeiros tempos da nossa vida, queríamos conhecer tudo sobre ele e Chiara nos dizia:

“É belo viver Jesus abandonado
No momento presente e chamá-lo pelo nome:
Ele é tudo!
É todos os sofrimentos.
É todos os amores.
É todas as virtudes.
É todos os pecados
(porque se fez pecado, assumiu todos os pecados por amor).
E todas as realidades ““.

Podemos dizer, por exemplo, que Jesus Abandonado é o mudo, o surdo, o cego, o faminto, o esgotado, o desesperado, o traído, o fracassado, o medroso, o sedento, o tímido, o louco, é todos os vícios, a escuridão, a melancolia. O mudo: porque não sabe mais falar; O surdo: não ouve nem a voz de Deus; o cego: não vê mais o seu Paraíso; o faminto: nada mais o sacia; o esgotado: está sem sangue; o desesperado: não vê diante de si alguma luz; o traído: parece-lhe ser traído ate pelo Pai que no momento culminante não faz mais sentir sua presença; o fracassado: tinha feito tantas coisas e tudo pelo Pai e naquele momento não vê fruto algum, nenhum reconhecimento. Tem medo a ponto de gritar, tem sede, não tem mais a coragem de chamar de “Abbá” ao Pai do céu. Parece louco pelo que diz ao ladrão. Parece todos Os vícios com os quais se carregou e que o oprimem ate a morte. Prova as trevas mais escuras e experimenta a saudade por não estar em Casa.
Não é fácil de realizar imediatamente esta oração, este se identificar com Jesus. Estamos a caminho, mas isso nos leva, por meio dele, a luz e a paz em cada momento de nossa vida.

06 maio 2019

Ouça...

NÃO repita apressadamente aquilo que ouve. Informe-se primeiro da verdade. Se for mentira, procure desmentir. Se for verdade, mesmo assim não o repita. Se não puder chegar à evidência, cale. A caridade consiste em saber calar os defeitos alheios, como você gosta que façam com os seus. Seja prudente: o silêncio é de ouro, quando se cala o erro do próximo.

05 maio 2019

O risco da palavra

Para amar, é necessário antes “fazer-se um” com o próximo, em tudo, mas não no pecado. Até aqui, tudo bem. Mas isso não se deve tornar um pretexto para não enfrentarmos o risco da palavra. Devemos estar atentos para não confundir a verdadeira prudência com a falsa, a ponto de ficarmos bloquados num silêncio reprovável. Jesus “fazia-se um” com todos, certamente, transformando a água em vinho, multiplicando os pães, acalmando a tempestade, curando os doentes, ressuscitando os mortos. Mas, ao mesmo tempo, falava. E como falava! Sua Palavra atraía sobre si o amor e também o ódio. Será assim também para nós, mas nem por isso devemos nos calar. Escutemos bem a voz interior que nos guia: teremos possibilidades sempre novas de comunicar nossa dádiva, oportuna e inoportunamente, como são Paulo exorta (cf. 2Tm 4,2).

04 maio 2019

Obras, obras

“Fazer-se um”, viver o outro, participar totalmente. “Fazer-se um” não apenas com palavras ou com sentimentos. “Fazer-se um” cristãmente significa arregaçar as mangas, significa agir: obras, obras; fazer, fazer. Jesus demonstrou o que é o amor ao curar os doentes , ressuscitar os mortos, lavar os pés dos discípulos. Fatos, fatos: isso é amar.

02 maio 2019

O caminho que Deus percorreu

“Para os fracos fiz-me fraco […]. Tornei-me tudo para todos […] a fim de ganhar o maior número possível” (cf. 1Cor 9,22.19). Essa é uma palavra da Escritura que deve ser amada de um modo todo especial. De fato, ela nos lembra o método de quem quer dar a sua contribuição para pôr em prática a prece de Jesus ao Pai: “Que todos sejam um”, ou seja: “fazer-se um” com cada próximo. Sim, esse é o caminho, porque é o mesmo que Deus percorreu para manifestar-nos o seu amor: Ele se fez homem como nós e foi crucificado e abandonado, para colocar-se ao mesmo nível de todos. Fez-se verdadeiramente “fraco com os fracos”.

Saber calar

NÃO repita apressadamente aquilo que ouve. Informe-se primeiro da verdade.

Se for mentira, procure desmentir.

Se for verdade, mesmo assim não o repita.

Se não puder chegar à evidência, cale.

A caridade consiste em saber calar os defeitos alheios, como você gosta que façam com os seus.

Seja prudente: o silêncio é de ouro, quando se cala o erro do próximo.

01 maio 2019

O amor constrói a igualdade

Se permanecemos indiferentes ou conformados perante as necessidades do nosso próximo, tanto no plano dos bens materiais como no dos bens espirituais, não podemos dizer que amamos o próximo como a nós mesmos. Não podemos dizer que o amamos como Jesus o amou. De fato, entre pessoas que querem inspirar-se no amor ensinado por Jesus, não pode haver lugar para as desigualdades, os desníveis, as marginalizações e os descasos.