31 janeiro 2017

Fazer da terra um céu

Uma experiência que ajuda muitíssimo é “calar fundo” na vontade de Deus do momento presente para fazer apenas essa vontade.

Em tempos tão frenéticos nos quais só existem barulhos, só máquinas, só tecnologia, o importante, para estar realmente em Deus, embora em meio a tantas coisas, é calar fundo em sua vontade.

Veríamos o mundo mudar. Todos tenderiam à santidade. Os problemas se resolveriam um atrás do outro, em todos os campos humanos. Reinariam a paz, a felicidade, a saúde, inclusive física. A terra seria um Céu.

30 janeiro 2017

Amor doação

O amor é uma doação e não uma exigência.

Quem realmente ama, dá tudo e nada pede.

Quem pede e exige da pessoa que diz amar demonstra que verdadeiramente não ama: ao contrário, revela o egoísmo em alto grau.

Amar não é receber, é dar. Não é pedir, mas proporcionar felicidade desinteressadamente.

O melhor exemplo do amor verdadeiro é o das mães, que sabem amar com renúncia.

29 janeiro 2017

Se você soubesse

Quanto gostaria de ter você a meu lado agora e conversar com você, conversar…

Eu lhe contaria o que é a grandeza e o amor de Deus. E lhe diria palavras que não conhecia então, mas apenas vislumbrava, e só agora conheço.

A mim parece que Deus rasgou o Céu e gritou: “Vós sois os meus filhos diletos!”

Acredite: Deus está em você!

28 janeiro 2017

O amor e a alegria

O amor e a alegria são os elementos básicos para conquistarmos amizades e as conservarmos. E são básicos, também, para nossa paz mental!

Demonstre amor e alegria em todas as oportunidades, e veja que a paz nasce dentro de você.

A felicidade não pode estar em nada que esteja fora de você.

Busque-a dentro de você mesmo, pois a Felicidade é Deus, e Deus mora dentro de você.

27 janeiro 2017

O amor que vai e o amor que vem

Rocca di Papa, 25 de outubro de 2003


No final do encontro anual com os dirigentes do Movimento, depois de ter apresentado em trinta pontos o programa a se desenvolver durante o ano, Chiara Lubich relembra o fundamento de tudo.

A última palavra é esta: entendemos nos nossos encontros o que é a família: é o amor que vai, é o amor que vem. Procurem levá-lo a todos os focolares e o resto virá por si só. Por isso, o mais importante de todos esses trinta pontos é o que digo agora e que não está escrito: o amor que vai e o amor que vem. Procurem ter também lá, em casa, aquele clima que experimentamos aqui.

26 janeiro 2017

Evidência pessoais

Não procure evidência pessoal.

Reflita que, quanto mais exposto à visão alheia, mais se tornará alvo de ciúme e inveja.

As vibrações negativas, mesmo que não lhe façam mal, positivamente, poderão cansá-lo, no trabalho de defender-se.

Procure agir discretamente, embora com firmeza, deixando que os vaidosos e vazios se exponham numa evidência de que você, certamente, não necessita para brilhar.

O vidro comum brilha muito ao sol, mas o brilho do ouro está escondido no cofre: nem por isso valerá menos que o vidro.

25 janeiro 2017

Atenção e compreensão

Seja atencioso e compreensivo.

Quantas vezes a pessoa que vem falar com você traz problemas recônditos, escondidos no âmago da alma!

Mantenha-se sereno, você que já vislumbrou a luz do entendimento fraterno.

Conserve seu equilíbrio, quando alguém se apresenta perturbado.

Seja atencioso e compreensivo: o mundo está repleto de enfermos, e você tem saúde moral.

24 janeiro 2017

Amor é síntese

Por favor, não me analise
Não fique procurando
cada ponto fraco meu
Se ninguém resiste a uma análise
profunda, quanto mais eu !
Ciumenta, exigente, insegura, carente
toda cheia de marcas que a vida deixou :
Veja em cada exigência
um grito de carência,
um pedido de amor ! 

Amor, amor é síntese,
uma integração de dados:
não há que tirar nem pôr.
Não me corte em fatias,
(ninguém abraça um pedaço),
me envolva todo em seus braços
E eu serei perfeita, amor!


23 janeiro 2017

Deus

Deus está em toda parte ao mesmo tempo, ao redor de você, dentro de você! 

Jamais você está desamparado. Nunca está só.

Não permita que a mágoa o perturbe: procure manter-se calmo, para ouvir a voz silenciosa de Deus dentro de você.

Assim, poderá superar todas as dificuldades que aparecerem em seu caminho, e há de descobrir a Verdade que existe em todas as coisas e pessoas.

22 janeiro 2017

Razão

Cada um, dentro do "seu" ponto de vista, tem razão.
Eu, dentro do meu ponto de vista, tenho razão.
Você, dentro do "seu" ponto de vista, tem razão.
Seu vizinho, dentro do ponto de vista "dele" tem razão. 
Sua mulher, filhos e filhas, dentro do ponto de vista "deles" tem razão.
Sendo assim, dentro do "nosso" ponto de vista, todos temos razão. Mas, então, se todos temos razão, está instaurada a desordem... afinal, temos razão...
Qual o verdadeiro ponto de vista da razão?
É SOMENTE aquela criada pelo AMOR.
Se eu tenho razão,  dentro da minha concepção e você também tem razão, na sua concepção, podemos gerar a desordem. Se eu amo e você ama, perdemos nossas razões e construímos a razão de Deus. Aquela que realmente importa. Geramos assim a razão da unidade e a ordem se instaura.
Somente no amor, podemos ter razão para qualquer coisa.

Eli, Eli, lemá sabactáni

"Eli, Eli, lemá sabactáni” (Mt 27,46). Foi a frase que Jesus gritou em seu abandono, na língua falada por Nossa Senhora.

Quanto nos diz aquele teu grito, soltado na língua de tua Mãe!… Quando a dor atinge aquele limite em que toda a vida permanece suspensa… então, se resta um fio de voz, chama-se a mãe, porque a mãe é o amor.

Tu, porém, como Filho de Deus, o amor o possuías em Deus, e Deus chamaste. E, como homem, o amor o possuías também em tua Mãe celeste. Na impossibilidade de invocar os dois, chamaste o Pai com a fala da Mãe.

Quão belo és naquela dor infinita, Jesus Abandonado!

21 janeiro 2017

Com coração de mãe

Façamos este propósito: vou comportar-me com todas as pessoas
de quem me aproximar, ou para quem trabalhar, como se fosse a mãe
delas.
 A mãe sempre acolhe, sempre ajuda, sempre espera, tudo cobre.
A mãe perdoa tudo ao filho, mesmo que ele seja um delinquente ou
um terrorista.
 De fato, amor de mãe é muito semelhante à caridade de Cristo, de
que fala Paulo2.
 Se tivermos um coração de mãe ou, mais especificamente, se nos
propusermos a ter o coração da Mãe por excelência, Maria, estaremos
sempre prontos a amar os outros em todas a circunstâncias.
 Amaremos a todos e não apenas aos membros da nossa Igreja,
mas também aos membros das outras. Não apenas os cristãos, mas
também os muçulmanos, os budistas, os hinduístas etc. Inclusive os
homens de boa vontade, inclusive cada homem que vive na terra.
Porque a maternidade de Maria é universal, como universal foi a
Redenção.

20 janeiro 2017

Tropeço

"Levante todos aqueles que estiverem caídos em seu redor. Você não sabe onde seus pés tropeçarão".

Estas palavras de André Luís nos alertam quanto ao dever de ajudar a todos os que caem, não só física, como moralmente.

Não critique quem cair.

Ajude-o a erguer-se, tal como você gostaria que fizessem com você, se estivesse no mesmo caso.

