02 setembro 2018

A SAÚDE DA OBRA: SER UMA ÚNICA FAMÍLIA


No nosso Movimento se pensa que todos nós, que tivemos a graça de receber do Espírito Santo um carisma, que é como um sangue novo e comum que nos liga, somos e permaneceremos sempre uma única família, da qual alguns membros já partiram; uma família sempre à espera de reunir-se.
Concordamos, de fato, com o que escreveu padre Alberione, fundador dos paulinos:

Congregavit nos in unum Christi amor. Um único amor reuniu os nossos corações ao redor do Coração de Jesus Cristo. Assim acontece em cada Instituto secular, em cada família religiosa, que não se desfaz com a morte; portanto a Congregação pode ter membros na Igreja celeste gloriosa, outros em purificação, outros na Igreja peregrina. Todos com um único vínculo:
O amor (...)

Continua padre Alberione:

Os nossos irmãos da Igreja gloriosa ajudam os irmã os em purificação e os irmãos da Igreja peregrina. Os irmãos em purificação dão glória aos irmãos da Igreja gloriosa, enquanto rezam pelos irmãos da Igreja peregrina e esperam ajuda de ambos. Os irmãos da Igreja peregrina fazem sufrágios pelos irmãos em purificação e pedem ajuda aos irmãos da Igreja celeste gloriosa e em purificação. (...)

A frase seguinte é belíssima:

A Congregação se consolida — isto é, o nosso Movimento — se consolida e aperfeiçoa com a morte.

Pois esses aderentes já não podem deixar de amar. Quem estiver no Paraíso e no Purgatório não pode deixar de amar. Estão fixos na graça de Deus. Por isso, o nosso Movimento se consolida com a morte e não se enfraquece, como poderíamos pensar. Ele se consolida.

Ele se consolida e aperfeiçoa com a morte. Como irmãos em diversas condições, mas ainda unidos pelo mesmo fim: glória a Deus, paz aos homens»1

Escrevi no dia 25 de dezembro de 1973 aos focolarinos este trecho muito atual:

Se hoje eu tivesse que deixar esta terra e me fosse pedida uma palavra, como última que exprimisse o nosso Ideal, eu lhes diria (certa de que seria entendida no sentido mais exato):
Sejam uma família”.
Existe entre vocês quem sofre em virtude de provações espirituais ou morais? Compreendam-no como e mais do que uma mãe! Iluminem-no com a palavra e com o exemplo. Não lhe deixem faltar, pelo contrário, aumentem ao redor dele o aconchego da família. Existe entre vocês quem sofre fisicamente? Seja o irmão predileto. Sofram com ele. Procurem entender profundamente as suas dores. Façamno participar dos frutos do apostolado de vocês para que saiba que mais do que os outros foi ele que contribuiu para isso.
Alguém está morrendo? Imaginem estar no lugar dele e façam o que gostariam que fosse feito a vocês até o último instante.
Existe alguém que se regozija por uma conquista ou por qualquer outra razão? Alegrem-se com ele, para que a sua consolação não seja diminuída e a alma não se feche, mas a alegria seja de todos.
Existe alguém que parte? Não o deixem partir sem lhe terem preenchido o coração de uma única herança: o sentido da família, para que o leve para onde está destinado.
Não anteponham jamais qualquer atividade de qualquer tipo, nem espiritual (por exemplo, orações e missa), nem apostólica ao espírito de família com aqueles irmãos com quem vocês vivem.
E por onde andarem para levar o Ideal de Cristo, para expandir a imensa família da Obra de Maria, não farão nada melhor do que procurar criar com discrição, com prudência, mas com decisão, o espírito de família. Este é um espírito humilde, deseja o bem dos outros, não se envaidece... (...), é a verdadeira caridade, completa.
Enfim, se eu tivesse que deixá-los, praticamente deixaria que Jesus em mim lhes repetisse:
Amai-vos uns aos outros... para que todos sejam um”.

1 Tiago Alberione. A tesse di esercizi spiriluali. Capo IX - Istruzione IX.

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