31 dezembro 2018

Ajude sempre

AJUDE, mesmo conversando! Uma boa palavra, um sorriso de incentivo, um pensamento construtor são, muitas vezes, o ponto de partida para uma grande vitória daqueles que nos cercam. Se observar tristeza ou preocupação, procure ajudar. Se não puder agir, fale. Se não puder falar, ao menos pense firmemente, desejando a felicidade e esta atingirá seu objetivo. Mas, ajude sempre!

30 dezembro 2018

A maior dor

Mas, quase simultaneamente, vemos que, ao adjetivo “crucificado”, vem juntar-se um outro: “abandonado”. O que significa isto? Como se deu a manifestação de Jesus Abandonado como vocação específica nossa? Em 24 de janeiro de 1944, um sacerdote nos dissera que a maior dor de Jesus foi quando gritou na cruz: “Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste?” ( Mt 27,46; Mc 15,34). Na época, ao contrário, o pensamento corrente entre os cristãos era que fora a dor sentida no Getsêmani. Mas nós, tendo uma grande fé nas palavras do sacerdote porque ministro de Cristo, acreditamos que a dor do abandono fora a dor máxima. Por outro lado, sabemos hoje que essa convicção está-se tornando patrimônio comum da teologia e da espiritualidade. O encontro com aquele sacerdote foi uma circunstância extrínseca, mas — constatamos isso agora — era a resposta que Deus dava a uma prece nossa, quando, fascinadas pela beleza do seu Testamento, nós, primeiras focolarinas, todas unidas, havíamos pedido a Jesus, em seu nome, que nos ensinasse a realizar a unidade, que Ele rogara ao Pai antes de morrer. E até hoje, nestes cinqüenta e seis anos de vida do Movimento, sempre experimentamos que é justamente o amor a Jesus crucificado e abandonado aquilo que possibilita colocar em prática a unidade.

29 dezembro 2018

O símbolo

Jesus Abandonado é o símbolo, é o sinal, é a indicação precisa dessa redenção. Mesmo que a redenção se tenha processado em todas as dores espirituais e físicas de Jesus, a dor maior, a que simboliza toda a redenção, teve lugar no momento em que Ele sentiu a separação do Pai. Naquele instante Ele reuniu a humanidade ao Pai. Portanto, pode-se ver em Jesus Abandonado a dor típica com a qual se consumou a redenção do gênero humano. (Foresi, 1988, pp. 56-57)

28 dezembro 2018

Vocação para a dor

Lembro quão grande foi a minha impressão em Jerusalém, ao nos mostrarem no Calvário o furo onde foi plantada a cruz de Jesus . Joelhos por terra, aniquilada quase em adorador reconhecimento, só uma idéia me veio à mente: se não tivesse havido esta cruz, todas as
nossas dores, as dores de todos os homens não teriam tido um nome. Mas, “Cristo não mostra apenas a dignidade da dor” , diz Paulo VI. “Ele lança a vocação para a dor… convoca a dor (inclusive a nossa) para sair da sua desesperada inutilidade e, se unida à sua, tornar-se fonte positiva de bem” (Paulo VI, 1964, p. 212).

27 dezembro 2018

Cantai a Deus

Cantai a Deus,
Céus imensos, infinitos.
Cantai a Deus,
Todos os seus anjos.
Cantai a Deus,
Santos do seu reino.
Cantai e louvai a Deus:
Deus vos ama.
Cantai e louvai a Deus:
Deus está em vós!

26 dezembro 2018

A bondade de seu coração

Não duvide do poder da bondade, embora pareça que tudo está contra você.

Um coração com Deus representa maioria, contra toda uma multidão desvairada.

A bondade praticada em todos os momentos é uma sementeira que nos garantirá colheitas de felicidade e paz.

Só quem planta bondade encontra dentro de si força de viver com Deus.

Use, então, sem restrições, a bondade de seu coração.

25 dezembro 2018

Luz divina

O mundo está cheio da Luz Divina! Procure percebê-la e sentir em si as irradiações benéficas, que se derramam sobre todas as criaturas, aproveitando ao máximo o conforto que isto lhe trará ao espírito. Olhe tudo com olhos de bondade e alegria! Busque descobrir a luz que brilha dentro de você e dentro de todas as criaturas, embora, muitas vezes, esteja ela recoberta por grossa camada de defeitos!

24 dezembro 2018

Bases sólidas

VOCÊ, que é jovem, construa a sua felicidade em bases sólidas.
A felicidade não depende dos outros, mas de nós mesmos.
Se alguém quiser desviá-lo do bom caminho, não o acompanhe: siga a estrada reta do bem, pois só assim conseguirá ter alegria em seu coração.
Estude o mais que puder, ouça os conselhos de seus pais, seja puro e sincero em suas afeições, pois assim construirá uma vida nobre e digna.

23 dezembro 2018

Resolva seu problema

RESOLVA seu problema!
Há muito tempo você se propõe reformar sua vida, melhorar seus atos, cessar definitivamente suas fraquezas.
Vamos, então, começar a partir deste momento!
Não deixe para amanhã o que pode fazer hoje...
De certo você não há de resolvê-lo do dia para a noite... Mas, comece já!
E se cair de novo, não desanime: saiba recomeçar quantas vezes for preciso!

22 dezembro 2018

Crianças

VEJA, na criança, o futuro da humanidade. Mantenha-se, por isso, solidário com os trabalhos que visem a beneficiá-las. Lembre-se de que cada criança poderia ser um filho querido de seu coração. Colabore na recuperação das crianças desajustadas, sobretudo mediante seu exemplo 'dignificante e nobre. Em todos os setores, a criança é sempre o futuro, e por isso precisa ser atentamente ajudada em suas necessidades.

20 dezembro 2018

Repousar a mente

APRENDA a repousar sua mente.
A mente cansada não pode pensar direito.
Repouse a mente, fazendo o exercício da Higiene Mental, para conquistar cada vez maior energia e vigor.
O cérebro cansado turva o pensamento... E o pensamento é a maior força criadora que existe sobre a terra.
Repouse o cérebro, para pensar com acerto e alegria.

19 dezembro 2018

Deus habita dentro de mim

NÃO repise suas dificuldades e dores, porque isso prejudica sua saúde, provoca enfermidades. Não dê a seu corpo alimentos nocivos, de pensamentos negativos. Fale sempre de saúde e riqueza, de progresso e vitória. Diga: 'a força de Deus habita dentro de mim'.
Os bons pensamentos produzem frutos de alegria e aumentam a felicidade cada dia mais. A palavra do homem é responsável pelo estado de sua saúde física.

18 dezembro 2018

Sementes de bondade

Plante sementes de bondade e de amor, mas não se preocupe com os resultados futuros.

Se não obteve o bem que você esperava, ou se o benefício não provocou a gratidão desejada, não se aborreça. Ajude e passe adiante!

Lance as sementes ao solo, e deixe que cresçam e frutifiquem segundo as possibilidades do terreno.

Aguarde o tempo... Mas, por enquanto, plante as sementes da bondade e do amor, por onde quer que você passe.

