Rocca di Papa, 22/01/87.
Caros amigos,
Desta vez gostaria de comunicarlhes uma pequena
experiência que vivi nestes dias. Num momento de repouso, assisti a um
documentário sobre a natureza. Ao contrário de outras transmissões feitas pela
TV, que muitas vezes trazem à alma a poeira do mundo e deixam no coração um
vazio (por isso precisamos ter muita prudência no uso deste veículo de
comunicação), este programa produziu um grande efeito em minha alma.
Contemplando a imensidão do universo, a extraordinária
beleza da natureza, a sua potência, elevei-me espontaneamente ao Criador de
tudo e compreendi de uma maneira toda original a imensidão de Deus. Esta
impressão foi tão forte, tão nova, que me veio até mesmo o desejo de me
ajoelhar para adorar, para louvar, para glorificar a Deus. Senti necessidade de
fazêlo, como se fosse essa a minha vocação atual.
E, como que se meus olhos se abrissem agora, compreendi
mais do que nunca quem é Aquele a quem escolhemos por ideal, ou melhor, Aquele
que escolheu a nós. Descobrio tão grande, tão imenso, a ponto de me parecer
impossível que Ele tivesse pensado em nós. Esta impressão da sua grandeza
permaneceu em meu coração por dias e dias.
Dizer agora << santificado seja o vosso nome ...
>> ou <<Glória ao Pai, ao
Filho, e ao Espírito Santo>> é muito diferente para mim. É uma
necessidade do coração.
Caros amigos, Ottorino
deixounos menos de três meses após a morte de Lionello. Ambos concluíram a sua
Santa Viagem, como também Marilen, Aldo, Margareth e muitas outras pessoas
queridas do nosso Movimento 1. Qual a tarefa deles agora no Céu, onde espero se
encontrem (inclusive pela ajuda que todos nós juntos pudemos darlhes)?
Para
os habitantes do Céu, a principal tarefa é louvar a Deus, glorificálo, adorálo.
Agora eles o vêem e não podem deixar de expressar todo o louvor possível.
Nós estamos a caminho. Normalmente enquanto viajamos já
pensamos no ambiente que nos acolherá na chegada; já pensamos na paisagem, na
cidade, já nos preparamos. É assim também que nós devemos fazer agora. No Céu,
louvaremos a Deus? Louvemolo então desde já. Deixemos que o nosso coração
manifeste a Ele todo nosso amor; que, juntamente com os anjos, com os santos,
com os mariapolitas celestes, proclame: “Santo, Santo, Santo!”
Expressemos nosso louvor com as palavras e com o coração.
Aproveitemos para reavivar aquelas orações que fazemos diariamente com esta
finalidade. E demos glória a Ele também com todo o nosso ser.
Sabemos que quanto mais nos anulamos (tendo por modelo
Jesus Abandonado *0 que se reduziu a nada), tanto mais gritamos com a nossa
vida que Deus é tudo e, portanto, o louvamos, o glorificamos, o adoramos. Mas,
agindo dessa forma, também o nosso "homem velho" (cf. Ef 4,22) morre,
e com a sua morte vive o "homem novo" (cf. Ef 4,24), a
"nova criatura" (cf. Cor 5,17).
Eis
um outro modo de colocar em prática a Palavra de Vida do mês, que fala
justamente da nova criatura, de Cristo em nós 2.
Teremos diante de nós, como de costume, outros quinze
dias para viver esta Palavra, se Deus o permitir. Procuremos vários outros
momentos durante o dia para adorar a Deus, para louválo. Façamolo
durante a meditação, em uma visita ao Santíssimo numa igreja, ou durante a
missa. Louvemos a Deus para além da natureza ou no Intimo do nosso coração. E
principalmente, vivamos "mortos" para nós mesmos e vivos para a
vontade de Deus, para o amor aos irmãos.
Sejamos, também nós, como dizia Elizabete da Trindade,
“um louvor da sua glória” 3.
Assim anteciparemos um pouco o Paraíso. E repararemos a
indiferença que muitos corações hoje no mundo têm para com Deus.
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