De uma conferência telefônica
Rocca di Papa, 11 de maio de 1989
Há uma palavra que Deus com certeza repete constantemente a todos nós. […] É a palavra que pronunciou quando [o Movimento] nasceu; que dirigiu a todos nós quando nos chamou, um por um, para esta nova vida e que não cessa jamais de nos lembrar, porque é nela que encontramos a nossa identidade. É por ela, vivida, que o Movimento encontra e reencontra sempre sua verdadeira natureza.
Essa palavra é “Amai-vos uns aos outros”.
É a vocação de todo cristão, mas, poderíamos acrescentar, particularmente nossa.
Nestes dias, as palavras que se diziam dos primeiros cristãos fizeram-me pensar: “Vejam como se amam e estão prontos a morrer um pelo outro” [Tertuliano, Apologético, 39,7].
Portanto, via-se que cada um estava pronto a morrer pelo outro. Talvez isso dependesse do fato de que, naqueles tempos de perseguição, não era raro o caso de alguém se oferecer para morrer em lugar do outro. Resta, contudo, o fato de que se via entre os cristãos essa medida de se amarem.
Geralmente, não se chega a exigir de nós a morte física. Mas, é preciso estarmos prontos. Cada ato de amor mútuo nosso deve fundamentar-se nisso.
E então, o que fazer nestes dias?
Aumentemos a temperatura de nossa caridade mútua. Que até mesmo um simples sorriso nosso, ou um gesto, ou um ato de amor, ou uma palavra, ou um conselho, ou um elogio, ou uma correção na devida hora, dirigidos aos irmãos, revelem a nossa prontidão em morrer por eles. Que se veja o nosso amor, não por vaidade, certamente, mas para nos garantir a arma poderosa do testemunho.
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