22 março 2017

NO TREM DO TEMPO

      Nos primeiros tempos do Movimento, podíamos morrer a qualquer momento, porque não estávamos bem protegidas contra os bombardeios. Então, ao nos perguntarmos: quando é que devemos amar a Deus fazendo a sua vontade?, logo entendemos: agora, já, porque não sabemos se haverá um depois.
      O único tempo que nos pertencia era o momento presente. O passado já era passado; o futuro, não sabíamos se chegaria a existir. Dizíamos então: o passado não existe mais; coloquemo-lo na misericórdia de Deus. O futuro não existe ainda. Vivendo o presente, viveremos bem também o futuro, quando este se tornar presente.
      Como é insensato — dizíamos — viver pensando no passado, que não retorna, ou no futuro, que talvez nunca venha a existir e que é imprevisível!
      Citávamos o exemplo do trem. Assim como um viajante, para chegar ao seu destino, não fica caminhando para frente e para trás no trem, mas permanece sentado no seu lugar, da mesma forma nós devemos permanecer fixos no presente. O trem do tempo vai por si.
      E, presente após presente, chegaríamos ao momento do qual depende a eternidade.
      Amando a vontade de Deus no presente com todo o coração, toda a alma, todas as forças, poderíamos cumprir, por toda a nossa vida, o mandamento de amar a Deus com todo o coração, toda a alma, todas as forças.



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