19 janeiro 2017

Caminho de santidade


      DEVEMOS TORNAR-NOS SANTOS, porque Jesus é santo. E nos tornaremos santos vivendo a Palavra. Aliás, sabemos que, quem vive a Palavra, pelo menos no momento em que a vive, já é santo. “Quem ouve a Palavra” – disse Jesus – (ou seja, quem a acolhe no próprio coração e a pratica) “já está puro” (cf. Jo 15,3).
      PARA CAMINHAR, temos a Palavra de Vida, que é “lâmpada para os meus passos” – diz um salmo – e “luz para o meu caminho” (Sl 119[118],105).
      É a Palavra que nos poderá levar à feliz conclusão de um bom caminho, que nos fará alcançar a santidade.
      CAMINHAMOS como aqueles que não sabem aonde ir, e temos nas mãos – basta querer – o código da vida, de cada vida, que é o Evangelho.
      VIVAMOS a Palavra de Deus tão radicalmente, a ponto de ela destruir nosso eu, anular nosso egoísmo, pregar-nos na cruz com Cristo, de modo que não sejamos mais nós a viver em nós, mas que em nós viva a Palavra, que é Ele.
      DEUS QUER os frutos, os efeitos. É por isso que o grão de trigo morre, para produzir fruto. É por isso que a Palavra deve fazer que morramos para o nosso eu, para o nosso modo de pensar, de amar, de querer, a fim de assumirmos o modo de Cristo.
      A PALAVRA DE DEUS é vida, mas esta é conquistada passando-se pela morte. É ganho, mas obtém-se perdendo. É crescimento, mas alcança-se diminuindo (cf. Mt 10,38-39).
      Encaremos o risco da sua Palavra.
      “POR VONTADE PRÓPRIA, Ele nos gerou por uma palavra de verdade, a fim de sermos como que as primícias dentre as suas criaturas” (Tg 1,18).
      A Palavra de vida depura, e quem a vive, quem é a Palavra, já está mundificado, purificado. De fato, é transferido em Outro, está em Deus, Palavra. Está (a vida da Palavra em nós, nós, Palavra viva) regenerado, ou seja, filho de Deus.
      SENHOR, percebemos que há em nós muitos defeitos. Mas temos a alegria de saber com segurança que “ser a tua Palavra viva” tira de nós toda escória, faz-nos sair renovados, momento a momento, como uma noz, da casca.
      “Ser a tua Palavra” significa ser um outro, fazer a parte do Outro que vive em nós: encontrar nossa liberdade na libertação de nós mesmos, dos nossos defeitos, do nosso não-ser.


18 janeiro 2017

A Vontade de Deus

Como responder com o amor ao Amor de Deus?

Na nossa mente se fixou a frase: "Não quem diz: Senhor, Senhor entrará no Reino dos Céus, mas aquele que faz a vontade do meu Pai..." (Mt 7,21). 

Portanto fazer a vontade de Deus é amar Deus. 

Não significa "resignação", como muitas vezes se entende, mas a maior aventura divina que pode acontecer a uma pessoa; a de seguir não a própria vontade mesquinha, não os próprios projetos limitados... 

Realizar o desígnio que Ele tem para cada um de seus filhos, um desígnio divino, inimaginável, riquíssimo. 
A vontade de Deus é a pérola preciosa.

É a descoberta de um caminho de santidade feito para todos.

Todos a podem viver, em qualquer lugar, situação, vocação.

É o bilhete de ingresso das multidões à santidade. 

17 janeiro 2017

A vinha de Jesus Abandonado


 “A minha vinha, somente minha, está diante de mim” (cf. Ct 8,12).
 Sempre vimos a Obra de Maria como a vinha de Jesus Abandonado.
 E agora me volta à mente um pensamento.
 Após cinqüenta e seis anos de vida do Movimento, posso contemplar
os seus ramos, as suas parras, lançados em toda a terra, e os cachos
suculentos que nutrem continuamente um povo novo.
 Lembro-me das palavras que li com as minhas companheiras, talvez
ainda em 1944, na festa de Cristo Rei: “Pede, e eu te darei as nações
como herança, os confins da Terra como propriedade” (Sl 2,8).
 Pedimos com fé naquela vez. O Movimento chegou realmente aos ú
ltimos confins da Terra. E nesse “povo novo” estão representados os
povos da Terra inteira.
 Em um número tão grande que o auspício do meu bispo em 1956,
de que já falei, “Oxalá os focolarinos fossem legiões!”, agora é uma
realidade. Ele, que esperava ganhar o Paraíso também por ter apoiado
os focolarinos, está constatando isso lá do Alto.
 Qual o meu último desejo agora, e por enquanto? Quisera que a
Obra de Maria, no final dos tempos, quando estiver à espera de
comparecer perante Jesus Abandonado-Ressuscitado, em bloco,
pudesse repetir-lhe — fazendo eco às palavras do teólogo belga Jacques
Leclercq, que sempre me comovem:
 No teu dia, meu Deus, caminharei em tua direção… Caminharei em
tua direção, meu Deus […] e com o meu sonho mais desvairado: levar
para ti o mundo em meus braços. (apud Mühs, 1998, p. 64) “Pai, que
todos sejam um!”

16 janeiro 2017

Como o Criador

A fé no amor que Deus faculta às suas criaturas, fé típica de nós, cristãos, descobrimo-la em muitos irmãos e irmãs de outras religiões, a começar pelas abraâmicas, que afirmam a unidade do gênero humano, o zelo que Deus dispensa a toda a humanidade e a obrigação de cada criatura humana de agir como o Criador, com imensa misericórdia por todos.

