01 julho 2020

Um crescendo

       Durante aquele período de provação, o amor a Jesus Abandonado era um crescendo: procurá-lo, preferi-lo, amá-lo sem analisar a dor, não desviar jamais d’Ele o nosso olhar, fazer-lhe festa, não suportá-lo mas amá-lo, coabitar com Ele, amá-lo de modo exclusivo.

       Algumas frases daquela época, em anos diferentes, mostram essas várias atitudes da alma em relação a Ele.

       O amor a Jesus Abandonado é o “único necessário” (cf. Lc 10,42) em nossa vida: aquele algo que nos garante seguirmos em frente por esse caminho. Mas é preciso procurá-lo sempre. E procurá-lo no momento presente. É tudo…

       Não se trata de amá-lo quando nada mais podemos fazer pelo fato de a dor nos lembrar d’Ele… mas de preferi-lo sempre, preferi-lo às alegrias e às satisfações até da unidade. […] Entre todos (os) momentos presentes, preferir os dolorosos porque aí está Jesus Abandonado que “desposa” a alma.

       É preciso esconder os olhos da alma no coração de Jesus, em sua intimidade, onde Ele sofreu o abandono mais agudo que Céu e terra conhecem, e dizer-lhe: “Jesus, alegro-me em ser um pouco como Tu és…; quero fazer da minha vida o teu grito vivo para arrastar a ti uma infinidade de almas. É o que eu quero”. Fazer isto sem analisar, sem distinguir “se” ou “mas”. Cada dor é Ele!

       Uma coisa é certa: o que importa é o amor verdadeiro, o amor que é seguro porque nada tem de nosso, mas nele tudo é de Deus, o amor que aprendemos a guardar no coração, não desviando nosso olhar de Jesus Abandonado. Aqui reside o segredo da unidade, do renascer (e do progredir) de nossas almas (e) da Obra. Que Deus feche os nossos olhos a tudo e os abra apenas para Ele…

       Só há um método para estarmos realmente plenos de Deus. É este: abraçar a cruz de cada momento, a cruz que vem até nós, mas com um amor sempre novo, fazendo festa a Jesus Abandonado. Como por encanto, encontrar-nos-emos muito mais no íntimo da Trindade e conosco, conquistados, os irmãos.

       Desposamos Jesus Abandonado? Pois bem, é um amor exclusivo. Não admite outro.

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