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08 setembro 2016

O tempo não pára

Disparo contra o sol 
Sou forte, sou por acaso 
Minha metralhadora cheia de mágoas 
Eu sou um cara 
Cansado de correr 
Na direção contrária 
Sem pódio de chegada ou beijo de namorada 
Eu sou mais um cara 

Mas se você achar 
Que eu tô derrotado 
Saiba que ainda estão rolando os dados 
Porque o tempo, o tempo não pára 

Dias sim, dias não 
Eu vou sobrevivendo sem um arranhão 
Da caridade de quem me detesta 

A tua piscina tá cheia de ratos 
Tuas idéias não correspondem aos fatos 
O tempo não pára 

Eu vejo o futuro repetir o passado 
Eu vejo um museu de grandes novidades 
O tempo não pára 
Não pára, não, não pára 

Eu não tenho data pra comemorar 
Às vezes os meus dias são de par em par 
Procurando uma agulha num palheiro 

Nas noites de frio é melhor nem nascer 
Nas de calor, se escolhe: é matar ou morrer 
E assim nos tornamos brasileiros 
Te chamam de ladrão, de bicha, maconheiro 
Transformam o país inteiro num puteiro 
Pois assim se ganha mais dinheiro 

A tua piscina tá cheia de ratos 
Tuas idéias não correspondem aos fatos 
O tempo não pára 

Eu vejo o futuro repetir o passado 
Eu vejo um museu de grandes novidades 
O tempo não pára 
Não pára, não, não pára 

Dias sim, dias não 
Eu vou sobrevivendo sem um arranhão 
Da caridade de quem me detesta 

A tua piscina tá cheia de ratos 
Tuas idéias não correspondem aos fatos 
O tempo não pára 

Eu vejo o futuro repetir o passado 
Eu vejo um museu de grandes novidades 
O tempo não pára 
Não pára, não, não pára

09 março 2008

POEMA, CAZUZA

Eu hoje tive um pesadelo
E levantei atento, a tempo
Eu acordei com medo
E procurei no escuro
Alguém com o seu carinho
E lembrei de um tempo

Porque o passado me traz uma lembrança
De um tempo que eu era ainda criança
E o medo era motivo de choro
Desculpa pra um abraço, um consolo

Hoje eu acordei com medo
Mas não chorei nem reclamei abrigo
Do escuro, eu via o infinito
Sem presente, passado ou futuro
Senti um abraço forte, já não era medo
Era uma coisa sua que ficou em mim
E que não tem fim

De repente, a gente vê que perdeu
Ou está perdendo alguma coisa
Morna e ingênua que vai ficando no caminho
Que é escuro e frio, mas também bonito porque é iluminado
Pela beleza do que aconteceu há minutos ou anos atrás
Composição: Cazuza / Frejat