Reza um provérbio muçulmano: “Deus perdoa cem vezes, mas reserva a sua suprema misericórdia para aquele cuja piedade poupou a menor de suas criaturas”3.

Que dizer da compaixão sem limites por todos os seres vivos que Buda ensinou, aconselhando seus primeiros discípulos: “Ó monges, deveríeis trabalhar pelo bem-estar de muitos, pela felicidade de muitos, movidos de compaixão pelo mundo, pelo bem-estar dos homens”?4
Portanto, amar a todos. É um princípio universal. Sentido pelos seres humanos de qualquer época, e debaixo de qualquer céu.
     
       
          1 Ou seja, para a realização do que Jesus pediu ao Pai na última ceia: “ut omnes unum sint, sicut tu, Pater, in me et ego in te” (“a fim de que todos sejam um. Como tu, Pai, estás em mim e eu em ti”; Jo 17,21). [N.d.E.]
          2 Cf. 1Cor 13,1-13.
          3 Cf. GUZZETTI, G. M. Islam in preghiera. Roma : Elle Di Ci, 1991, p. 136.
          4 Mahagga, 19.

15 janeiro 2017

Não ter pensamentos

Porque somos filhos de Deus, devemos ter a mente livre, “despreocupada”. Os filhos de Deus não têm preocupações, pensamentos. Só quando não tivermos pensamentos (isto é, quando formos desapegados do nosso modo de pensar), nossa mente estará aberta por inteiro e receberá a constante Luz de Deus. E será um canal.

Assim, devemos ser sem vontade (vontade nossa no sentido possessivo da palavra), para ter a capacidade da vontade de Deus.

E sem memória, para lembrar apenas o momento presente e viver “extáticos” (fora de nós).

Sem fantasia, para ver o paraíso também com a fantasia, porque o paraíso é o Sonho dos sonhos.

14 janeiro 2017

A despeito de mim

Como se eu procurasse não aproveitar a vida imediatamente, 
mas só a mais profunda, o que me dá dois modos de ser: 
em vida, observo muito, sou "ativa" nas observações, tenho o 
senso do ridículo, do bom humor, da ironia, e tomo um partido. 
Escrevendo, tenho observações "passivas", tão interiores 
que "se escrevem" ao mesmo tempo em que são sentidas quase 
sem o que se chama de processo. É por isso que no escrever 
eu não escolho, não posso me multiplicar em mil, 
me sinto fatal a despeito de mim

13 janeiro 2017

Terra Santa: uma amiga judia do outro lado do muro



Vera Baboun, prefeita cristã de Belém, fala do seu compromisso em política, motivado por uma forte carga espiritual pelo bem do seu povo.


«Conheci Bella, uma mulher judia, num centro dos Focolares em Jerusalém. Contei-lhe a história do meu marido torturado numa prisão israelense. Ela me escutou, embora eu tenha notado um certo conflito interior. Estava diante de uma encruzilhada. Ser israelense e por isso rejeitar tudo o que eu lhe contava, ou sentir compaixão dos fatos que me aconteceram. Num primeiro momento ela não conseguiu me aceitar e saiu da sala onde estávamos nos encontrando. Eu a segui e lhe disse que sentia muito tê-la ofendido. Bella me explicou que não era minha culpa, mas do sistema. Então lhe pedi que voltasse atrás (se emociona, ndr). Assim nasceu a nossa amizade. Um muro separa a minha cidade, Belém, da sua, Jerusalém. Mas, entre nós duas, muros não existem mais. Rezo a fim de que muitos judeus de Israel possam olhar para a nossa amizade. Bella vive o espírito dos Focolares, no sentido de que somos todos filhos de Deus e é só o amor e a compaixão que nos leva a viver juntos. Nós, homens, construímos o muro ao redor de Belém, não se pode construir sozinho. Deus nos deu a liberdade de construí-lo ou de abatê-lo. Inclusive dentro de nós».
Assim responde Vera Baboun, primeira mulher e primeira cristã católica a se tornar prefeita de Belém, à pergunta se seria possível instaurar uma verdadeira amizade entre palestinos e israelenses. A ocasião para encontrá-la é dada pela outorga do 7º “Prêmio Chiara Lubich, Manfredônia, cidade pela fraternidade universal”, em março de 2016.

