Jesus crucificado!
O que dizer? Como falar d’Ele de modo apropriado?
É homem como nós, e sabemos disso. Mas é também Deus. E é amor. Veio entre nós por uma obra que a todos nós diz respeito, que toca cada um pessoalmente. Ele nos criou, no entanto arruinamos o dom que nos deu e que deturpamos continuamente. Com a vida, herdamos as lágrimas, o sofrimento e, ao final dela, a morte, a anulação aparente de tanta experiência feita.
Mas eis que Ele entende a situação dos homens, conhece as lamentáveis vicissitudes de sua história, tem compaixão deles e desce à terra, carregando sobre si tudo o que o homem devia suportar. “Deus não quer que o homem se perca” (cf. Jo 6,39) e o salva. Portanto, Jesus sofre e morre pelo homem.
Com o homem, conosco, e como nós morre e depois… ressurge.
“Era necessário” (cf. Mc 8,31), diz Jesus quando se aproxima a hora do padecimento. Mas era necessário o quê? E para quem?
Ele assumira ser necessário encarnar-se, sofrer e morrer por nós, porque é amor!
Eis a vocação extraordinária do Homem-Deus, totalmente diferente, o oposto daquela a que os homens em geral aspiram.
Veio para “dar a sua vida em resgate por muitos” (Mt 20,28).
Tudo fora predisposto pelo Pai. Jesus se sujeita. Mas, como diz Isaías sobre o Servo do Senhor que se ofereceu porque quis1, Jesus quer a vontade do Pai. Ele a quer porque antes de tudo ama o Pai 2.
E a este amor o Pai corresponde com o seu poder e realiza um ato, que jamais realizara depois da Criação, isto é, a “Nova Criação”: a ressurreição.
Por meio dela, também o corpo de Jesus, “fraco” e passível de dor e de morte, transfigura-se, glorifica-se (cf. 2Cor 13,4), pronto para subir à direita do Pai.
Assim, o Homem-Deus abre a porta da Trindade para os homens redimidos.
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