16 dezembro 2018

Um coração bom e generoso

O céu está dentro de você!
Aprenda a viver no paraíso.
Não é preciso morrer para ir para o céu, não!
Não criamos em nós os infernos de tristeza e angústia.
Então aprenda a criar o paraíso da alegria.
Perdoe sempre e siga adiante, evitando aborrecer-se.
Não dê importância ao que dizem de você.
Deixe que sua alegria brote do íntimo de seu coração bom e generoso.

15 dezembro 2018

Aprenda a dominar-se

SAIBA dominar-se e vencer-se a si mesmo.
Vitorioso não é aquele que vence os outros, mas o que se vence a si mesmo, dominando seus vícios e superando seus defeitos.
A vitória sobre si mesmo é muito mais difícil, e quem consegue isto pode ser classificado como verdadeiro herói.
Aprenda a dominar-se, e jamais desanime.
Se desta vez não conseguiu, recomece e um dia sairá vitorioso!

13 dezembro 2018

Deus nos guia

DEUS nos guia sempre, dando-nos a orientação de nossa vida. Mas precisamos ser receptivos, para ouvir Sua voz, sabendo-a interpretar através das circunstâncias que cercam nossa vida levando-nos ao maior progresso espiritual nosso ser. Procure meditar silenciosa mente, para ouvir a voz de Deus, que o guia, sem jamais abandoná-lo.

11 dezembro 2018

Desperte para a vida

DESPERTE para a vida.

Medite em suas responsabilidades perante a humanidade e perante Deus...
De você dependem criaturas que o cercam, na família, no trabalho na sociedade.

Não fuja à responsabilidade que você assumiu: realize seu trabalho com amor, produzindo o melhor que puder, e o máximo que suas forças o permitirem.

Em suas mãos está uma parte do futuro da humanidade.

09 dezembro 2018

Íntimo da nossa alma

SEJA o mesmo, dentro e fora do lar. O lar é a sociedade em miniatura!

A sociedade é o lar ampliado. Num e noutra, seja o mesmo: firme em sua palavra, seguro em seu pensamento, honesto em seus atos, calmo na confiança em si mesmo.

O homem é o que é E a manifestação externa reflete o estado intimo de nossa alma.

08 dezembro 2018

Raciocinar e pensar

DESENVOLVA a parte humana de seu ser. Não viva apenas na parte vegetal ou animal, por meio do instinto.

Desenvolva a parte humana de seu ser. Procure conhecer a Verdade de sua origem e de seu destino, utilizando seu pensamento para conhecer-se a si mesmo cada vez mais.

Por menos cultura que você possua, você tem uma inteligência, com capacidade para raciocinar e pensar.

07 dezembro 2018

Alegria

SEJA alegre, procurando fazer todo o bem que puder, em que permanecer na face da terra.

Espalhe em torno de si esmolas de conforto, palavras de carinho, sorrisos de felicidade.

Responda com alegria e otimismo a todos aqueles que lhe dirigirem a palavra, sem irritar-se jamais.

Imprima, em cada dia de sua vida, toda a bondade que existe no fundo de seu coração.

05 dezembro 2018

TERCEIRA IDADE, FONTE PARA UM MUNDO UNIDO



Porém, pode nascer uma pergunta: envelhecer e vivenciar os anos da terceira idade é algo positivo?
Minha mãe, que partiu para o céu aos 94 anos, afirmava que a ela foi concedida uma vida longa, porque havia cuidado de seus pais de modo intenso e um pouco especial, no lugar de sua irmã que não podia. Ela me repetia aquilo que Deus nos comandou na Antiga Lei e que depois Jesus reafirmou: “Honra teu pai e tua mãe para que se prolonguem os teus dias sobre aterra” (cf. Mt 15,5; Dt 5,16).
Portanto! devemos pensar que se Deus dá uma vida longa como prêmio a um comportamento tão admirável para com os pais, significa que envelhecer é um bem.
E é verdade, simplesmente porque vivemos uma única vez e, se a vida é uma dádiva, quanto mais longa ela for, maior será o dom.
Todavia, por vezes, a vontade de Deus pode nos reservar uma vida breve. Porém, se nela alcançarmos a sabedoria do coração, será considerada longa. Foi o que aconteceu com Santa Teresinha do Menino Jesus, que viveu pouco mais de vinte anos. Ela, porém, já havia vivido bastante, porque chegou à meta: embora fosse “pequena”, inclusive pela infância espiritual que a animava, já era madura pela sabedoria do coração.
Uma longa vida serve para desenvolver no espírito humano a sapiência, a sabedoria, a experiência para si e para muitos.
Meu pai dizia sempre: “Com o tempo muitas coisas se ajustam”. Ele não teria podido externar essa sua sábia convicção, se não tivesse tido tempo na vida: morreu aos 74 anos.
Eu conheci muitas pessoas idosas e duas delas me marcaram mais: Igino Giordani, de quem se falará neste congresso, e o Patriarca Ecumênico Atenágoras I.
            Encontrei-me com Atenágoras umas dez vezes para importantes colóquios que envolviam a Igreja, o ecumenismo e o nosso Movimento. Todavia o que mais me impressionava era a sua pessoa. O interessante é que ninguém percebia que ele era ancião, por mais que o demonstrasse a sua longa barba branca.
Era possuidor de um carisma e já este fato proporciona uma juventude perene. E era sábio, um sábio na mente e no coração, porque também o seu coração ardia pelos ideais que o consumiam, tal como aquele de celebrar um dia juntamente com o Santo Padre, no único Cálice. Ele parecia e era realmente um profeta.
Graças a Deus existem estes exemplos que renovam a estima pela vida do homem e da mulher em idade avançada! Este é um hábito generalizado no Oriente, que no Ocidente se perdeu. prejudicando a sua civilização.
Na Ásia e também na África os idosos não são apenas respeitados, mas venerados, ouvidos, obedecidos, porque
— todos reconhecem — possuem a sabedoria.
Porém, nos questionamos, para que serve a vida de uma pessoa idosa, se ela é reduzida a bem pouco no seu período terminal?
É preciso lembrar que a vida do homem não se limita ao tempo que ele transcorre aqui na terra. Ela continua e pode atingir a alegria do paraíso, se Deus o considerar pronto e purificado de suas culpas.
Por isso, ao invés de enfrentar essa invenção da misericórdia de Deus, que é o purgatório, quase sempre muito doloroso, é melhor começar a descontá-lo já daqui (pois é mais fácil e tem mais valor), suportando as penas que normalmente a velhice acarreta até o momento do encontro com o Pai.
Logicamente, precisamos ter fé para raciocinar assim.

Mas o que a fé nos diz é verdade.

Às vezes também me perguntam como foi que cheguei aos 77 anos e por que as minhas atividades em vez de diminuírem foram aumentando.

A minha resposta é esta: depende do estilo de vida que, com a ajuda de Deus, procurei e procuro impor a mim mesma. E a vida evangélica, seguir os mandamentos e os conselhos de Jesus, cujo peso é sempre leve e suave (cf. Mt 11,30).

Motivados assim a tristeza, as angústias, os problemas não nos fazem sucumbir. São Pedro, já velhinho, recomenda aos anciãos, pastores do rebanho, que lancem toda e qualquer preocupação em Deus, porque Ele cuida de nós (cf. Pd 5,7) e isso nos dá alívio pois passamos para um Outro os nossos pesos.

