17 maio 2019

Sermos filhos dos Santos

Mollens (Suíça), 19 de setembro de 1980

Chiara Lubich afirmou em várias circunstâncias que é típico da espiritualidade da unidade «aprender
com os santos, sermos seus filhos, para participar dos seus carismas». Aqui ela lê uma poesia da grande
Teresa de Ávila, que, como os santos da época, permaneceu nos seus escritos, continuando a fazer o bem
com palavras que têm perfume de eternidade.
(…)
Existe uma poesia de Santa Teresa d'Ávila, cadenciada por um refrão: "Dize-me o que queres de
mim, dize-me Senhor!" É uma expressão da "indiferença", ou melhor, da entrega total à vontade divina.
Eis algumas estrofes:
"Nasci para Ti, é para Ti o meu coração.
Dize-me o que queres de mim, dize-me Senhor!
[…]
Vida ou morte, triunfo ou até infâmia,
enfermidade ou saúde,
quer me queiras em paz ou em horríveis
penas contínuas e atrozes,
tudo aceita e satisfaz este coração.
Dize-me o que queres de mim, dize-me Senhor!
Dá-me riqueza ou constringe-me à pobreza,
dá-me inferno ou céu,
vida submersa nas mais densas trevas
ou luz plena sem véu;
a tudo me submeto, ó Sumo Amor.
Dize-me o que queres de mim, dize-me Senhor!
A alma, se queres, de alegria inabalável
ou de amargura inunda;
devoção, oração, raptos e êxtases
ou aridez profunda:
no Teu querer o coração encontra a paz.
Dize-me o que queres de mim, dize-me Senhor!
[…]
Nasci para Ti, é para Ti o meu coração.
Dize-me o que queres de mim, dize-me Senhor!"1

1Cf S. TERESA DI GESÙ, Poesie, in Opere, Roma 1958, p. 1523-1525

Nenhum comentário: