Mãe,
simplesmente Maria e as mães.
Um dia entendi – eu já sabia mas compreendi
melhor naquela ocasião – que Nossa Senhora está no céu com Jesus e que ela tem
um coração que bate, um coração de carne, transfigurado, naturalmente.
Compreendi que o seu coração bate por mim.
Vocês podem perguntar a qualquer mãe qual o
filho que ela mais ama e, embora tendo cinco, sete, dez fihos, responderá que
ama cada um como se fosse o único.
O coração de Maria bate unicamente por mim:
eu estou convencida disso.
Aquele coração bate somente por mim, por
você, por amor a cada um.
Exclusivamente.
Como se não houvesse mais ninguém no mundo.
Então, diante de um coração que bate
unicamente por mim, diante de Maria que me diz: “Chiara, sou toda sua!”, o que
devo responder? “Maria, sou toda sua!”
***
Existem muitos modos de honrar Maria, mas
existe um que é superior a todos os outros: imitá-la, comportar-se como outra
Maria na terra.
Creio que seja este o modo que mais lhe
agrada, porque lhe permite retornar, de certa forma, entre os homens.
Sem excluir todas as outras possibilidades de
honrar Maria, nós devemos nos fixar nesta.
Mas, como imitá-la? O que imitar em Maria?
Devemos imitá-la no essencial.
Ela é mãe, mãe de Jesus e, espiritualmente, nossa
mãe.
Na cruz, ao doá-la a João, Jesus no-la doou
como mãe.
Devemos ser outra Maria enquanto mãe.
Portanto devemos formular este propósito: eu
me comportarei com todos os próximos que encontrar, ou com quem eu trabalho,
como se fosse uma mãe para eles.
Constataremos, assim, que em nós se realiza
uma conversão, uma revolução.
E não apenas porque faremos, talvez, o papel
de mãe da nossa própria mãe ou do nosso próprio pai, mas porque assumiremos um
comportamento especial em relação a todas as pessoas.
Uma mãe acolhe sempre, ajuda sempre, espera
sempre, cobre tudo.
Uma mãe perdoa tudo que o seu filho faz,
mesmo sendo ele um delinquente ou um terrorista.
De fato, o amor de uma mãe é muito semelhante
à caridade de Cristo, da qual fala são Paulo no seu cântico à caridade.
Se tivermos o coração de uma mãe ou, mais
precisamente, se nos propusermos a ter o coração de Maria, a mãe por
excelência, estaremos sempre prontos a amar os outros em qualquer circunstância
e a termos, por isso, o Ressuscitado vivo em nós.
E também faremos tudo o que é necessário para
manter presente Jesus, o Ressuscitado, no meio de nós.
Se tivermos o coração desta mãe, amaremos
todos: não apenas os membros da nossa Igreja, mas também os das outras.
Amaremos não só os cristãos, mas também os
muçulmanos, os budistas, os hindus etc.
Amaremos também os homens de boa vontade que
não possuem um referencial religioso.
Amaremos todos os homens da terra, porque a
maternidade de Maria é universal, como foi universal a redenção realizada por
Jesus.
Mesmo se, às vezes, o amor não retorna a ela,
Maria ama sempre, ama todos.
Este deve ser o nosso propósito: viver como
Maria, como se fôssemos mães de todos os homens.
[1] Estes dois trechos de Chiara Lubich sobre
a maternidade de Maria foram publicados
na Revista Cidade Nova.
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