Pode parecer incrível, mas é exatamente assumindo o princípio de São Paulo: “Não conheço senão Cristo e Cristo crucificado” (cf. 1 Cor 2,2), ou seja, preferindo o sofrimento e o esforço para viver a virtude a todo o resto, que encontramos a plenitude da vida. Porque só quem se lança nos braços da cruz é que encontra o amor e o amor é a alegria.



(Mensagem de Chiara ao Congresso Internacional do Movimento Humanidade Nova, Rimini (Itália), 18 de abril de 1997).

04 dezembro 2018

JESUS EM NÓS E A VONTADE DE DEUS


Perguntas Feitas a Chiara sobre Jesus em nós e a vontade de Deus  

1.    Se não temos o Evangelho conosco, se por acaso o perdemos, como é possível que Deus se comunique conosco?

Um dia Santa Catarina passava uma provação e então perguntou ao Senhor porque Ele a tinha abandonado e porque ela se sentia tão sozinha. E vocês sabem, o que foi que lhe respondeu? “Eu estou no centro do seu coração”.

Eis ainda onde está Jesus. No coração de cada gen em graça de Deus com a chama acesa.

É impossível perder o coração, o levamos sempre conosco. E Deus, o Amor, a Santíssima Trindade veio habitar nele.

Quando vocês se sentirem sós, saibam que não é verdade, recolham-se um pouco e digam a Jesus: “Obrigado porque estás comigo, quero-Te bem e quero ser um cristão de verdade”.

Quantas presenças de Jesus; não é verdade? Na Eucaristia, no nosso meio, no irmão, na palavra de Deus, em nós.

2.    Chiara, o que você faz quando percebe que não fez a vontade de Deus, e que aquilo que você fez está errado? Isso aconteceu comigo várias vezes...

Quando me acontece de não fazer a vontade de Deus, de viver mal um momento presente, eu lhe peço logo perdão dentro do meu coração. Porém, aprendi uma coisa: pedir-lhe perdão sorrindo, sem pesar sobre Jesus. De fato, vi que uma ou outra focolarina vem até mim e me diz: “Chiara, perdoa-me, perdoa-me...” e quer realmente ser mimada. E isto é um peso para mim.

Então disse a mim mesma: “Estou dando um peso a Jesus quando digo: perdoa-me, perdoa-me, perdoa-me...” E então digo a Ele: “Jesus, escuta, errei, eu te peço perdão, mas estou muito contente”. Assim, nesta dor, abraço Jesus Abandonado e procuro logo fazer a vontade de Deus que vem em seguida.

Mas devo dizer-lhe também uma outra coisa: algumas vezes, mesmo tendo pedido a Ele perdão, fico ainda um pouquinho insatisfeita. Então faço qualquer coisinha para reparar aquilo que não fiz antes. Por exemplo, se eu estou sozinha no quarto beijo o chão: uma pequena coisa para reparar todo o mal que fiz. E digo a verdade: assim me sinto bem.

Experimente você também, depois me contará se deu certo.


Chiara em Ottmaring, 19 de setembro de 1981

01 dezembro 2018

Palavra de Vida – Dezembro de 2018

“Alegrai-vos sempre no Senhor!” (Fl 4,4)

O apóstolo Paulo escreve à comunidade da cidade de Filipos1, numa ocasião em que ele mesmo era alvo de uma perseguição que o colocava em sérias dificuldades. Mesmo assim ele aconselha – parece quase um comando – a esses seus caros amigos: “Alegrai-vos sempre!”. Será possível dar uma ordem dessas? Olhando ao nosso redor, não encontramos muitos motivos de tranquilidade, quanto mais de alegria! Diante das preocupações da vida, das injustiças da sociedade, das tensões entre os povos, custa já um grande esforço não nos desencorajarmos, nos sentirmos oprimidos, fecharmo-nos em nós mesmos. No entanto, Paulo convida também a nós:

“Alegrai-vos sempre no Senhor!”

Qual será o seu segredo? (...) Existe um motivo para que, apesar de todas as dificuldades, estejamos sempre na alegria. É a vida cristã tomada a sério que leva a isso. Por meio dela Jesus vive com plenitude dentro de nós e com Ele não podemos deixar de estar na alegria. É Ele a fonte da verdadeira alegria, porque dá sentido à nossa vida; nos guia com a sua luz; nos liberta de todo temor tanto com relação ao que se refere ao passado como com relação a tudo o que ainda nos espera; nos dá a força para superar todas as dificuldades, tentações e provações que possamos encontrar2. A alegria do cristão não é um simples otimismo, ou a segurança do bem-estar material, ou a satisfação de quem é jovem e tem boa saúde. Mais que isso, é fruto do encontro pessoal com Deus no profundo do coração.

“Alegrai-vos sempre no Senhor!”

Dessa alegria, diz ainda Paulo, nasce a capacidade de acolher os outros com cordialidade, a disposição de encontrar tempo para dedicar a quem está ao nosso redor3. Mais ainda: em outra ocasião, Paulo relembra com força a palavra de Jesus: “Há mais felicidade em dar do que em receber”4. Quando nos encontramos em companhia de Jesus, também se manifesta a paz do coração, a única que pode contagiar com a sua força desarmada as pessoas ao nosso redor. Na Síria, apesar dos graves perigos e das privações da guerra, recentemente um grande grupo de jovens se reuniu para compartilhar as experiências de Evangelho vivido e experimentar a alegria do amor mútuo. Depois desse encontro eles saíram decididos a testemunhar que a fraternidade é possível. Assim escreve um dos participantes: São muitos os testemunhos de histórias de dor lacerante e de esperança, de fé heroica no amor de Deus. Alguns perderam tudo e agora vivem com a família em um campo de refugiados; outros viram morrer seus entes mais queridos (...). É intensa a dedicação desses jovens para gerar vida ao seu redor: organizam festivais nas cidades, envolvendo milhares de pessoas; reconstruíram uma escola e uma praça no centro de um povoado, trabalhos que não tinham sido concluídos por causa da guerra; eles oferecem apoio a dezenas de famílias de refugiados (...). Brotam no coração as palavras de Chiara Lubich: “A alegria do cristão é como um raio de sol que brilha numa lágrima; uma rosa que desabrochou de uma poça de sangue; essência de amor destilada pela dor (...); por isso tem a potência apostólica de uma nesga de Paraíso”5. Nos nossos irmãos e irmãs da Síria encontramos a fortaleza dos primeiros cristãos, que nessa tremenda guerra testemunham a confiança e a esperança em Deus Amor, transmitindo-a aos seus companheiros de viagem. Agradecemos à Síria por essa lição de cristianismo vivido!

Letizia Magri

1 Importante cidade romana pertencente à Macedônia; hoje, sítio arqueológico na Grécia.
2 Chiara Lubich, Convite à alegria, em “Città Nuova”, 31 (1987/22), p. 11.
3 Cf. Fl 4,5.
4 At 20,35.
5 Chiara Lubich, A alegria, Jubileu dos jovens, Roma, 12/4/1984.

