Para
amar a Deus é necessário cumprir a sua vontade.
Mas a
sua vontade mostra-se momento por momento.
Pode
exprimir-se por circunstâncias alheias, pelas próprias obrigações, pelos
conselhos de pessoas sensatas ou que nos representam Deus.
Ou
mesmo por um imprevisto doloroso, ou alegre, ou desagradável, ou indiferente.
Quem a
compreende é o espírito atento, a alma vigilante.
Não é
à toa que o Evangelho fala com tanta freqüência em vigilância.
E é
justamente o Evangelho que concentra o homem no presente quando manda pedir ao
Pai o pão só para "hoje", não querendo que ele se preocupe com o
futuro, quando convida a carregar a cruz de "hoje" e lembra que basta
o afã de "cada dia". É ainda o Evangelho que adverte: "Quem põe
a mão no arado e olha para trás não é apto para o Reino de Deus" ( Lc 9,62).
Para nos habituarmos a viver bem o momento presente, nós cristãos devemos saber
esquecer o passado e não nos preocupar com o futuro.
Isto é
sabedoria elementar, já que o passado não mais existe, e o futuro existirá
quando se tornar presente.
Catarina
dizia: "A fadiga que passou não mais a temos, pois que o tempo se foi; a
que está por vir não a temos, pois não estamos certos de ter o tempo".
Os
grandes e os santos conhecem esta norma.
Acostumam-se
a discernir a voz de Deus entre as diversas vozes interiores.
E,
neste exercício contínuo, o discernimento torna-se cada vez mais fácil, porque
a voz se robustece e se amplifica.
No
começo, talvez não seja tão fácil.
Então,
com perfeito abandono em Deus, é preciso acreditar em seu amor e cumprir com
decisão aquela que acreditamos ser a sua vontade e com a confiança de que, se
não for, Ele nos colocará de volta no trilho certo.
E
também, no caso de à vontade de Deus se mostrar clara, como quando ela convoca
a um trabalho que deve durar horas, sempre há a tentação a vencer, um escrúpulo
a banir, uma preocupação a se colocar no coração de Deus, pensamentos estranhos
a afastar e anseios diversos para renunciar.
Viver
o presente é uma idéia e uma praxe extraordinariamente rica.
Viver
o presente insere a nossa vida terrena no curso da vida eterna, já desde agora.
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