"Eu daria tudo que tivesse pra voltar aos dias de criança. Eu não sei pra que a gente cresce se não sai da gente essa lembrança..." (Ataulpho Alves)
16 abril 2017
Exigência do Mandamento Novo
E o amor mútuo não era sentimentalismo. Era um sacrifício constante de todo o próprio eu para viver a vida do irmão. Era a renúncia perfeita de si [cf. Mt 16,24], era um carregar os fardos um do outro. Era viver o irmão para viver Cristo crucificado vivo no irmão. Como fez Jesus que, tendo-se tornado homem, tomou sobre si todos os nossos pecados e as nossas dores. Era fazer o irmão partícipe de tudo o que era nosso (material e espiritual), como fez Jesus, que se doou por inteiro a nós na cruz e nos dá, na Eucaristia, alma, corpo e Divindade.
E nesse amor mútuo completo e perfeito, percebemos que vivíamos o Testamento de Jesus ao Pai [cf. Jo 17,21], testamento que se tornou nossa Regra, como síntese evangélica. […]
Essa unidade, que devia ser mantida perfeita, custava-nos no início (“Ou tudo ou nada”, dizíamos, porque tínhamos experimentado que Deus difunde a Sua caridade lá onde não existe nada – e daqui derivam as espiritualidades dos Santos baseadas no aniquilamento, na pobreza altíssima, na pequenez… e a grandeza de Maria, por ser ela a mais humilde das servas).
Ser um com o irmão queria dizer esquecer-se de si absolutamente, para sempre. Nunca mais encontrar-se de novo. Era perder tudo, inclusive a própria alma, para viver as dores e as alegrias do outro, a fim de mostrar a Jesus o nosso amor: sermos crucificados com Ele vivo no irmão e com Ele estarmos alegres.
O irmão era o nosso convento onde a alma devia sempre se recolher. O irmão era a nossa penitência, as mortificações, porque amá-lo exigia a morte completa do eu.
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