Apoiar e encorajar os irmãos no caminho cristão implica responsabilidade, compromisso, muitas vezes também dificuldades e incompreensões, mas é uma tarefa indispensável e de grande valor. A Igreja lhes é grata por todo o bem que fazem.
Os grupos aos quais vocês pertencem são muito diferentes uns dos outros, por natureza e história, e todos são importantes para a Igreja. Alguns nasceram para compartilhar um propósito apostólico, caritativo, de culto, ou para apoiar o testemunho cristão em ambientes sociais específicos. Outros, no entanto, originaram-se de uma inspiração carismática, um carisma inicial que deu vida a um movimento, a uma nova forma de espiritualidade e evangelização.
A vida cristã não se vive isoladamente, como se fosse uma aventura intelectual ou sentimental, confinada em nossa mente e no nosso coração. Ela se vive com os outros, em grupo, em comunidade, porque Cristo ressuscitado se faz presente entre os discípulos reunidos em seu nome.
Portanto, tudo na Igreja é entendido em referência à graça: a instituição existe para que a graça seja sempre oferecida, os carismas são suscitados para que essa graça seja acolhida e dê frutos.
Sem carismas, corre-se o risco de que a graça de Cristo, oferecida em abundância, não encontre o terreno fértil para recebê-la! É por isso que Deus suscita carismas, para que estes despertem nos corações o desejo de encontrar Cristo, a sede da vida divina que Ele nos oferece, numa palavra, a graça!
Graças aos carismas que deram origem aos seus movimentos e suas comunidades, muitas pessoas se aproximaram de Cristo, redescobriram a esperança na vida, descobriram a maternidade da Igreja e desejam ser ajudadas a crescer na fé, na vida comunitária, nas obras de caridade e a levar aos outros, através da evangelização, o dom recebido.
A Unidade e a Missão são dois pilares da vida da Igreja e duas prioridades no ministério petrino. Por isso, convido todas as Associações e Movimentos Eclesiais a colaborarem fiel e generosamente com o Papa, especialmente nestas duas áreas.
Ser fermento de Unidade, pois experimentam continuamente a comunhão espiritual que os une. É a comunhão que o Espírito Santo cria na Igreja. É uma unidade que tem seu fundamento em Cristo: Ele nos atrai, nos atrai a si e, assim, nos une também entre nós.
Esta unidade que vivem em grupos e comunidades, estende-se na comunhão com os Pastores da Igreja, na proximidade com outras realidades eclesiais, fazendo-os próximos das pessoas que encontram, para que os seus carismas permaneçam sempre a serviço da unidade da Igreja e sejam eles mesmos fermento de unidade, de comunhão e de fraternidade num mundo tão dilacerado pela discórdia e pela violência.
Vocês também viveram este caminho. Do encontro com o Senhor, da vida nova que invadiu o seu coração, nasceu o desejo de fazê-lo conhecido. Vocês envolveram muitas pessoas, dedicaram muito tempo, entusiasmo e energia para fazer o Evangelho conhecido nos lugares mais distantes, nos ambientes mais difíceis, suportando dificuldades e fracassos.
Mantenham sempre vivo entre vocês este impulso missionário: os Movimentos também têm hoje um papel fundamental na evangelização.
Coloquem seus talentos a serviço da missão, tanto nos lugares de primeira evangelização quanto nas paróquias e estruturas eclesiais locais, para alcançar muitos que estão distantes e, às vezes sem saber, aguardam a Palavra da vida. Mantenham sempre o Senhor Jesus no centro! Este é o essencial, e os Carismas servem a esse propósito. O Carisma é funcional ao encontro com Cristo, ao crescimento e ao amadurecimento humano e espiritual das pessoas, à edificação da Igreja».
[Trechos do discurso do Papa Leão XIV aos Responsáveis dos Movimentos e Comunidades Eclesiais reunidos em Roma, Junho de 2025. Texto e fotos: Vaticannews]
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