28 novembro 2018

Em toda parte

Deus está em toda a parte ao mesmo tempo, em redor de você, dentro de você!
Jamais você está desamparado.
Nunca está só...
Não permita que a mágoa o perturbe: procure manter-se calmo, para ouvir a voz silenciosa de Deus dentro de você.
Assim, poderá superar todas as dificuldades que aparecerem em seu caminho, e há de descobrir a Verdade que existe em todas as coisas e pessoas.

27 novembro 2018

DISPOSIÇÃO PARA “DAR A VIDA”



      De uma palestra aos jovens da Jornada Mundial da Juventude



      Santiago de Compostela, 16 de agosto de 1989

      Se alguém ama, é frequente ser amado de volta, e por isso o amor se torna mútuo. E esse é o mandamento próprio de Jesus. Vocês sabem, na Trindade vive-se o amor e, portanto, Jesus trouxe o amor mútuo, porque as pessoas da Santíssima Trindade se amam assim.

      De fato, Jesus diz que esse mandamento é “seu” – “o meu mandamento” – e é “novo”, termos que não se encontram em outras partes [do Evangelho]. Diz: “Amai-vos como eu vos amei” (cf. Jo 15,12). É uma medida! Morreu por nós e diz que é preciso amar um ao outro até dar a vida: “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida” (cf. Jo 15,13).

      Portanto, vocês entendem que ceder um espaço na barraca de lona, uma cama de campanha, uma coisa qualquer, em comparação com a vida, já que é essa a medida…

      E os seguidores de Jesus não poderão dizer que são autênticos se não forem capazes de dar a vida.

      É algo muito exigente, mas não tenham medo. Existem os que os precederam: Jesus como primeiro, os santos. […]

      Nem sempre nos é solicitado dar a vida: agora, por exemplo, vocês, no máximo, têm de ficar ouvindo e eu, falando alguma coisa: não é realmente dar a vida. Mas, no fundo, é preciso ter sempre esta disposição: se me for solicitada [a vida], eu a dou; se me for solicitada… No fundo, é preciso tê-la.

25 novembro 2018

Agradecer a Deus

Já pensou em agradecer a Deus pelo ar que respira, desde que nasceu, sem que jamais lhe tenha faltado?
O ar está sempre à sua disposição, de graça.
Agradeça ao Pai também a água que o sacia, o sol que ilumina seu dia, dando-lhe oportunidade de trabalhar, a noite que lhe proporciona o repouso, a saúde, a alegria, os amigos...
O agradecimento é uma obrigação que não devemos jamais esquecer.

21 novembro 2018

Pensamentos

NOSSA mente é um aparelho de rádio, que transmite nossos pensamentos e recebe os alheios.

Mas só receberemos os pensamentos que quisermos.

Depende de nós fixarmos nossa mente numa faixa elevada de vibrações de bondade e amor, para que só sejamos atingidos por pensamentos idênticos.

Desta maneira, nenhum pensamento de maldade e de enfermidade nos poderá atingir.

20 novembro 2018

Intensidade

VIVA sua vida interior com mais intensidade, porque Deus está permanentemente dentro de você, apesar de suas imperfeições e defeitos.

O Pai habita em todas as coisas criadas, chamando todas as criaturas para o caminho da justiça, da virtude, do amor.

Ninguém pode destruir esta verdade: Deus está dentro de você.

Saiba descobri-lo e terá conquistado a felicidade.

19 novembro 2018

O bem de quem ama a Deus

TENHA a certeza de que nenhum mal lhe pode acontecer, porque a Força Divina é sua proteção permanente.

O mal que lhe acontece talvez seja apenas uma experiência, pela qual você passa.

'Mas tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus', mesmo as dores e sofri mentos, as doenças e perseguições.

Nenhum mal pode atingi-lo, a não ser aquele que você mesmo pratica.

18 novembro 2018

A própria hora

TUDO tem sua hora própria. 'O próprio céu tem horário para as trevas e para a luz'.

Aprenda com a natureza! Se em certas horas precisamos receber, não se esqueça de que, noutras horas, temos obrigação de dar.

Ajude, pois, mas sem querer substituir-se a quem você ajuda.

Cada um precisa caminhar com seus próprios pés, para aprender a viver. Saiba distinguir o momento oportuno de dar e de receber.

17 novembro 2018

Dominar-se

SAIBA dominar-se e vencer-se a si mesmo.
Vitorioso não é aquele que vence os outros, mas o que se vence a si mesmo, dominando seus vícios e superando seus de feitos.
A vitória sobre si mesmo é muito mais difícil, e quem consegue isto pode ser classificado como verdadeiro herói.
Aprenda a dominar-se, e jamais desanime.
Se desta vez não conseguiu, recomece e um dia sairá vitorioso!

14 novembro 2018

Superar a dor

VOCÊ está sofrendo? Supere sua dor com heroísmo, porque só os vencedores conseguirão o prêmio que se encontra à espera deles.
Não se apresse, mas também não desanime.
Supere sua dor com heroísmo, busque alegria, e viva com a sensação otimista daquele que sabe lutar sem desfaleci mento.
E verifique que sua vida se transformará num hino de ação de graças ao PAI Todo-Bondade.

13 novembro 2018

Viver o momento presente

24 de outubro de 2001

Diário de Chiara

Vivendo bem (com seriedade) o momento presente, amo a Deus com todo o coração, a mente, as forças.
O final da vida é o futuro que se tornará presente. Portanto, para se preparar para o “momento do qual a Eternidade depende” basta viver o momento presente, desde agora e sempre.
No presente, é preciso morrer sempre para ressuscitar. O nosso modo? Embora aceitando, em determinados momentos, a necessidade das mortificações, morremos amando. Mas, amando, também ressuscitamos.
No presente, devemos fazer somente a vontade de Deus, não pensando, não desejando, não nos aplicando em outra coisa. Devemos vivê-la com atos íntegros, límpidos, como único incenso que sobe até Deus. E naquele ato, colocar toda a mente, o coração, as forças.

Do Livro A Vontade de Deus, Cidade Nova - São Paulo, 2011, pág. 84

12 novembro 2018

Fonte de água viva

“Todo o que bebe dessa água, terá sede de novo; mas quem beber da água que eu darei, nunca mais terá sede: porque a água que eu darei se tornará nele uma fonte de água jorrando para a vida eterna.” (Jo 4,13-14)

Nesta pérola do Evangelho, que são as palavras dirigidas à samaritana junto ao poço de Jacó, Jesus fala da água como do elemento mais simples, que, no entanto, se revela o mais almejado, o mais vital para quem tem familiaridade com o deserto. Ele não precisava explicar muita coisa para dar a entender o que significa a água.
A água da fonte serve para a nossa vida natural, enquanto que a água viva, da qual Jesus fala, se destina à vida eterna.
Assim como o deserto floresce somente depois de uma chuva abundante, também as sementes plantadas em nós com o batismo só podem germinar se forem regadas pela Palavra de Deus. E a planta cresce, lança novos rebentos e assume a forma de uma árvore ou de uma linda flor. E tudo isso porque recebe a água viva da Palavra, que desperta a vida, mantendo-a por toda a eternidade.

“Todo o que bebe dessa água, terá sede de novo; mas quem beber da água que eu darei, nunca mais terá sede: porque a água que eu darei se tornará nele uma fonte de água jorrando para a vida eterna.”

