De uma conferência telefônica
Rocca de Papa, 25 de outubro de 1990
Este mês, para ressaltar um aspecto concreto do amor [a Jesus Abandonado], procuremos amá-lo nas dificuldades próprias da unidade entre nós. Sabemos que a unidade [...] nas várias comunidades nossas, não é algo que se consegue de uma vez por todas; ela deve ser reconstruída cada dia. E podemos fazer isso amando a dor resultante de uma unidade não perfeita, que pode sempre acontecer. Isso significa estar sempre prontos a nos vermos novos uns aos outros, significa ter paciência, suportar, saber “passar por cima”; significa confiar, esperar sempre, acreditar sempre. Significa, sobretudo, não julgar. O julgamento simplesmente humano em relação aos outros, especialmente em relação aos responsáveis, é terrível, é a passagem através da qual o demônio da desunião penetra; com ele, todo o bem da alma lentamente se dissolve e a própria vocação pode vacilar. Aperfeiçoemos, portanto, esse amor pelos outros, repleto de matizes dolorosos: são o aspecto concreto da nossa disposição de morrermos uns pelos outros; são os pequenos ou grandes obstáculos a serem superados com o amor a Jesus Abandonado para que a unidade seja sempre plena. Assim, o Ressuscitado viverá sempre resplandecente em toda a nossa Obra, no mundo inteiro, e a levará ainda mais avante no cumprimento dos desígnios de Deus.
Concluímos este tópico com uma oração de Chiara Lubich sobre Jesus Abandonado e a unidade, que expressa a dinâmica profunda de sua vida.
Jesus, o meu coração te espera na vida ao limiar Quando no Paraíso o teu amor eu irei amar. Oh, quantas vezes desejei aquele instante, meu Jesus, No qual viverei eternamente aquela paz que és Tu. Bem sabes, porém, que minha alma se sacia só então Quando na terra todos unidos tiverem entrado em Teu coração. Dá-me, pois, de sofrer ainda pela unidade Que uma só voz seja no teu coração a humanidade.
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