Belém é uma Cidade da Cisjordânia, do Governatorato de Belém da Autoridade Nacional Palestina. Quarenta habitantes, dos quais 28% cristãos, 72% muçulmanos. É a cidade onde nasceu Jesus, a cerca de 10 km ao sul de Jerusalém. A igreja da Natividade, em Belém, é uma das mais antigas do mundo. Todavia «o muro condiciona inclusive a nossa fé, porque desde crianças estávamos habituados a visitar os lugares originários de Jesus. Existe toda uma geração de jovens palestinos cristãos que nunca rezou no Santo sepulcro de Jerusalém», declara ainda Vera Baboun. «Somos a capital da natividade, celebramos e enviamos ao mundo uma mensagem de paz, enquanto em Belém falta justamente a paz. Após 40% de cancelamentos deste ano, decidimos com o conselho municipal, diminuir as taxas em 80%, sobre as licenças e sobre as propriedades para quem vive e trabalha na área turística. Fizemos isto para sustentá-los, mesmo se isto significa um empobrecimento de recursos para o município. Mas a nós, quem nos sustenta? Quem sustenta a nossa dupla identidade? Aquela cristã universal e a palestina».
Mas quem a permite agir assim? «Só o amor de Deus. Percebo isto de modo muito forte. Não me importa nada o poder, a fama; para mim, exercer o trabalho de prefeita é um peso que me custa não pouco. Após a morte do meu marido e depois de ter trabalhado toda a vida na educação, decidi tomar o lugar do meu marido porque ele se comprometera politicamente pela libertação da Palestina».
Frequentemente a senhora declarou: «Será que o mundo poderá viver em paz enquanto a cidade da paz estiver murada?»… «Enquanto a cidade de Belém estiver murada, haverá um muro ao redor da paz. Estamos sob assédio. E para o mundo é melhor trabalhar para libertar a paz, não só para Belém, mas para nos libertar do sentido do mal, do uso da religião como máscara para cobrir perversidades e guerra».
Entrevista organizada por Aurélio Molé para Città Nuova (cfr. Città Nuova n. 5 – maio de 2016)

12 janeiro 2017

Não humilhar ninguém

Lembre-se de que não devemos humilhar ninguém.

Os erros que os outros cometem hoje, nós podemos cometê-los amanhã.

Não se julgue inatingível nem infalível. Todos podem falhar.

Trate os outros com tolerância, para que possa reerguê-los, se errarem.

A perfeição não é desta terra. Não exija dos outros aquilo que você também ainda não pode dar.

11 janeiro 2017

A moeda em circulação hoje

Das respostas aos religiosos e sacerdotes de Loppiano
 Você ressalta muito o amor mútuo e nos convida insistentemente a vivê-lo. Por quê?
 Porque prezo muito isso. Penso que o Mandamento Novo é o coração da espiritualidade do Movimento dos
Focolares, porque tenho a impressão de que tudo converge para o Mandamento Novo. Inclusive o restante da
espiritualidade, tudo existe para poder realizar bem o Mandamento Novo. Passemos brevemente em revista os pontos
da espiritualidade: os senhores verão que é assim.
 Deus Amor, porque é amor, é Trindade, é amor mútuo: Deus é o modelo do amor mútuo.
 Depois, o segundo ponto é a vontade de Deus. Nós descobrimos – mas porque o Espírito Santo fez com que descobrí
ssemos – que existe alguma coisa que é particularmente querida a Deus, a Jesus e, portanto, lhe importa, é justamente o
Mandamento Novo, seu e novo.
 Depois, o amor pelo próximo: é o caminho para chegar ao amor mútuo.
 Outro ponto é o amor mútuo: é o amor mútuo.
 A unidade é o efeito do amor mútuo.
 Jesus no meio é o fruto do amor mútuo.
 Jesus Abandonado é o meio para ter o amor mútuo.
 Jesus Eucaristia é o vínculo da unidade.
 A Igreja é o ambiente do amor mútuo.
 A Palavra de Deus é essencial para um amor mútuo divino, destilado, como Deus o concebe, porque sem a
humildade, sem a paciência… não existe amor verdadeiro.
 Depois, temos Maria, que é o exemplo típico do amor mútuo. […] Nossa Senhora fez a sua parte porque, para amar
segundo o amor mútuo, é necessário amar com a medida de Jesus. E, aos pés da cruz, ela atingiu essa medida. Com a
sua desolação, viveu o abandono. Perdendo Jesus, perdeu Deus, de certo modo. […]
 O Espírito Santo é justamente a expressão do amor mútuo em Deus.
 Além disso, vejo os efeitos. Se vivemos o amor mútuo, os efeitos são extraordinários; se não vivemos o amor mútuo,
tudo esmorece.
 Tenho a impressão de que o amor mútuo é como a moeda corrente de hoje, e quem não vive o amor mútuo tem
uma moeda fora de circulação, de outras épocas. […]
 Então, por que ressalto isso? Oh! Sou fixada no amor mútuo, sou fixada, mas me parece uma fixação do Espírito
Santo: ͞Mira lá [ao amor mútuo], nele morrem todos os ͚homens velhos͛, com ele você renova a Igreja, com ele você
reforma as estruturas͟. Sim, sim, absolutamente, sobre isso falarei ainda e falarei muito, até me certificar de que os
cristãos estão resplandecentes, luminosos.

