19 março 2017

Simplesmente Mãe

Mãe, simplesmente Maria e as mães.
Um dia entendi – eu já sabia mas compreendi melhor naquela ocasião – que Nossa Senhora está no céu com Jesus e que ela tem um coração que bate, um coração de carne, transfigurado, naturalmente.
Compreendi que o seu coração bate por mim.
Vocês podem perguntar a qualquer mãe qual o filho que ela mais ama e, embora tendo cinco, sete, dez fihos, responderá que ama cada um como se fosse o único.
O coração de Maria bate unicamente por mim: eu estou convencida disso.
Aquele coração bate somente por mim, por você, por amor a cada um.
Exclusivamente.
Como se não houvesse mais ninguém no mundo.
Então, diante de um coração que bate unicamente por mim, diante de Maria que me diz: “Chiara, sou toda sua!”, o que devo responder? “Maria, sou toda sua!”

***
Existem muitos modos de honrar Maria, mas existe um que é superior a todos os outros: imitá-la, comportar-se como outra Maria na terra.
Creio que seja este o modo que mais lhe agrada, porque lhe permite retornar, de certa forma, entre os homens.
Sem excluir todas as outras possibilidades de honrar Maria, nós devemos nos fixar nesta.
Mas, como imitá-la? O que imitar em Maria?
Devemos imitá-la no essencial.
Ela é mãe, mãe de Jesus e, espiritualmente, nossa mãe.
Na cruz, ao doá-la a João, Jesus no-la doou como mãe.
Devemos ser outra Maria enquanto mãe.
Portanto devemos formular este propósito: eu me comportarei com todos os próximos que encontrar, ou com quem eu trabalho, como se fosse uma mãe para eles.
Constataremos, assim, que em nós se realiza uma conversão, uma revolução.
E não apenas porque faremos, talvez, o papel de mãe da nossa própria mãe ou do nosso próprio pai, mas porque assumiremos um comportamento especial em relação a todas as pessoas.
Uma mãe acolhe sempre, ajuda sempre, espera sempre, cobre tudo.
Uma mãe perdoa tudo que o seu filho faz, mesmo sendo ele um delinquente ou um terrorista.
De fato, o amor de uma mãe é muito semelhante à caridade de Cristo, da qual fala são Paulo no seu cântico à caridade.
Se tivermos o coração de uma mãe ou, mais precisamente, se nos propusermos a ter o coração de Maria, a mãe por excelência, estaremos sempre prontos a amar os outros em qualquer circunstância e a termos, por isso, o Ressuscitado vivo em nós.
E também faremos tudo o que é necessário para manter presente Jesus, o Ressuscitado, no meio de nós.
Se tivermos o coração desta mãe, amaremos todos: não apenas os membros da nossa Igreja, mas também os das outras.
Amaremos não só os cristãos, mas também os muçulmanos, os budistas, os hindus etc.
Amaremos também os homens de boa vontade que não possuem um referencial religioso.
Amaremos todos os homens da terra, porque a maternidade de Maria é universal, como foi universal a redenção realizada por Jesus.
Mesmo se, às vezes, o amor não retorna a ela, Maria ama sempre, ama todos.
Este deve ser o nosso propósito: viver como Maria, como se fôssemos mães de todos os homens.






[1] Estes dois trechos de Chiara Lubich  sobre a maternidade de Maria foram publicados na Revista Cidade Nova.

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