22 julho 2020

O Crucificado para os ateus

       Foi seguindo-o, mas principalmente vivendo-o, que o Movimento dos Focolares se tornou útil à Igreja, e quer sê-lo sempre mais, neste seu período difícil, mas esplêndido, que abriu tantos horizontes novos.      

E, voltando com o pensamento aos nossos irmãos sem fé, estamos convictos de que o Crucificado a ser-lhes apresentado não é o que se mostrava aos chamados pagãos nos primeiros séculos, porquanto a esses nossos irmãos não interessa a salvação, nem a ressurreição, nem o mundo futuro. 
     

É necessário mostrar a eles um Crucificado em que Cristo pareça apenas homem. E é como Ele se apresenta no abandono. 
     

Não só. É necessário fazer que eles se encontrem com cristãos que os amem tanto, a ponto de saberem experimentar a perda de Deus para os homens, como Jesus Abandonado, se assim se pode dizer. 
     

Cristãos que saibam ser crucificados vivos, como “aqueles que vivem sem a Lei [de Deus]” (1Cor 9,21), para salvar os próprios irmãos — como diz são Paulo. Então, esses nossos irmãos vão aos poucos simpatizando com esses homens simples, mas íntegros. E, da simpatia nasce o colóquio. Do colóquio, a comunhão. E, sem que percebam, o divino penetra em suas almas e na sociedade, que, se às vezes não foi construída no nome de Deus, torna-se assim casa de Deus, como os templos pagãos tornaram-se igrejas, no tempo do cristianismo das origens. 
     

Jesus Abandonado é o Crucificado deles porque — como já vimos — por eles se fez ateísmo.

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