10 janeiro 2017

Não se pode amar a dor


Como devemos nos comportar quando surge uma dor? É possível amar a dor? 
 A dor não pode ser amada em si mesma, porque é um não-ser: a doença é a não-saú
de; a dor, angústia são a não-alegria. A dor é sempre uma negação de algo. 
 Quem deve ser amado é Jesus crucificado e abandonado, que está presente em 
qualquer sofrimento e em cada pessoa que sofre. 
 Conta-se que santa Catarina de Sena, quando era ainda menina, fazia muitas obras 
de caridade. Certo dia, porém, ao encontrar um pobre, obrigada a responder-lhe: «Não 
tenho nada». No entanto, em seguida se lembrou de que carregava uma correntinha no 
pescoço. Tirou-a e deu-a ao pobre. 
 Durante a noite apareceu-lhe Jesus com uma cruzinha maravilhosa na mão, toda 
incrustada de pedras preciosas, e disse: «Conheces esta cruzinha?» 
 «É aquela que me deste ontem, na pessoa daquele pobre», acrescentou Jesus. 
 Jesus escondera-se na figura do pobre, como se esconde na figura do faminto, do 
sedento, do desnudo... E não só na figura do irmão, mas também em nós; se estamos 
doentes, por exemplo, Jesus está presente. E o que for feito a nós, nessa ocasião, será 
 Portanto, como devemos nos comportar quando a dor se apresenta? Deve-se ir ao 
fundo do coração e dizer: «Jesus, eu quero seguir-te, mesmo na cruz, mesmo abandonado, 
e esta é a oportunidade. Ofereço-te esta dor, estou feliz por ter esta dor para te doar». 
 E, em seguida, nos lançamos no amor ao próximo, ou continuamos a fazer alguma 
Em geral, se forem sofrimentos espirituais, passam; e assim podemos de novo retomar 
a caminhada da vida na paz e na alegria. 

09 janeiro 2017

A Tua tática é uma só

Observei que a tua tática é uma só mas não monótona, talvez porque o teu 
agir és Tu, Senhor. 
Tu és o Amor sempre novo. E a tua tática e esta: quando as 
almas se contentam com sombras não falo de sombras efêmeras — isto é, 
quando a vida é para ti, mas não contigo identificada, mandas freqüentemente 
Então, a alma a ti retorna e profere o seu “sim”. Mas, ás vezes, este sim 
está perfumado por um sentimento de gratidão profunda e imerso numa prece 
singular: «Sim, Senhor, encontrando a cruz, nela te encontro. Obrigado por me 
teres reconduzido a ti, e não somente ao que a ti se refere, pois, mais do que 
tudo, atrai-me a solidão contigo, aquela mesma que enfrentarei, forçosamente, no 
dia do encontro, se não a tiver escolhido agora com o amor. 
E Tu, que tudo Podes. faze que eu consiga em teu nome este colóquio 
contínuo entre ti em mim e ti mesmo. em que eventos, homens e coisas são 
apenas combustível para o nosso puro amor». 
Só esta é vida verdadeira. porque centelha de ti. vida sem engano. sem 
desilusão. sem trégua e sem ocaso. 

08 janeiro 2017

Intensidade

Viva a sua vida interior com mais intensidade, porque Deus está permanentemente dentro de você, apesar de suas imperfeições e defeitos.

O Pai habita em todas as coisas criadas, chamando todas as criaturas para o caminho da justiça, da virtude, do amor.

Ninguém pode destruir esta verdade: Deus está dentro de você.

Saiba descobri-lo e terá conquistado a felicidade.

