Do Diário
30 de setembro de 1980
Estou admirada por uma palavra de Jesus: “Meu alimento é fazer a vontade do meu Pai”. Portanto, Jesus nutria a sua alma, momento por momento, com a vontade de Deus.
Vejo que a minha alma muitas vezes é assaltada, no momento presente, por duas, três coisas para fazer que depois a deixam inquieta. Vejo que frequentemente o desejo de chegar a todos, de fazer tudo, de abraçar o mundo, é interpretado por mim praticamente de maneira não correta. É uma avidez espiritual que sempre faz parte do “homem velho”, embora mascarada de zelo.
Não é esse o modo de viver cristão. Também quem está numa mercearia come uma coisa ou outra, se quiser, mas não todas juntas e não toda a mercearia. É preciso alimentar-se e, portanto, contentar-se com aquilo que Deus quer de nós no presente.
Tentei fazer assim nesses últimos dias: é uma experiência maravilhosa. Cancelando com violência tudo o que não é vontade de Deus, para me abismar somente nela, experimentei o que é a saciedade da alma: é paz, gáudio, felicidade! Uma espécie de bem-aventurança.
Agora entendo quão verdadeiras e sapientes são as palavras do papa João XXIII: “Devo fazer cada coisa, rezar cada oração, seguir uma regra, como se não tivesse mais nada para fazer, como se o Senhor me tivesse posto no mundo só para executar bem aquela ação para cujo resultado final esteja ligada a minha santificação, sem pensar no depois e no antes”.
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