Em diálogo com Bispos de diversas Igrejas, reunidos em congresso para aprofundar a vida e a doutrina da espiritualidade da unidade
Baar (Suíça), 16 de novembro de 2001
Como tornar mais compreensível o conceito da fraternidade? Esta é uma pergunta que me atormenta. Como nos exprimirmos sem reforçar conceitos genéricos demais?
Procuro responder a uma coisa por vez. Primeiro, o que entendemos [...] por fraternidade: é aquela realidade pela qual todos os homens deveriam se considerar irmãos e irmãs, por serem todos filhos de um único Pai. Certamente, para nós cristãos, esse conceito é um tanto particular, pois coincide com a unidade que Jesus pediu em seu testamento: “Que todos sejam um”. A unidade, por assim dizer, é a superfraternidade, porque é unidade em Deus por meio de Jesus Cristo pelo Espírito Santo; é unidade em Deus. Como somos filhos de Deus, somos “um” de um modo especial, temos uma fraternidade um pouco característica, cristã, que em geral não é possível no mundo que não é cristão. [...]
Nós cristãos, com o nosso amor sobrenatural, amando [aqueles do mundo que não é cristão], e eles nos amando com aquele amor que possuem dentro de si e que nós devemos ajudar a desenvolver, a fazer entender que existe, criamos no mundo, em todo o mundo, a fraternidade. [...]
Outra coisa: Como se fazer entender pelo homem da rua? Diria aqui algo que talvez se revele novo: começando nós a vivermos. Se começamos a viver a fraternidade, fazemos experiências. Por exemplo: encontro um muçulmano, conversamos, tornamo-nos amigos, depois ele passa também a fazer parte do Movimento. Em lugar de falar de fraternidade, começo a contar a minha experiência, mas é necessário que eu a tenha vivido [para] poder apresentá-la. Uma experiência de vida nunca é difícil, é sempre possível oferecê-la, basta saber explicá-la bem, basta amar, usar as palavras que todos entendem.
Portanto, a minha resposta é: para se fazer entender pelo homem da rua, basta começar a viver essa fraternidade com todos, e doar as próprias experiências.
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