Mas, quase simultaneamente, vemos que, ao adjetivo “crucificado”, vem juntar-se um outro: “abandonado”. O que significa isto? Como se deu a manifestação de Jesus Abandonado como vocação específica nossa? Em 24 de janeiro de 1944, um sacerdote nos dissera que a maior dor de Jesus foi quando gritou na cruz: “Deus meu, Deus meu, por que me abandonaste?” ( Mt 27,46; Mc 15,34). Na época, ao contrário, o pensamento corrente entre os cristãos era que fora a dor sentida no Getsêmani. Mas nós, tendo uma grande fé nas palavras do sacerdote porque ministro de Cristo, acreditamos que a dor do abandono fora a dor máxima. Por outro lado, sabemos hoje que essa convicção está-se tornando patrimônio comum da teologia e da espiritualidade. O encontro com aquele sacerdote foi uma circunstância extrínseca, mas — constatamos isso agora — era a resposta que Deus dava a uma prece nossa, quando, fascinadas pela beleza do seu Testamento, nós, primeiras focolarinas, todas unidas, havíamos pedido a Jesus, em seu nome, que nos ensinasse a realizar a unidade, que Ele rogara ao Pai antes de morrer. E até hoje, nestes cinqüenta e seis anos de vida do Movimento, sempre experimentamos que é justamente o amor a Jesus crucificado e abandonado aquilo que possibilita colocar em prática a unidade.
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