A Eucaristia não produz apenas frutos bons e bonitos de santidade, de amor; tampouco tem como principal objetivo aumentar a unidade com Deus e entre nós (como normalmente se entende a unidade) e por isso serve para alimentar a presença de Jesus em nosso meio. Sim, também isso.
Mas o papel da Eucaristia é outro.
A Eucaristia tem como finalidade tornar-nos Deus (por participação). Ao misturar as carnes vivificadas pelo Espírito Santo e vivificantes do Cristo com as nossas, Ela nos diviniza na alma e no corpo. Portanto, torna-nos Deus.
Ora, Deus não pode estar senão em Deus. Eis por que a Eucaristia faz o homem, que Dela se alimentou dignamente, entrar no seio do Pai, coloca o homem na Trindade, em Jesus.
Ao mesmo tempo, a Eucaristia não faz isso com um homem apenas, mas com muitos, os quais, sendo todos Deus, não são mais muitos, mas são um. São Deus e todos juntos em Deus. São um com Ele, perdidos Nele.
Ora, esta realidade que a Eucaristia opera é a Igreja.
O que é a Igreja? É o “um” provocado pelo amor mútuo dos cristãos e pela Eucaristia. A Igreja é formada por homens divinizados, feitos Deus, unidos ao Cristo, que é Deus, e entre si. Se quisermos isso tudo visto de modo humano, ou seja, expresso em termos humanos – com um exemplo usado pelas Escrituras –, a Igreja é um corpo, cuja cabeça é Cristo glorioso.
Mas, assim como Cristo está no seio da Trindade, também a Igreja é chamada a estar no seio do Pai, e já está desde aqui na terra, nos membros nos quais a Eucaristia opera. E, se em parte não está ainda, encontra-se a caminho dele.
Além do mais, o homem arrebata consigo toda a Criação, pois é a síntese dela.
Tudo o que saiu de Deus volta, portanto, à Trindade pela Eucaristia.
Chiara Lubich
Nenhum comentário:
Postar um comentário