Se nos traz felicidade anunciar o reino de Deus entre muitas pessoas que vêm
aumentar as fileiras da obra de que fazemos parte, e se não nos alegrarmos igualmente
com outros esforços e conquistas que ocorrem por toda parte na Igreja, a nossa caridade nã
o é perfeita.
Devemos nos aproximar das pessoas que as circunstâncias colocam ao nosso lado, procurando
intuir e descobrir nelas e nos grupos dos quais fazem parte, a tarefa, a missão, o desígnio que
Deus estabeleceu para elas; e amar estes nossos irmãos de modo que aquele programa se
realize.
Somente se agirmos assim, com um amor que pensa no bem e no desenvolvimento
das outras obras católicas assim como da nossa, seremos apóstolos dignos, filhos da Igreja
e a serviremos realmente.
E se porventura fôssemos chamados a tomar parte de certas instituições que podem
parecer ultrapassadas, antes de pensar em contestá-las, ou de promovermos uma necessá
ria atualização, será conveniente e útil colocar-nos diante de Deus e refletir sobre o respeito
que se deve à Igreja e a tudo o que existe no seu seio.
Não é uma atitude cristã ficar apenas observando as lacunas ou lamentando-se de
formas que já parecem esvaziadas de significado.
Devemos nos lembrar, antes de qualquer outra coisa, de quantas dores estas obras
custaram a seus fundadores; devemos pensar na fé mais do que provada, no ardor, no
sacrifício de seus primeiros companheiros; no amor que a Igreja teve para com estas obras
no tempo, para estudá-las, sustentá-las, aprova-las, encorajá-las; não podemos esquecer
suas glórias passadas, nem o bem, nem os frutos, não raro grandes, que até hoje
produzem.
É preciso entrar nestas obras com todo o respeito, como se entrássemos numa
Igreja; com veneração, sabendo que a nossa contribuição é a de amá-las —amando seus
membros, objetivos e atividades — para juntos redescobrirmos a beleza e aquilo que existe
de atual nelas, para a consolação dos que delas fazem parte.
Cada obra tem sua função e é, portanto, de certo modo, insubstituível. O calor do
nosso amor pode ajudá-la a sentir novamente o eco do amor de Deus que a fez nascer; e
ela criará coragem para se atualizar, crescer e multiplicar-se.
Como o sol não pode deixar de aquecer, do mesmo modo o amor não pode deixar de
renovar, revigorar, rejuvenescer cada membro e grupo do Corpo místico, a Igreja.
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