18 julho 2020

O sonho

       Tive um sonho, numa noite de verão de 1961. Não acredito em sonhos, embora sonhos não faltem em nossa religião, como, por exemplo, no Evangelho. Mas fiquei impressionada com este que tive.

       Um ano antes, um focolarino, André Ferrari, partira para o Céu. Fora um ótimo focolarino. Como ponto central de sua vida, pusera a caridade, que vivenciava inclusive por trás do guichê da agência bancária onde trabalhava.  

Atropelado num acidente e levado ao hospital, uma freira, vendo a situação gravíssima em que ele se encontrava, disse-lhe para prepará-lo para morrer: “É preciso fazer a vontade de Deus!” Ao que ele respondeu: “É, sim! Aprendemos a fazê-la até diante de um sinal de trânsito”. 
     

Aquela vontade de Deus que, se for cumprida com perfeição e perseverança, constitui hoje um critério para examinar se uma pessoa é considerada digna de veneração! 
       

Pois bem, naquela noite sonhei com André. 
       
Alguém depositara em minha mão um santinho com uns dizeres em baixo. 
       
O santinho representava Maria Desolada, com o Filho morto nos braços. 
       
A frase dizia: “Com imenso reconhecimento, anuncio-lhe a aurora radiosa da ressurreição!” 
       
A caligrafia era de André, porém, mais reta, mais em pé. 
       
E a figura de Maria Desolada se dissipava aos meus olhos e se transformava em Jesus ressuscitado. Em lugar de Maria, Ele, justamente, o Ressuscitado. Em lugar de Jesus morto, o sepulcro.

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