07 novembro 2018

Os frutos do Espirito Santo

Essa Palavra de Vida é tirada de uma carta escrita por são Paulo aos gálatas num momento crítico de sua experiência cristã. Influenciados por falsos mestres, eles estavam se desviando do ensinamento evangélico. O apóstolo, para salvar a situação, mostra-lhes o grave erro em que estavam para cair: perder o fruto imenso da redenção, o dom do Espírito Santo que Jesus obteve para nós morrendo na cruz.
No trecho em que encontramos esta frase, são Paulo descreve justamente a distância enorme que existe entre uma vida escrava do egoísmo e uma vida totalmente animada e guiada pelo amor que é próprio de Jesus, e que Ele nos comunicou através de seu Espírito.
“Os frutos do Espírito são: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, autodomínio. Contra estas coisas não existe lei.”
Entre os vários efeitos produzidos em nós pelo Espírito Santo e relacionados neste texto por são Paulo, são citadas em primeiro lugar aquelas expressões do amor que constroem a unidade entre os irmãos: a paz, a longanimidade (isto é, a paciência), a benignidade, etc. O apóstolo lhes dá o nome de “frutos do Espírito”, como se quisesse ressaltar a relação lógica que existe entre essas expressões do amor cristão e a raiz de onde se originam.
À medida que o Espírito Santo cresce no cristão – e, sem dúvida, tanto mais cresce quanto mais ele corresponde – produz os mesmos sentimentos, o mesmo amor, o mesmo anseio de paz e de unidade, característicos de Jesus. Aos filipenses são Paulo diz: “Tenham os mesmos sentimentos de Cristo Jesus” (Fl 2, 5).
“Os frutos do Espírito são: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, autodomínio. Contra estas coisas não existe lei.”
Um outro efeito do Espírito Santo é a liberdade interior diante de todas as tendências desordenadas que querem nos incitar ao mal; consequentemente, encontramos uma grande facilidade e alegria em realizar o bem.
À medida que o cristão vai sendo animado pelo Espírito Santo, ele vive as palavras de Jesus. O amor a Deus e aos irmãos, a luta “contra a correnteza”, a renúncia a si mesmo para construir a paz e a unidade, tornam-se para ele quase naturais. Já não parece mais existir o aspecto duro e pesado da lei, dos mandamentos.
“Os frutos do Espírito são: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, autodomínio. Contra estas coisas não existe lei.”
Como poderemos viver, então, essa Palavra de Vida?
Ela reflete uma experiência de vida cristã e nos apresenta uma meta que poderia parecer reservada a uma categoria de privilegiados. No entanto, é a meta para a qual o apóstolo desejava levar todos os cristãos das suas comunidades porque, em razão do batismo, todo cristão é chamado por Jesus a viver nessa condição.
Já deveríamos conhecer muito bem o caminho para atingir essa meta, mas sempre temos que recomeçar a percorrê-lo, ajudando-nos uns aos outros. Esse caminho consiste em corresponder à graça do Espírito Santo, que nos estimula a viver as Palavras de Jesus – de modo particular o seu mandamento do amor recíproco – e a abraçar com Ele a nossa cruz. Trata-se de sermos fiéis ao Espírito Santo, principalmente nos momentos de provação, de tentação e de dificuldades. Com efeito, este são os momentos mais preciosos; é este o caminho que fará crescer sempre mais os frutos do Espírito em nós.
Também somos chamados a contribuir com nossa vida para que se realize a unidade entre todos os cristãos. Procuremos então orientar o nosso esforço no sentido de desenvolver em nós os frutos do Espírito com essa finalidade.
O Concílio Vaticano II nos lembra que a unidade dos cristãos será um dom especial do Espírito Santo. A primeira condição para obter esse dom é a nossa conversão a Cristo, a renovação interior, tendo como objetivos a nossa santificação, de modo a nos abrirmos ao espírito de amor, de paz e de unidade.

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