2 de maio de 1968
“Ora, se o sal se tornar insosso, com que o salgaremos? Para nada mais serve, senão para ser lançado fora e pisado pelos homens” (Mt 5,13).
Impressiona-me essa última frase. Nós, chamados por Deus para ser sal da terra, tornamo-nos culpados se não correspondemos a essa vocação, e Deus nos lança fora.
Os talentos não devem ser soterrados. Temos o Ideal? Devemos vivê-lo até o fim. Se, depois de tê-lo conhecido, não o vivemos, não sabemos em que mostrengo nos tornamos diante dos olhos de Deus.
Que responsabilidade para nós e que zelo deve arder em nossos corações na oração por aqueles que abandonaram esse chamado!
“Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte. Nem se acende uma lâmpada e se coloca debaixo do alqueire, mas no candelabro, e assim ela brilha para todos os que estão na casa” (Mt 5,14-15).
Luz “do mundo” para “todos” os que estão na casa. É isto o cristianismo: um fenômeno tão forte que o mundo inteiro é por ele iluminado, “todos”. Todos significa todos!
São maravilhosas essas palavras de Jesus! Elas dizem realmente o que Ele trouxe e o que nos deixou.
Não nos damos conta disso. Estamos dominados demais pelas coisas humanas para ver até onde a verdade de Cristo se irradia e para usufruir dela com Ele. E, pela nossa indolência, os outros, como um pavão, ostentam em parte essa luz e essas cores como próprias, e o povo corre daqui, corre dali, porque, na realidade, é atraído por Jesus. Entretanto, desperdiçamos com a nossa insuficiência o dom que Deus trouxe à terra.
Jesus, quando chegará aquele dia em que tudo será reunido e tudo tornará a ti? Que triunfo de Deus, que alegria inefável de Maria, que justiça feita!
Agora tenho a impressão de que nós, cristãos, estamos ainda a caminho, como o povo de Israel, cheio das solicitudes e predileções do Pai e reclamando, por sua indignidade, a ira da divina justiça.
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