Sabemos que
Deus, ser espiritual por excelência, é amor. Portanto, o amor é o elemento
espiritual mais desejado: aquele amor que Deus, ao fazer-se homem, trouxe à
terra.
Imaginemos ver
passar diante dos nossos olhos algumas cenas sintomáticas do mundo de hoje. (…)
E nos perguntemos: o que diria Jesus se aparecesse no meio delas? Estamos
certos de que hoje, como no seu tempo, falaria novamente de amor. «Amai-vos —
diria — como eu vos amei». Somente juntos, na concórdia e no perdão, é que
podemos construir um futuro sólido.
Como em uma sequência
de projeções que se dissolvem uma na outra, imaginemos transferir-nos para
outros lugares, como um país da América Latina, por exemplo. De um lado,
arranha-céus, muitas vezes como modernas catedrais erigidas ao deus-consumo, e,
do outro, barracos, favelas e miséria: miséria física e moral; e doenças de
toda espécie.
O que diria
Jesus diante desta visão desoladora? «Eu vos tinha dito que vos amásseis. Não o
fizestes e eis as consequências.»
E se outros
quadros, como numa colagem, nos oferecessem visões de cidades, conhecidas como
as mais ricas do mundo, ou com as mais avançadas tecnologias e,
simultaneamente, panoramas de ambientes desérticos com homens, mulheres e
crianças morrendo de fome. Que diria Jesus se aparecesse bem ali no meio?
«Amai-vos.» Ou se víssemos imagens de lutas raciais com flagelos e violações de
direitos humanos… Ou intermináveis conflitos armados… Que diria Jesus diante de
tantos dramas? «Eu vos tinha dito que é preciso querer-se bem. Amai-vos como eu
vos amei.» Sim, diria isso diante destas e das mais graves situações do mundo
atual.
(…) E o que
Jesus diz é de uma importância enorme, porque este «Amai-vos uns aos outros
como eu vos amei» é a chave principal para a solução de todo problema, é a
resposta fundamental para todo mal que atinge o homem.
(…) Jesus
definiu o mandamento do amor como “meu” e “novo”: é um mandamento tipicamente
seu, visto que lhe deu um conteúdo único e novíssimo. «Amai-vos — disse Ele —
como eu vos amei». E Ele deu a vida por nós.
Por
conseguinte, o que está em jogo neste amor é a vida. E um amor para com os
irmãos, disposto a dar a vida, é o que Ele pede também de nós.
Para Jesus não
é suficiente a amizade ou a benevolência para com os outros; não lhe basta a
filantropia, nem a mera solidariedade. O amor que ele pede não se resume na
não-violência. É algo ativo, ativíssimo. Exige que não se viva mais em função
de si mesmo, para viver pelos outros. E isso requer sacrifício, esforço. Exige
que todos se transformem de pessoas covardes e egoístas, concentradas nos seus
próprios interesses e nas suas próprias coisas, em pequenos heróis da vida
cotidiana: pessoas que dia após dia estão a serviço dos irmãos, prontos a dar
até mesmo a vida por eles.
E este é o
chamado da vocação de vocês, se não quiserem ver seus ideais dissiparem-se em
meras utopias.
Vocês devem amar desse modo, viver o amor
mútuo desse modo, começando a dar
testemunho deste amor antes de propô-lo aos outros.
Testemunhas,
modelos, para que o mundo veja como vocês se amam e possa repetir aquilo que
foi dito a respeito dos primeiros cristãos: «Vede como se amam e estão prontos
a morrer uns pelos outros».
Deste modo
teremos colocado bases sólidas; estará plantada a raiz da árvore que queremos
ver florescer.
De fato, este
amor recíproco entre vocês terá conseqüências de um valor — diríamos —
infinito, porque onde existe o amor, lá está Deus; e como disse Jesus: «Onde
dois ou três estão reunidos em meu nome (ou seja, no seu amor), ali estou eu no
meio deles».
Vocês terão
então Cristo entre vocês, o próprio Cristo, o Onipotente; e dele vocês podem
esperar tudo.
Será Ele mesmo
a trabalhar com vocês porque Ele de certa forma voltará ao mundo, a todos os
lugares onde vocês estiverem, através do amor recíproco, da unidade vivida
entre vocês.
Ele os
iluminará a respeito de tudo o que deve ser feito, será o seu guia e sustento;
Ele será a força, o ardor, a alegria de vocês.
Por meio dele o mundo que os rodeia se
converterá à concórdia, e toda divisão será sanada. Foi Ele quem disse: «Que
sejam um a fim de que o mundo creia».
Vocês assumiram um compromisso grandioso. Não pode ser outro, senão Ele, o líder nessa luta. Portanto, amor entre vocês e amor semeado em muitos cantos da terra, entre as pessoas, entre os grupos, entre as nações, com todos os meios, para que se torne realidade a “invasão de amor” da qual sempre falamos, e tome consistência — também mediante a contribuição de vocês — a civilização do amor que todos desejamos.
Vocês assumiram um compromisso grandioso. Não pode ser outro, senão Ele, o líder nessa luta. Portanto, amor entre vocês e amor semeado em muitos cantos da terra, entre as pessoas, entre os grupos, entre as nações, com todos os meios, para que se torne realidade a “invasão de amor” da qual sempre falamos, e tome consistência — também mediante a contribuição de vocês — a civilização do amor que todos desejamos.
É isto que
vocês são chamados a viver. E haverão de ver grandes coisas.
(…) Sigam em frente sem hesitação. A vida que vocês devem irradiar não deve conhecer meias medidas, é generosa. Não a desperdicem!
(…) Sigam em frente sem hesitação. A vida que vocês devem irradiar não deve conhecer meias medidas, é generosa. Não a desperdicem!
Todos, de mãos
dadas, tenham certeza: a vitória será nossa.
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