22 abril 2021

A coragem do perdão

As restrições causadas pela pandemia, especialmente os momentos de isolamento, frequentemente causaram ou aumentaram as tensões nos relacionamentos pessoais. É necessário o perdão. Mas o perdão requer força, coragem e treinamento.

Muitas vezes as famílias se desagregam porque não sabemos nos perdoar. Ódios antigos dão continuidade à divisão entre parentes, entre grupos sociais, entre povos. Às vezes até encontramos pessoas que ensinam a não esquecer as injustiças sofridas, a cultivar sentimentos de vingança… E um rancor surdo envenena a alma e corrói o coração.

Há quem pense que o perdão é uma fraqueza. Não. Ele é a expressão de uma coragem extrema; é amor verdadeiro, o mais autêntico por ser o mais desinteressado. “Se amais somente aqueles que vos amam, que recompensa tereis?” – diz Jesus. Isso todos sabem fazer. Mas vós, “amai os vossos inimigos.”

Também a nós Ele pede que, aprendendo dele, tenhamos um amor de pai, um amor de mãe, um amor de misericórdia para com todos os que encontramos no nosso dia, sobretudo para com aqueles que erram. E àqueles, então, que são chamados a viver uma espiritualidade de comunhão, ou seja, a espiritualidade cristã, o Novo Testamento pede ainda mais: “Perdoai-vos mutuamente”[2]. O amor mútuo exige, de certo modo, um pacto entre nós: estarmos sempre prontos a nos perdoarmos um ao outro. Só assim poderemos contribuir para criar a fraternidade universal.


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