Ao procurar amar a Deus e aos irmãos, entendi que nós, cristãos, só somos realmente o que devemos ser se amamos, ou seja, se não pensamos em nós mesmos, mas em Deus, na sua vontade, que é principalmente esta: que amemos o próximo.
Deus nos pede isto: para sermos, para sermos realmente o que devemos ser, para “nos realizarmos” como cristãos, devemos não ser, devemos viver fora de nós mesmos, viver, por assim dizer, “extáticos” [“em êxtase”]. Viver não a nossa vontade, mas a de Deus. Viver o irmão. Então, somos realmente o que devemos ser. Caríssimos, pois eu também procurei viver assim, amar. Mas percebi que existe amor e amor.
Vi que possuirmos uma determinada compreensão dos outros, interessarmo-nos um pouco por suas dores, procurarmos carregar de algum modo as suas opressões, […] não é suficiente para sermos como Jesus nos quer. Deus nos pede um amor, atos de amor que tenham (ao menos na intenção e na decisão) a medida do seu amor: “Amai-vos”, disse Ele, “como eu vos amei” (cf. Jo 13,34).
Por isso, é preciso estar sempre prontos a morrer pelo irmão, e o que fizermos para lhe demonstrar concretamente o nosso amor, momento por momento, deve ser animado, sustentado, por essa vontade, por essa decisão.
Só um amor assim agrada a Jesus; não um amor qualquer, não um verniz de amor, mas um amor tão grande a ponto de colocar a vida em jogo. […]
E então? […] Toda vez que encontrarmos um próximo, ou falarmos com ele por telefone, ou entrarmos em contato com ele por carta, ou prepararmos para ele uma palestra, ou executarmos a seu serviço o nosso trabalho diário, perguntemo-nos sempre: Estou pronto a morrer por ele?
Agindo assim – estou certa –, a nossa vida de amor dará um salto de qualidade, um grande salto de qualidade. Então é isso. Dez, vinte vezes ao dia (toda vez que fizermos alguma coisa pelo próximo), perguntemo-nos: Estou pronto a dar a vida por ele?
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