17 janeiro 2017

A vinha de Jesus Abandonado


 “A minha vinha, somente minha, está diante de mim” (cf. Ct 8,12).
 Sempre vimos a Obra de Maria como a vinha de Jesus Abandonado.
 E agora me volta à mente um pensamento.
 Após cinqüenta e seis anos de vida do Movimento, posso contemplar
os seus ramos, as suas parras, lançados em toda a terra, e os cachos
suculentos que nutrem continuamente um povo novo.
 Lembro-me das palavras que li com as minhas companheiras, talvez
ainda em 1944, na festa de Cristo Rei: “Pede, e eu te darei as nações
como herança, os confins da Terra como propriedade” (Sl 2,8).
 Pedimos com fé naquela vez. O Movimento chegou realmente aos ú
ltimos confins da Terra. E nesse “povo novo” estão representados os
povos da Terra inteira.
 Em um número tão grande que o auspício do meu bispo em 1956,
de que já falei, “Oxalá os focolarinos fossem legiões!”, agora é uma
realidade. Ele, que esperava ganhar o Paraíso também por ter apoiado
os focolarinos, está constatando isso lá do Alto.
 Qual o meu último desejo agora, e por enquanto? Quisera que a
Obra de Maria, no final dos tempos, quando estiver à espera de
comparecer perante Jesus Abandonado-Ressuscitado, em bloco,
pudesse repetir-lhe — fazendo eco às palavras do teólogo belga Jacques
Leclercq, que sempre me comovem:
 No teu dia, meu Deus, caminharei em tua direção… Caminharei em
tua direção, meu Deus […] e com o meu sonho mais desvairado: levar
para ti o mundo em meus braços. (apud Mühs, 1998, p. 64) “Pai, que
todos sejam um!”

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