15 março 2017

Testemunho e irradiação

De um discurso aos membros consagrados a Deus nos focolares para difundir a espiritualidade da unidade

    Grottaferrata, 25 de dezembro de 1962

    [...] ia eu pelas ruas de Einsiedeln (Suíça), e vi muitas pessoas de várias ordens religiosas passando. Eram tão lindos aqueles diferentes hábitos das irmãs, dos padres, tendo ao fundo uma natureza espetacular! Entendi ali que realmente os fundadores tiveram uma inspiração para vestir os seus filhos daquele determinado modo.

    [Entre outros] causavam-me impressão particular as Pequenas Irmãs de Foucauld. Passavam de bicicleta e tinham um rostinho muito vivo, com aqueles lenços de lavadeiras na cabeça. O rosto vivo lembrava à minha alma aquela frase que se referia ao fundador, Charles de Foucauld, o qual – como se dizia – gritou o Evangelho com toda a sua vida.

    De fato, parecia que aquelas irmãs diziam: Bem-aventurados os pobres de espírito, bem-aventurados aqueles que choram, bem-aventurados...’.

    Não eram as bem-aventuranças que o mundo gostaria de ter, era o escândalo do Evangelho.

    Surgiu, então, dentro de mim um grande desejo de eu também dar, inclusive externamente, o meu testemunho.

    (Mas) [...] a resposta não me vinha.

    A um determinado ponto, encontrei-me com uma companheira e lhe disse: “Veja [...], percebi que aquelas irmãs exercem seu apostolado sobre a minha pessoa, não com palavras, mas com o traje delas...”, e gostaria que nós também pudéssemos fazer isso. Mas em que os outros podem conhecer Deus por meio de nós? Ah – digo eu – “disto conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”.

    Portanto, o amor mútuo era o nosso traje. Morrer na caridade recíproca é para nós o nosso (típico) apostolado.

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