As palavras de Jesus dirigem-se a todos nós, os sedentos deste mundo: aos que estão conscientes da própria aridez espiritual e ainda sentem os tormentos da sede, bem como aos que nem sequer sentem mais a necessidade de matar a sede na fonte da verdadeira vida e dos grandes valores da humanidade.
Mas, no fundo, é a todos os homens e às mulheres de hoje que Jesus dirige um convite, revelando onde podemos encontrar a resposta aos nossos porquês e satisfazer plenamente as nossas aspirações.
Depende de todos nós, portanto, alimentar-nos de suas palavras, deixar-nos embeber da sua mensagem.
De que forma?
Reenvagelizando a nossa vida, confrontando-a com as suas palavras, procurando pensar com a mente de Jesus e amar com o seu coração.
Cada momento em que procuramos viver o Evangelho é uma gota daquela água viva que bebemos.
Cada gesto de amor ao nosso próximo é um gole daquela água.
Sim, porque aquela água tão viva e preciosa tem isto de especial: jorra no nosso coração cada vez que o abrimos ao amor para com todos. É uma fonte – a fonte de Deus – que libera água na mesma medida em que seu veio profundo serve para saciar a sede dos outros, com pequenos ou grandes atos de amor.

“Todo o que bebe dessa água, terá sede de novo; mas quem beber da água que eu darei, nunca mais terá sede: porque a água que eu darei se tornará nele uma fonte de água jorrando para a vida eterna.”

1 Esta Palavra de Vida foi publicada originalmente em março de 2002

11 novembro 2018

Amarás como ati mesmo

“Amarás teu próximo como a ti mesmo.” (Mt 22,39)


Essa frase consta também no Antigo Testamento (Lv 19,18).
Para responder a uma pergunta capciosa, Jesus se insere na grande tradição profética e rabínica que indagava sobre o princípio unificador da Torá, ou seja, sobre o ensinamento de Deus contido na Bíblia. Um contemporâneo de Jesus, Rabbi Hillel, tinha dito: “Não faça com seu próximo aquilo que detestaria fosse feito a você, nisto se resume toda a lei. O resto é apenas interpretação” (Shabbat 31a).
Para os mestres do judaísmo, o amor ao próximo provém do amor a Deus, que criou o homem à sua imagem e semelhança – por essa razão, não se pode amar a Deus sem amar a sua criatura; esse é o verdadeiro motivo do amor ao próximo e é “um princípio grande e geral na lei” (Rabbi Akiba, comentários rabínicos a Lv 19,18).
Jesus reforça esse princípio e acrescenta que o mandamento de amar o próximo é semelhante ao primeiro e maior de todos os mandamentos: amar a Deus com todo o coração, com toda a mente e com toda a alma. Ao afirmar que existe uma relação de semelhança entre os dois mandamentos, Jesus os une definitivamente. Isso será feito também por toda a tradição cristã. É o que confirma o apóstolo João de modo lapidar: “Quem não ama seu irmão, a quem vê, não poderá amar a Deus, a quem não vê” (1Jo 4,20).


“Amarás teu próximo como a ti mesmo.”

Todo ser humano é – o Evangelho inteiro afirma isso claramente – nosso "próximo", homem ou mulher, amigo ou inimigo, a quem se deve respeito, consideração, apreço. O amor ao próximo é universal e pessoal ao mesmo tempo. Abraça toda a humanidade e se especifica “naquele que está ao seu lado”.
Mas, quem pode nos dar um coração tão grande, quem pode suscitar em nós uma benevolência tão grande a ponto de considerarmos como nossos “próximos” inclusive as pessoas com quem não temos nada a ver, de nos fazer superar o amor-próprio, para vermos a nós mesmos nos outros? É um dom de Deus, ou melhor, é o próprio amor de Deus que “foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5,5).
Logo, não se trata de um amor comum, não é simples amizade nem apenas filantropia, mas é aquele amor que foi derramado em nossos corações já no batismo, aquele amor que é a vida do próprio Deus, da Santíssima Trindade, e do qual podemos participar.
O amor, portanto, é tudo. Mas para podermos vivê-lo bem, é necessário conhecer as suas qualidades, que sobressaem do Evangelho e da Sagrada Escritura em geral, e que vamos tentar sintetizar em alguns aspectos fundamentais.
Antes de tudo, Jesus, que morreu por todos, amando a todos, nos ensina que o verdadeiro amor deve ser dirigido a todos. Não é como o amor que muitas vezes vivemos, meramente humano, que tem um raio de alcance restrito: a família, os amigos, os vizinhos… O amor verdadeiro que Jesus pede não admite discriminações; não faz distinção entre a pessoa simpática e antipática; para esse amor não existe o bonito e o feio, o adulto e a criança, o conterrâneo e o estrangeiro, o irmão da própria Igreja ou de outra, da própria religião ou de outra. Esse amor ama a todos. É isso que devemos fazer: amar a todos.
E ainda, o amor verdadeiro toma a iniciativa; não espera ser amado, como em geral acontece com o amor humano, que nos leva a amar aqueles que nos amam. Não, o amor verdadeiro toma a iniciativa, como fez o Pai quando, sendo nós ainda pecadores – e, portanto, quando ainda não amávamos –, mandou o Filho para nos salvar.
Sendo assim, amar a todos e tomar a iniciativa no amor.
O amor verdadeiro reconhece também a presença de Jesus em cada próximo. No juízo final, Jesus nos dirá: “Foi a mim que o fizestes” (cf Mt 25,40). Isso vale para o bem que fazemos e, infelizmente, também para o mal.
O amor verdadeiro ama o amigo, mas também o inimigo; faz-lhe o bem, reza por ele.
Jesus deseja também que o amor, trazido por Ele à terra, se torne recíproco: que um ame o outro e vice-versa, de modo que se alcance a unidade.
Todas essas qualidades do amor nos levam a entender e viver melhor a Palavra.


“Amarás teu próximo como a ti mesmo.”

O amor verdadeiro ama o outro como a si mesmo. Isso deve ser seguido ao pé da letra: temos realmente que ver no próximo um “outro nós” e fazermos ao outro o que faríamos a nós mesmos. O amor verdadeiro é o que sabe sofrer com quem sofre, alegrar-se com quem se alegra, carregar os pesos dos outros e, como diz Paulo, sabe “fazer-se um” com a pessoa amada. Dessa forma, é um amor não só de sentimento ou de palavras bonitas, mas que se exprime em fatos concretos.
Quem possui outra fé religiosa também procura agir assim, segundo a conhecida “regra de ouro”, que existe em todas as religiões. Ela exige que façamos aos outros o que gostaríamos que fosse feito a nós. Gandhi a explica de modo muito simples e eficaz: “Não posso fazer mal a você sem ferir a mim
mesmo” (cf. Wilhelm Mühs, Palavras do Coração, Cidade Nova, São Paulo, 1998).
Este mês, portanto, deve ser uma oportunidade para reavivarmos o amor ao próximo, que tem os mais diferentes rostos: o vizinho, a colega de escola, o amigo, o parente mais próximo. Mas tem também o rosto daquela humanidade angustiada dos países em guerra ou das vítimas de catástrofes naturais, que a
televisão traz às nossas casas. Antes eram desconhecidos e muito distantes, mas agora também eles se tornaram nossos próximos.
O amor vai nos sugerir, em cada circunstância, o que fazer e, aos poucos, dilatará o nosso coração segundo a medida do coração de Jesus.