07 janeiro 2017

Meus atos

Cada um de nós é responsável por seus atos.

Por que vai desanimar, pelo que os outros fizeram a você? Que tem você a ver com isso?

Siga à frente, ainda que o mundo inteiro esteja contra você.

Você há de vencer, mesmo que fique sozinho.

Continue sem desânimo, porque você é o único responsável por seus atos.

06 janeiro 2017

Conselhos

Os conselhos ajudam, não há dúvida.

Mas não se esqueça de que a solução de nossos problemas está dentro de nós mesmos, na voz silenciosa de nossa consciência, que é a voz de Deus dentro de nós.

Não se deixe enganar: só você será o responsável pelo caminho que escolher.

Ninguém poderá prestar contas por você.

Procure, portanto, viver acertadamente, de acordo com sua consciência.

05 janeiro 2017

Assim mesmo

“Muitas vezes as pessoas

são egocêntricas, ilógicas e insensatas.
Perdoe-as assim mesmo.

Se você é gentil,
as pessoas podem acusá-lo de interesseiro.
Seja gentil assim mesmo.

Se você é um vencedor,
terá alguns falsos amigos e alguns inimigos verdadeiros.
Vença assim mesmo.

Se você é honesto e franco,
as pessoas podem enganá-lo.
Seja honesto e franco assim mesmo.

O que você levou anos para construir,
alguém pode destruir de uma hora para outra.
Construa assim mesmo.

Se você tem paz e é feliz,
as pessoas podem sentir inveja.
Seja feliz assim mesmo.

O bem que você faz hoje,
pode ser esquecido amanhã.
Faça o bem assim mesmo.

Dê ao mundo o melhor de você,
mas isso pode não ser o bastante.
Dê o melhor de você assim mesmo.

Veja você que, no final das contas,
é tudo entre você e Deus.
Nunca foi entre você e os outros.”

04 janeiro 2017

Em toda parte

Deus está em toda parte ao mesmo tempo, ao redor de você, dentro de você!

Jamais você está desamparado. Nunca está só.

Não permita que a mágoa o perturbe: procure manter-se calmo, para ouvir a voz silenciosa de Deus dentro de você.

Assim, poderá superar todas as dificuldades que aparecerem em seu caminho, e há de descobrir a Verdade que existe em todas as coisas e pessoas.

03 janeiro 2017

Filiação Divina

Não perca de vista sua filiação divina.

Deus é pai de todas as crianças e vive dentro de cada um de seus filhos.

Todas as criaturas são irmãs.

As diferenças raciais e religiosas são apenas de superfície.

Olhe para todos como templos vivos da Divindade, e ame a Deus através do amor às criaturas, procurando servi-lo, servindo ao seu próximo com amor e dedicação.

02 janeiro 2017

Trem bala


Não é sobre ter
Todas as pessoas do mundo pra si
É sobre saber que em algum lugar
Alguém zela por ti
É sobre cantar e poder escutar
Mais do que a própria voz
É sobre dançar na chuva de vida
Que cai sobre nós

É saber se sentir infinito
Num universo tão vasto e bonito
É saber sonhar
E então fazer valer a pena cada verso
Daquele poema sobre acreditar

Não é sobre chegar no topo do mundo
E saber que venceu
É sobre escalar e sentir
Que o caminho te fortaleceu
É sobre ser abrigo
E também ter morada em outros corações
E assim ter amigos contigo
Em todas as situações

A gente não pode ter tudo
Qual seria a graça do mundo se fosse assim
Por isso eu prefiro sorrisos
E os presentes que a vida trouxe
Pra perto de mim

Não é sobre tudo que o seu dinheiro
É capaz de comprar
E sim sobre cada momento
Sorrindo a se compartilhar
Também não é sobre correr
Contra o tempo pra ter sempre mais
Porque quando menos se espera
A vida já ficou pra trás

Segura teu filho no colo
Sorria e abraça teus pais
Enquanto estão aqui
Que a vida é trem-bala parceiro
E a gente é só passageiro prestes a partir

Laiá, laiá, laiá, laiá, laiá
Laiá, laiá, laiá, laiá, laiá

Segura teu filho no colo
Sorria e abraça teus pais
Enquanto estão aqui
Que a vida é trem-bala parceiro
E a gente é só passageiro prestes a partir...

