O escrito que segue, não datado, remonta com certeza aos anos 1950.
“Minha alma engrandece o Senhor.”
Maria, a Mãe, é vista aqui não tanto voltada para os irmãos, os seus filhos, quanto inclinada para Deus. Nela está o “meu Deus e meu tudo”. Todas as suas faculdades espirituais e as suas potências físicas são consumidas, momento por momento, pela Chama do Espírito que nela habita. É como um círio que, consumindo-se, alimenta a Vida de Deus nela acesa. Vive de Deus, Deus vive nela, que se anula inteiramente – momento por momento – para dar vida a Ele.
A voz Dele, que é a sua vontade, fala alto no íntimo dela, porque ela sempre a ouve. É a serva a seu serviço total, a serva do Senhor. Por isso, ela o engrandece, porque a vida dela assim o mostra: todo. Retirando-se toda, dá lugar a Ele todo. E Ele a preenche, porque o amor dela o chama.
É criatura predileta. Ele mostra-se todo a ela, manifesta-se todo e de forma nova: humanamente e como Filho, porque ela o amou assim: com todo o seu ser, com o seu coração destinado à maternidade divina!
Mãe! Se Jesus te chamou de “mãe!”, que eu possa também chamar-te assim!
* * *
Eu também posso ser Ela: também em mim fala a voz que é Luz. Ofereço à Luz, momento por momento, o meu ser, para engrandecer o Senhor e glorificá-lo.
Ser uma pequena Maria, filha de Maria como Jesus: o nada perpétuo, o Silêncio, o Serviço de amor ao Amor.
E, então, o Espírito em mim dirá (como irrompe do coração da Mãe): “Minha alma engrandece o Senhor”.
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