10 novembro 2018

... até o final dos tempos

“Eis que estarei convosco todos os dias, até o final dos tempos”. (Mt 28, 20)

Jesus ressuscitou. Desejando falar com seus discípulos, chama-os a um monte onde dá a eles uma série de diretivas para o futuro, até o fim dos tempos. Ele está cercado pelos onze apóstolos, que se prostraram diante dele, plenamente conscientes de que aquele que está entre eles é o seu Senhor, e também o Senhor do mundo. O Pai premiou o Filho dando-lhe “todo o poder”, inclusive o de julgar o mundo no final dos tempos.
Jesus, encontrando-se com os apóstolos, confia a eles a missão de fazer com que todos os povos tornem-se seus discípulos. Isto se realizará por meio do batismo e do fato de “ensinar e observar” tudo o que Ele mandou. O batismo, de fato, não basta por si só, mas deve ser vivido, transformado em vida.
No entanto esta grandiosa tarefa de levar a luz a todos os povos não será uma obra humana, pois, diz Jesus:

“Eis que estarei convosco todos os dias, até o final dos tempos”.

Antes de voltar como juiz, Jesus continuará a estar próximo dos discípulos e a sustentá-los. Estará presente entre eles, não somente quando se reunirem ao redor do altar para celebrar a Sua morte e nutrirem-se da Eucaristia, mas sempre e em todos os lugares.
Iniciou-se deste modo uma nova era para a humanidade, caracterizada por uma presença – Jesus ressuscitado. Esta presença é a realidade unificadora do mundo, que reúne continuamente “todos os povos” de todas as épocas e de todos os cantos do globo para introduzi-los no Reino de amor do Pai. Esta presença constitui a Igreja na sua essência mais profunda.

“Eis que estarei convosco todos os dias, até o final dos tempos”.

Jesus é chamado de Emanuel, o que significa “Deus Conosco”. Com a sua ressurreição ele está realmente conosco, junto de todos nós.
E, já que Jesus está vivo entre nós, as Palavras que ele disse há dois mil anos não são somente a maravilhosa lembrança de uma personalidade do passado; são Palavras que ele – agora – dirige a mim, a você, a cada um de nós pessoalmente.
É para nós que Ele traz conforto e salvação; é a nós que continua servindo, especialmente se somos pobres, solitários, se estamos sendo provados; é a nós que ele ajuda nos fracassos, que encoraja nas dificuldades.

“Eis que estarei convosco todos os dias, até o final dos tempos”.

Ele vive na sua Igreja.
Portanto, onde podemos encontrá-lo? Como melhor aproximar-nos dele?
Ele está logo ali; está do meu lado, está junto de você.
Jesus esconde-se no pobre, no desprezado, no pequeno, no doente, em quem necessita de um conselho ou em quem foi tolhido de sua liberdade. Está naquele que é menos bonito, no que foi marginalizado... E ele mesmo o disse: “Eu tive fome e me deste de comer...”.
Está presente na comunidade que atua o seu ensinamento – mesmo tratando-se de uma minúscula
comunidade, como pode ser uma família, um grupo de amigos, os companheiros de trabalho; de fato, bastam duas ou três pessoas unidas no Seu nome.
Ele se encontra presente quando rezamos, estando concordes e unidos nele; e a Sua presença torna eficaz a nossa oração.
A Sua presença manifesta-se também como assistência e ajuda àqueles que O anunciam ao povo – a nós, portanto, se somos chamados a testemunhá-lo.
Ele se torna ainda “visível” naqueles que escolheu como seus ministros.
E, finalmente, todos sabemos que Ele está lá, em todos os pontos da Terra, presente na Eucaristia.
O que mais poderíamos desejar?
Procuremos, pois, começando a descobri-lo lá onde Ele está. Deixemos que nos dirija as suas divinas Palavras. Deixemos que Ele nos dê a sua mão potente.


1 Este comentário à Palavra de Vida foi publicado originalmente, na sua versão integral, em maio de 1982

09 novembro 2018

O pão da vida

“Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome, e quem crê em mim nunca mais terá sede.” (Jo 6,35)

João narra no seu Evangelho que Jesus, depois de ter multiplicado os pães, diz, entre outras coisas, no grande discurso feito em Cafarnaum: “Trabalhai não pelo alimento que perece, mas pelo alimento que permanece até à vida eterna, e que o Filho do Homem vos dará” (Jo 6,27).
Para seus ouvintes, é evidente a referência ao maná, como também à expectativa do “segundo” maná que descerá do céu no tempo messiânico.
Pouco depois, no mesmo discurso, diante da multidão que ainda não tinha chegado a entender, o próprio Jesus se apresenta como o verdadeiro pão descido dos céus, que deve ser aceito por meio da fé:

“Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome, e quem crê em mim nunca mais terá sede.”

Jesus já se vê como pão. Portanto, é este o motivo final de sua vida aqui na terra. Ser pão para ser ingerido. E ser pão para nos comunicar a sua vida, para nos transformar Nele. Até esse ponto é claro o significado espiritual dessa palavra, com suas referências ao Antigo Testamento. Mas o discurso se torna misterioso e duro quando, mais adiante, Jesus diz, a respeito de si mesmo: “O pão que eu darei é a minha carne, entregue pela vida do mundo” (Jo 6,51b) e “se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós” (Jo 6,53).
É o anúncio da Eucaristia, que escandaliza e distancia muitos discípulos. Mas é o maior dom que Jesus quer dar à humanidade: a sua presença no sacramento da Eucaristia, que confere saciedade à alma e ao corpo, a plenitude da alegria como fruto da íntima união com Jesus.
Quando estamos nutridos por esse pão, nenhum outro tipo de fome tem mais razão de existir. Todo desejo nosso de amor e de verdade é saciado por aquele que é o próprio Amor, a própria Verdade.

“Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome, e quem crê em mim nunca mais terá sede.”

Portanto, esse pão nos nutre de Jesus já a partir desta terra, mas nos é dado para que possamos, por nossa vez, saciar a fome espiritual e material da humanidade que nos rodeia.
O mundo recebe o anúncio de Cristo não tanto da Eucaristia quanto da vida dos cristãos nutridos por ela e pela Palavra. E eles, pregando o Evangelho com a vida e com a voz, tornam Cristo presente no meio dos homens.
A vida da comunidade cristã, graças à Eucaristia, torna-se a vida de Jesus. Uma vida, portanto, capaz de doar aos outros o amor, a vida de Deus.

“Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome, e quem crê em mim nunca mais terá sede.”

Com a metáfora do pão, Jesus nos ensina também o modo mais verdadeiro, mais “cristão” de amar o nosso próximo.
Com efeito, o que significa amar?
Amar significa “fazer-se um” com todos, “fazer-se um” em tudo aquilo que os outros desejam, nas coisas mais pequeninas e insignificantes e naquelas que talvez não tenham importância para nós, mas importam aos outros.
E Jesus exemplificou maravilhosamente esse modo de amar, fazendo-se pão para nós. Ele se faz pão para entrar em todos, para tornar-se comestível, para “fazer-se um” com todos, para servir, para amar a todos.
Também nós, portanto, devemos “fazer-nos um” até o ponto de nos deixarmos ingerir.
O amor é isto: “fazer-se um” de modo que os outros se sintam nutridos pelo nosso amor, confortados, aliviados, compreendidos.

