Chiara, você nos disse, no “Pensamento espiritual” [1],
que devíamos contar todos os dias os atos de amor a Jesus abandonado e
oferecê-los cada noite a ele. Você nos comunicou também sua experiência a este
respeito. Poderia nos contar alguma coisa mais?
Esses atos de amor, que são expressões de uma preferência
por Jesus Abandonado diante de tudo o mais, levam-me a viver experiências
especiais.
Antes de mais nada, sinto uma grande liberdade de
espírito, porque com esses atos me liberto de tudo o que possa ser uma forma de
apego.
Vivo, por este motivo (assim o espero), sempre com o
Ressuscitado em meu coração e, portanto, com a alegria dada por ele.
Posso, através desses atos, dizer que amo a Deus de todo
o coração, mente, forças, porque não dou valor a nada, a não ser à sua vontade.
Compreendo um pouco melhor a bem-aventurança: «Felizes os
mortos que desde agora morrem no Senhor» (Ap 14,13). Então, estando desde já
mortos a nós mesmos, nos preparamos para “aquela hora”.
Experimentamos o “nada” [2]
de tudo, o olvido que tanto atrai, porque todas as coisas lhe são sacrificadas.
Só ele permanece, dominando a vida.
Creio que Jesus aprecia uma vida concebida assim, e eu me
“agarrei” a ela como àquela pérola preciosa da qual fala o Evangelho. Parece-me
que não se pode encontrar nada melhor. Penso que foi Maria quem no-la indicou.
[1] Mensagem
enriquecida de notícias, transmitida por Chiara Lubich, através de conferência
telefônica, uma vez por mês, aos Centros do Movimento dos Focolares e, depois,
repassada a todos os seus membros.
[2] O “nada”, de que
fala são João da Cruz, é a etapa da santidade na qual a alma reconhece que Deus
é tudo e vive, como um nada, abandonada nas mãos dele.
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