05 março 2017

A VINHA DE JESUS ABANDONADO


      “A minha vinha, somente minha, está diante de mim” (cf. Ct 8,12).

      Sempre vimos a Obra de Maria como a vinha de Jesus Abandonado.

      E agora me volta à mente um pensamento.

      Após cinqüenta e seis anos de vida do Movimento, posso contemplar os seus ramos, as suas parras, lançados em toda a terra, e os cachos suculentos que nutrem continuamente um povo novo.

      Lembro-me das palavras que li com as minhas companheiras, talvez ainda em 1944, na festa de Cristo Rei: “Pede, e eu te darei as nações como herança, os confins da Terra como propriedade” (Sl 2,8).

      Pedimos com fé naquela vez. O Movimento chegou realmente aos últimos confins da Terra. E nesse “povo novo” estão representados os povos da Terra inteira.

      Em um número tão grande que o auspício do meu bispo em 1956, de que já falei, “Oxalá os focolarinos fossem legiões!”, agora é uma realidade. Ele, que esperava ganhar o Paraíso também por ter apoiado os focolarinos, está constatando isso lá do Alto.

      Qual o meu último desejo agora, e por enquanto? Quisera que a Obra de Maria, no final dos tempos, quando estiver à espera de comparecer perante Jesus Abandonado-Ressuscitado, em bloco, pudesse repetir-lhe — fazendo eco às palavras do teólogo belga Jacques Leclercq, que sempre me comovem:

      No teu dia, meu Deus, caminharei em tua direção Caminharei em tua direção, meu Deus [] e com o meu sonho mais desvairado: levar para ti o mundo em meus braços. (apud Mühs, 1998, p. 64) “Pai, que todos sejam um!”

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