No nosso Movimento se pensa
que todos nós, que tivemos a graça de receber do Espírito Santo um
carisma, que é como um sangue novo e comum que nos liga, somos e
permaneceremos sempre uma única família, da qual alguns membros já
partiram; uma família sempre à espera de reunir-se.
Concordamos, de fato, com o
que escreveu padre Alberione, fundador dos paulinos:
Congregavit nos in unum
Christi amor. Um único amor reuniu os nossos corações ao redor do
Coração de Jesus Cristo. Assim acontece em cada Instituto secular,
em cada família religiosa, que não se desfaz com a morte; portanto
a Congregação pode ter membros na Igreja celeste gloriosa, outros
em purificação, outros na Igreja peregrina. Todos com um único
vínculo:
O amor (...)
Continua
padre Alberione:
Os nossos irmãos da Igreja
gloriosa ajudam os irmã os em purificação e os irmãos da Igreja
peregrina. Os irmãos em purificação dão glória aos irmãos da
Igreja gloriosa, enquanto rezam pelos irmãos da Igreja peregrina e
esperam ajuda de ambos. Os irmãos da Igreja peregrina fazem
sufrágios pelos irmãos em purificação e pedem ajuda aos irmãos
da Igreja celeste gloriosa e em purificação. (...)
A
frase seguinte é belíssima:
A Congregação se consolida —
isto é, o nosso Movimento — se consolida e aperfeiçoa com a
morte.
Pois esses aderentes já não
podem deixar de amar. Quem estiver no Paraíso e no Purgatório não
pode deixar de amar. Estão fixos na graça de Deus. Por isso, o
nosso Movimento se consolida com a morte e não se enfraquece, como
poderíamos pensar. Ele se consolida.
Ele se consolida e aperfeiçoa
com a morte. Como irmãos em diversas condições, mas ainda unidos
pelo mesmo fim: glória a Deus, paz aos homens»1
Escrevi
no dia 25 de dezembro de 1973 aos focolarinos este trecho muito
atual:
Se hoje eu tivesse que deixar
esta terra e me fosse pedida uma palavra, como última que exprimisse
o nosso Ideal, eu lhes diria (certa de que seria entendida no sentido
mais exato):
“Sejam uma família”.
Existe entre vocês quem sofre
em virtude de provações espirituais ou morais? Compreendam-no como
e mais do que uma mãe! Iluminem-no com a palavra e com o exemplo.
Não lhe deixem faltar, pelo contrário, aumentem ao redor dele o
aconchego da família. Existe entre vocês quem sofre fisicamente?
Seja o irmão predileto. Sofram com ele. Procurem entender
profundamente as suas dores. Façamno participar dos frutos do
apostolado de vocês para que saiba que mais do que os outros foi ele
que contribuiu para isso.
Alguém está morrendo?
Imaginem estar no lugar dele e façam o que gostariam que fosse feito
a vocês até o último instante.
Existe
alguém que se regozija por uma conquista ou por qualquer outra
razão? Alegrem-se com ele, para que a sua consolação não seja
diminuída e a alma não se feche, mas a alegria seja de todos.
Existe
alguém que parte? Não o deixem partir sem lhe terem preenchido o
coração de uma única herança: o sentido da família, para que o
leve para onde está destinado.
Não anteponham jamais
qualquer atividade de qualquer tipo, nem espiritual (por exemplo,
orações e missa), nem apostólica ao espírito de família com
aqueles irmãos com quem vocês vivem.
E por onde andarem para levar
o Ideal de Cristo, para expandir a imensa família da Obra de Maria,
não farão nada melhor do que procurar criar com discrição, com
prudência, mas com decisão, o espírito de família. Este é um
espírito humilde, deseja o bem dos outros, não se envaidece...
(...), é a verdadeira caridade, completa.
Enfim, se eu tivesse que
deixá-los, praticamente deixaria que Jesus em mim lhes repetisse:
“Amai-vos uns aos outros...
para que todos sejam um”.
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