08 novembro 2018

Amar-vos uns aos outros

Roma, 25 de Abril de 1980 *1

“Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros.” (Jo 13,34)

Certamente você gostaria de saber quando foi que Jesus disse essas palavras. Pois bem, Ele falou assim antes que iniciasse a sua Paixão. Porque foi então que Ele fez um discurso de despedida que é o seu testamento, do qual fazem parte essas palavras.
Imagine, então, o quanto elas são importantes!
Se ninguém se esquece das palavras ditas por um pai antes de morrer, quanto mais, quando se trata das palavras de um Deus!
Então, leve-as muito a sério e, juntos, vamos procurar entendê-las profundamente.

“Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros.”

Jesus está para morrer, e suas palavras trazem a marca desse evento próximo. Com efeito, a sua partida iminente exige sobretudo a solução de um problema: de que modo Ele pode permanecer entre os seus para conduzir a Igreja?
Você sabe que Jesus está presente, por exemplo, nas ações sacramentais. Na Eucaristia da Missa Ele se faz presente.
Pois bem, também lá onde se vive o amor mútuo Jesus está presente. De fato, Ele disse: “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome (e isso é possível mediante o amor mútuo) eu estou ali, no meio deles” (Mt 18,20).
Portanto, na comunidade cuja vida profunda é o amor mútuo, Ele pode permanecer eficazmente presente. E por meio da comunidade Ele pode continuar revelando-se ao mundo, pode continuar a sua influência no mundo.
Você não acha isso uma coisa esplêndida? Não lhe vem o desejo de viver logo esse amor junto com os cristãos que são seus próximos?
João, que cita as palavras que estamos aprofundando, vê no amor mútuo o mandamento por excelência da Igreja, cuja vocação é justamente ser comunhão, ser unidade.

“Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros.”

Jesus diz, logo em seguida: “Nisto conhecerão todos que sois os meus discípulos: se vos amardes uns aos outros” (Jo 13,35).
Portanto, se você quiser descobrir o verdadeiro sinal de autenticidade dos discípulos de Cristo, se quiser conhecer o distintivo deles, então deve reconhecê-lo no amor mútuo vivido.
Os cristãos são reconhecidos por esse sinal. E, se ele faltar, o mundo não mais descobrirá Jesus na Igreja.

*1 Este comentário à Palavra de Vida foi publicado originalmente em maio de 1980.

07 novembro 2018

Os frutos do Espirito Santo

Essa Palavra de Vida é tirada de uma carta escrita por são Paulo aos gálatas num momento crítico de sua experiência cristã. Influenciados por falsos mestres, eles estavam se desviando do ensinamento evangélico. O apóstolo, para salvar a situação, mostra-lhes o grave erro em que estavam para cair: perder o fruto imenso da redenção, o dom do Espírito Santo que Jesus obteve para nós morrendo na cruz.
No trecho em que encontramos esta frase, são Paulo descreve justamente a distância enorme que existe entre uma vida escrava do egoísmo e uma vida totalmente animada e guiada pelo amor que é próprio de Jesus, e que Ele nos comunicou através de seu Espírito.
“Os frutos do Espírito são: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, autodomínio. Contra estas coisas não existe lei.”
Entre os vários efeitos produzidos em nós pelo Espírito Santo e relacionados neste texto por são Paulo, são citadas em primeiro lugar aquelas expressões do amor que constroem a unidade entre os irmãos: a paz, a longanimidade (isto é, a paciência), a benignidade, etc. O apóstolo lhes dá o nome de “frutos do Espírito”, como se quisesse ressaltar a relação lógica que existe entre essas expressões do amor cristão e a raiz de onde se originam.
À medida que o Espírito Santo cresce no cristão – e, sem dúvida, tanto mais cresce quanto mais ele corresponde – produz os mesmos sentimentos, o mesmo amor, o mesmo anseio de paz e de unidade, característicos de Jesus. Aos filipenses são Paulo diz: “Tenham os mesmos sentimentos de Cristo Jesus” (Fl 2, 5).
“Os frutos do Espírito são: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, autodomínio. Contra estas coisas não existe lei.”
Um outro efeito do Espírito Santo é a liberdade interior diante de todas as tendências desordenadas que querem nos incitar ao mal; consequentemente, encontramos uma grande facilidade e alegria em realizar o bem.
À medida que o cristão vai sendo animado pelo Espírito Santo, ele vive as palavras de Jesus. O amor a Deus e aos irmãos, a luta “contra a correnteza”, a renúncia a si mesmo para construir a paz e a unidade, tornam-se para ele quase naturais. Já não parece mais existir o aspecto duro e pesado da lei, dos mandamentos.
“Os frutos do Espírito são: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, autodomínio. Contra estas coisas não existe lei.”
Como poderemos viver, então, essa Palavra de Vida?
Ela reflete uma experiência de vida cristã e nos apresenta uma meta que poderia parecer reservada a uma categoria de privilegiados. No entanto, é a meta para a qual o apóstolo desejava levar todos os cristãos das suas comunidades porque, em razão do batismo, todo cristão é chamado por Jesus a viver nessa condição.
Já deveríamos conhecer muito bem o caminho para atingir essa meta, mas sempre temos que recomeçar a percorrê-lo, ajudando-nos uns aos outros. Esse caminho consiste em corresponder à graça do Espírito Santo, que nos estimula a viver as Palavras de Jesus – de modo particular o seu mandamento do amor recíproco – e a abraçar com Ele a nossa cruz. Trata-se de sermos fiéis ao Espírito Santo, principalmente nos momentos de provação, de tentação e de dificuldades. Com efeito, este são os momentos mais preciosos; é este o caminho que fará crescer sempre mais os frutos do Espírito em nós.
Também somos chamados a contribuir com nossa vida para que se realize a unidade entre todos os cristãos. Procuremos então orientar o nosso esforço no sentido de desenvolver em nós os frutos do Espírito com essa finalidade.
O Concílio Vaticano II nos lembra que a unidade dos cristãos será um dom especial do Espírito Santo. A primeira condição para obter esse dom é a nossa conversão a Cristo, a renovação interior, tendo como objetivos a nossa santificação, de modo a nos abrirmos ao espírito de amor, de paz e de unidade.

06 novembro 2018

Ser Maria

Caríssimos gen,
Volta, como uma suave poesia, a festa do Natal.
Nestes dias, como há séculos, são trocadas felicitações; e a paz, que os anjos anunciaram então, volta a reinar – talvez por poucos instantes – inclusive nos rostos de homens que jamais a conheceram.
Também eu quero lhes desejar algo que realmente lhes agrade e que sobre tudo seja desejado por Aquele que guia os nossos passos e conhece o que é bom para nós.
É isso que eu desejo: que a nossa vida seja um contínuo Natal, solenizado no segredo dos corações e na íntima fraternidade que haverá de se espalhar cada vez mais até alcançar, quando  Deus quiser, os confins da Terra: “até que todos sejam um”.
Nós estamos ligados, em virtude do nosso Ideal, por um vínculo muito forte; o mais forte, parece-nos, que possa existir entre os cristãos.Queremos caminhar para Deus, unidos entre nós, transformados no seu último desejo vivo, no qual encontramos não só o nosso caminho específico para nos tornarmos santos, mas um modo de santificar e reconsagrar o mundo desconsagrado pelo ódio e pelos inumeráveis males nele existentes. Nós queremos que Cristo triunfe entre nós, para que um dia Cristo seja a expressão única e mais genuína da nossa sociedade.
E não só Cristo cada vez mais esplêndido em seu vigário, sempre mais amado e compreendido, não só Cristo que vive em muitas divinas maneiras na sua Igreja, mas também Cristo misticamente presente entre nós, nós simples número de homens na massa popular cristã, mas olhados por Deus, um a um e juntos, porque capazes com a sua graça de fazer algo para a sua glória. Com efeito, nós temos, se quisermos, um poder desconhecido pela maioria: seguindo e imitando Maria, embora grande porque Imaculada, mas sempre nossa mãe e portanto próxima de nós, podemos dar à luz, no coração da sociedade, Cristo Jesus.
Ele o disse. E nele cremos, o meio é o nosso coração, ou melhor, o amor cristão recíproco que, se tiver os requisitos exigidos por Jesus, terá como consequência a sublime, a maravilhosa realidade da nossa fé: “Eu estou no meio deles”.
E os requisitos, pensando bem, não são muitos, mas também não são poucos.
São tudo aquilo que somos e temos, porque Deus quer a nossa unidade sempre viva.
Se ela existe, mesmo no estábulo em que às vezes se reduz a nossa sociedade, se nós nos amamos, Cristo está no nosso meio e o Natal se perpetua, se multiplica.
E onde há um Natal, ali está Maria e Jesus.
Nós, unidos, devemos repetir juntos o mistério de Maria que doa Cristo: Cristo no nosso meio por milagre divino.
E Tu, Jesus, vem entre nós, fica entre nós.
Uma vez os “teus” não Te receberam. Nós gostaríamos, na medida do possível, de reparar isso. Vivemos somente para Te acolher, Te possuir, para sermos não nós, mas Tu; para Te ajudar a compor aqui na Terra a cidade nova, a cidade de Deus.
Do livro “AOS gen”, Editoria cidade Nova, pág 137

05 novembro 2018

O dom maior

"Pois a quem tem será dado ainda mais, e terá em abundância; mas a quem não tem será tirado até o pouco que tem." ( Mt 13,12)



Estas palavras de Jesus são tão importantes que o Evangelho de Mateus as menciona duas vezes 1 . Elas mostram claramente que a economia de Deus não é igual à nossa.

Os seus cálculos são sempre diferentes dos nossos, como, por exemplo, quando dá ao "operário da última hora" a mesma diária paga àquele que trabalhou desde a primeira hora 2 .

Jesus pronunciou estas palavras para responder aos discípulos que lhe perguntavam por qual motivo falava a eles abertamente, enquanto que aos outros se dirigia em parábolas, de maneira velada.

Jesus doava aos seus discípulos a plenitude da verdade, a luz, justamente porque eles o seguiam, porque para eles Jesus era tudo.

A eles, que tinham aberto o próprio coração a Cristo, que estavam plenamente dispostos a acolhê-lo, que já tinham Jesus ("a quem tem…"), ele se dá em plenitude ("…será dado ainda mais, e terá em abundância").

Para compreender este modo de agir do Mestre, pode ser útil lembrar outra frase semelhante, citada pelo Evangelho de Lucas: "Dai e vos será dado”.

Uma medida boa, socada, sacudida e transbordante será colocada no vosso regaço" 3 . Nas duas frases, de acordo com a lógica de Jesus, ter ("a quem tem será dado") equivale a dar ("a quem dá será dado").

Tenho a certeza de que também você já experimentou esta verdade do Evangelho.

Quando você socorreu uma pessoa doente, quando consolou alguém que estava triste, quando confortou com sua presença alguém que se sentia só, você não experimentou uma alegria e uma paz que não se sabe de onde vêm? É a lógica do amor.

Quanto mais alguém se doa, tanto mais se sente enriquecido.

Então poderíamos traduzir da seguinte maneira a Palavra de Vida deste mês: a quem tem amor, a quem vive no amor, Deus dá a capacidade de amar ainda mais, dá a plenitude do amor até o ponto de fazê-lo ser como ele que é o Amor.



"Pois a quem tem será dado ainda mais, e terá em abundância; mas a quem não tem será tirado até o pouco que tem."

Sim, é o amor que nos faz ser.

Nós existimos porque amamos.

Se não amamos — e cada vez que não amamos — não somos, não existimos ("será



 


1) Mt 13,12; 25,29; 2) Cf. Mt 20,1-16; 3) Lc 6,38.

tirado até o pouco que tem").

Então nada nos resta senão amar, sem reservas.

Só assim Deus poderá se entregar a nós.

E com ele virá a plenitude dos seus dons.

Vamos doar concretamente a quem está perto de nós, na certeza de que, fazendo assim, estamos doando a Deus.

Doemos sempre: um sorriso, a nossa compreensão, o perdão, a escuta; podemos doar a nossa inteligência, a nossa disponibilidade; doar o nosso tempo, os nossos talentos, as nossas idéias, a nossa atividade; doar as experiências, as capacidades, os bens, partilhando-os com os outros, de modo que nada se acumule e tudo circule.

O nosso doar abre as mãos de Deus que, na sua providência, nos plenifica de maneira superabundante para que possamos continuar doando — doando sempre mais — e continuar recebendo; assim poderemos responder às imensas necessidades de muitos.



"Pois a quem tem será dado ainda mais, e terá em abundância; mas a quem não tem será tirado até o pouco que tem."



O maior dom que Jesus quer nos fazer é a sua própria presença: ele deseja estar sempre em nosso meio.

Esta é a plenitude de vida, a abundância com a qual ele nos quer preencher.

Jesus se entrega aos seus discípulos quando estes o seguem unidos.

Esta Palavra de Vida, portanto, nos lembra também a dimensão comunitária da nossa espiritualidade.

Podemos fazer desta Palavra a seguinte leitura: todos aqueles que tiverem o amor recíproco, todos os que viverem a unidade, terão a presença do próprio Jesus entre eles.

E receberemos ainda mais.

Aquele que tem — quem tiver vivido no amor e, portanto, tiver recebido o cêntuplo nesta vida —, receberá ainda por cima o prêmio: o Paraíso.

E terá em abundância.

Aquele que não tem — quem não tiver recebido o cêntuplo, por não ter vivido no amor — nem sequer poderá desfrutar futuramente do bem e dos bens (parentes, propriedades) que tiver tido na terra, porque, no inferno, outra coisa não haverá a não ser sofrimento.

Portanto, amemos.

Amemos a todos.

Amemos a tal ponto que também o outro, por sua vez, se ponha a amar e o amor se torne recíproco.

Então teremos a plenitude da vida.