01 janeiro 2017

Jesus no meio

Caríssimos,

Hoje refletiremos um pouco sobre aquele ponto que, de modo abreviado, definimos: "Jesus no meio". Sim, Jesus no meio, é efeito da unidade. Não é um mandamento, uma exortação, ou um conceito, uma normativa, mas é Ele, Jesus, uma Pessoa, que vive espiritualmente entre aqueles que estão unidos, pelo amor, no seu Nome.
Hoje em dia e no mundo em que vivemos temos contatos freqüentes com pessoas retas e boas, que não sentem, porém, a necessidade de ter uma fé. Certas até teriam esse desejo, mas submersas em um mundo que deveria ser cristão e muitas vezes não é, não têm a força para dar o passo e esperam, enfileirando-se com aquelas que se definem "em busca".
Esperam quem?
Talvez inconscientemente esperam encontrar-se um dia com Jesus.
É nessa ocasião, sobretudo frente a pessoas assim, que comprovamos a extrema atualidade, oportunidade e urgência da nossa espiritualidade e do ponto em questão: Jesus no nosso meio, o Ressuscitado.
Ele atesta, demonstra que não é uma realidade somente do passado, mas é Aquele que, mantendo a sua promessa: "Eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos" (Mt 28, 20), está presente, vivo, luminoso, cheio de amor, também hoje entre os irmãos.
Gerar a presença de Jesus no nosso meio é um nosso grande dever. Isso é possível se atuarmos os seus mandamentos, que se resumem no Mandamento Novo vivido segundo o modelo de Jesus Abandonado.
Viver, porém, os seus mandamentos, como Jesus disse, é carregar um peso leve e suave (cf. Mt 11, 30). Sem dúvida, é um peso que humilha o nosso "homem velho", mas não é pesado, aliás, é leve. É mesmo assim.
Mas pode ser sempre assim?
Geralmente sim. A condição é sermos dois ou mais unidos no seu Nome.
E quando estivermos sozinhos? Ou se os outros não compreendem o nosso amor?
Nós sabemos que, abraçando Jesus Abandonado em tais circunstâncias, conseguimos estar de pé, na paz e também na alegria, e podemos trabalhar, rezar, estudar, viver com a plenitude no coração.
No entanto, podemos vivenciar momentos em que nos parece difícil definir leve e suave o peso do Senhor.
Em certos períodos, por exemplo, podemos perder a saúde e isso influencia também o espírito, fazendo-nos fechar em nós mesmos, tornando-nos quase incapazes de nos relacionarmos com os irmãos.
Ou vivemos momentos em que temos que guardar certos segredos que nos preocupam, os quais desejaríamos comunicar para desabafar, mas não podemos. São relativos a nós mesmos - como provações interiores - ou a outras pessoas, tal como fatos tristes e delicados que nos foram confiados em segredo.
Ou chegam períodos em que somos alvo de tentações que podemos comunicar somente ao confessor. Ou são mortes repentinas, acidentes imprevistos que nos abalam profundamente e nos parece difícil que alguém compreenda. Ou aparecem os sintomas de uma doença, que pensamos ser mortal... Ou... ou...
São circunstâncias dolorosas permitidas por Deus para esculpir a nossa alma com o instrumento do qual, no cristianismo, não se pode prescindir e que Jesus também experimentou: a cruz.
Como devemos nos comportar em meio a tais dificuldades?
Tentando nos alegrar, pelo menos com a vontade, por sermos um pouco semelhante a Ele, abandonado, lançando cada preocupação no coração do Pai (cf. 1 Pd 5, 7). Permanecendo numa estável atitude de oferta, ajudados pela graça do momento, que não faltará, enquanto Deus não restituir plenamente a serenidade à nossa alma provada.
Recordando-nos, porém, que devemos amar sempre os irmãos como pudermos e quanto pudermos, abrindo-nos com eles pelos menos de modo vago, dizendo por exemplo: "Estou passando por uma provação...". Comunicá-lo por amor para que não falte a comunhão. A abertura é também o melhor tonificante em cada situação.
Assim, Jesus entre nós, se não deixarmos de gerá-lo - como dizia Paulo VI[1] -, nos fará vir à tona também nesses momentos e nos demonstrará que, sempre e de qualquer forma, o seu peso pode ser leve e suave.
Neste ano, em que aprofundaremos a realidade de Jesus no meio, façamos de tudo para tê-lo sempre entre nós.
Será um exercício útil para demonstrar que Ele pode estar presente entre nós ao longo de toda a nossa vida.                                                                                              



[1].         Insegnamenti di Paolo VI, Poliglota Vaticana, 1965, II, pág. 1072-1074.