03 junho 2021

Estar bem firmes na barca

Chiara Lubich explica o papel do Movimento dos Focolares no diálogo rumo à unidade. Como uma barca, que navega impulsionada pelo sopro do Espírito Santo.

Caríssimo, certa vez, ao encontrar-me com o Santo Padre, eu lhe fiz a seguinte pergunta: “Como Vossa Santidade vê o nosso Movimento?”. “Como um Movimento ecumênico”, respondeu ele.

[…] É realmente assim. O nosso Movimento é ecumênico. De fato, o seu objetivo é a atuação do Testamento de Jesus: “Que todos sejam um”*.

O carisma que o suscitou e que o anima é o carisma da unidade.

Portanto, um Movimento que não nasceu da vontade de um homem ou de uma mulher, mas da vontade do Espírito Santo, distribuidor de carismas.

[…] Também nós estamos incluídos no grande fenômeno do ecumenismo, que se desenvolveu nestes últimos tempos no âmbito do cristianismo.

Para fazer o quê?

Para dar uma contribuição. De que tipo? Grande, pequena, determinante, fundamental, secundária?

Nós não sabemos. Mas uma coisa é certa: Deus sabe.

[…] Muitas vezes, entre as perguntas que me fazem, há algumas sobre o ecumenismo. Perguntam-me sobre o desenvolvimento do ecumenismo no mundo e entre nós; o que podemos prever, quanto tempo devemos esperar, o que fazer para  apressar os tempos…

Querem saber o que fazer.

Deus nos colocou nesta Obra como se estivéssemos dentro de uma barca, que navega nas águas do tempo, rumo a um porto desconhecido.

Quem a mantém à gala não somos nós, mas o Espírito Santo que, com o seu sopro divino, nos indica as várias etapas da viagem a ser realizada.

Antes de tudo ele nos manifestou o espírito que devemos ter […]  e os horizontes que deveríamos olhar e para os quais trabalhar: a unidade mais estreita na Igreja Católica, com os outros cristãos, e assim por diante.

[…] O nosso dever é ficar lá, dentro da barca, no lugar que a Providência reservou para nós, ocupando bem a nossa posição, para que as ondas do mar e do mundo não nos arrebatem.

Estar lá, parados, mas totalmente ativos na vontade de Deus, naquilo que desde sempre ele planejou para nós, para que a barca não balance, mas avance segura rumo a um destino que nós não conhecemos, mas no qual acreditamos, infinitamente belo e útil à difusão do Reino da unidade sobre a terra.

Ficar lá, ainda que não chegássemos a ver “aquela hora” […] porque, depois de nós, outros tomarão o nosso lugar e nós, com eles, poderemos um dia agradecer a Deus por ter-nos feito participar da construção de uma Obra sua nesta terra, extremamente útil (porque sua) ao ecumenismo universal.

E então? […] seguir Deus: segui-lo rapidamente: e a barca avança. Estar bem firmes, fixos no momento presente. […]

Chiara Lubich

(em uma conexão telefônica, Rocca di Papa 28 de setembro de 1995)


 

Nenhum comentário: