Muitas vezes, por hábito, aflora espontaneamente em nossos lábios: “Meu Deus e meu Tudo”, ou alguma outra oração como esta: “Amo-te com todo o coração”. Mas depois, durante o dia, analisando a nossa alma para ver se o que lhe importa é sobretudo Deus e a sua vontade, notamos que nem sempre é assim.
Frequentemente, gostamos de arrastar um trabalho, ao menos por um pouco, além do tempo devido, em vez de começar o novo; disso fica evidente que amamos aquele encargo, aqueles papéis, aquelas pessoas, aquelas notícias… infelizmente mais do que a Deus!
E aqui constatamos os fracassos de nossa vida consagrada a Deus, medidos exatamente pelo termômetro da “vontade de Deus”. Se ela flutua qual rainha de todas as outras coisas, que também posso e devo amar, então Deus é o rei do meu coração.
Se ela afunda para deixar reinar outra coisa qualquer, ou pessoa ou ideia, Deus permanece em meu coração como um rei destronado pelo meu eu.
Hoje, causou-me grande impressão a frase: “Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’” (Mt 7,21). Nem… E quantas vezes o nosso amor a Deus é feito de implorações, de palavras… de amor, não ressaltados com igual decisão e força pela vontade de fazer a sua vontade.
Essa sua vontade deve ser uma coisa muito importante, para que o Senhor a afirme nitidamente, sobre uma negação clara de outra atitude da alma.
É que, para Ele, a sua vontade para cada um de nós, em cada momento, é coisa divina, acho; parte, pedrinha necessária de um mosaico, que só contemplaremos em toda a sua completude no “lado de lá”, enquanto que, do lado de cá, por graça sua, é-nos dado vê-lo, de vez em quando, em fragmentos.
Jamais entenderemos o suficiente o que significa estar no momento presente, plenamente, na sua vontade… […]
A ideia para hoje: a sua vontade feita bem, como uma ideia que não me deve abandonar jamais, que impregna até as fibras do meu ser.
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