Das respostas em um festival organizado pelos jovens do Movimento dos Focolares
Roma, 20 de maio de 1995
Chiara, vivemos 70 anos na Rússia com a ideia do coletivismo, buscando construir uma sociedade comunista. Agora muitos pensam que a unidade seja um achatamento do indivíduo dentro da coletividade. Como posso explicar a eles que a unidade, ao contrário, leva à plena realização da pessoa?”
Leva a isso porque a verdadeira unidade é aquela que é feita à imagem da Santíssima Trindade. Temos um só Deus em Três Pessoas distintas, diferentíssimas uma da outra: o Pai não é o Filho, o Filho não é o Pai, o Pai e o Filho não são o Espírito Santo.
Portanto, a unidade, a verdadeira unidade, aquela pela qual Jesus rezou ao Pai “que todos sejam um como eu e tu” (cf. Jo 17,21-22) permite que você se realize. É o contrário daquilo que se pode pensar.
E como a unidade acontece? Com o amor. Quanto mais você dá, mais se realiza, mais é você mesmo, porque temos aquilo que damos; o que damos é o que nos faz ser. E nós seremos se vivermos a unidade, um bem diferente do outro, com personalidades diferentes um do outro, no entanto, todos um em Cristo Jesus.
Assim, as nossas nações, quando forem unidas, quando realmente a pátria do outro for amada como a própria, terão as suas maravilhosas características incrementadas pela unidade, e todas serão um, a grande família dos filhos de Deus.
De um discurso ao Movimento apostólico de Schönstatt
Chiara passa em revista os diversos pontos da espiritualidade relacionados à unidade, para depois deter-se na unidade.
Schönstatt (Alemanha), 10 de junho de 1999
[...]
O Senhor, iluminando-nos, fez-nos entender de modo especial determinadas palavras do Evangelho, especialmente as que se referem ao amor. Por isso, essas palavras, que nos atingiram como um raio, passaram a compor as linhas de desenvolvimento – dizia Paulo VI – de uma espiritualidade nova: a espiritualidade da unidade.
Vocês podem dizer: mas quais são?
Deus-Amor, mas, para amá-lo, fazer a vontade de Deus. E qual vontade de Deus? Amar. E se amamos a todos, também nos amamos. E, se nós nos amamos, eis a unidade. E para ter a unidade, Jesus Crucificado e Abandonado: aqui é todo um mistério que deveria ser elucidado à parte. Mas para ter a unidade plena: a Eucaristia. E quem é a imagem da unidade, a mãe da unidade? Maria. O que é a Igreja? A Igreja é a unidade organizada, a Igreja é o amor, dizia Paulo VI em Sidney, é o amor organizado, é a caridade organizada, a comunhão. Todas essas notas que nós extraíamos do Evangelho formaram a nossa espiritualidade, que, na prática, pode-se apresentar como uma medalha, cuja espessura são todas essas palavras; de um lado, há a unidade e, do outro, há Jesus Abandonado.
[...]
A unidade. No fim, quando se vive toda essa espiritualidade, por inteiro, de modo heroico, de modo pleno, o que acontece? Acontece – e agora lhes digo uma coisa muito simples, mas profunda – que nos tornamos o que somos, como dizia santo Agostinho. Nós já somos outro Cristo, porque somos batizados; já somos corpo de Cristo, porque temos o vínculo entre nós e somos corpo de Cristo; já somos Cristo, com Cristo cabeça e corpo de Cristo; já somos Igreja, porque somos batizados. Porém, o batismo faz uma parte, devemos fazer a outra, para podermos ser realmente Igreja, individualmente Cristo, realmente corpo de Cristo. O carisma da unidade ajuda a fazer com que os cristãos, e a Igreja, e as comunidades, e os grupos, tornem-se o que são. Já somos Igreja, já somos Cristo... Com esse carisma, tornamo-nos aquilo que somos.
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