Observei que a tua tática é uma só, mas não monótona, talvez porque o teu agir és Tu, Senhor. Tu és o Amor sempre novo. E a tua tática é esta: quando as almas se contentam com sombras — não falo de sombras efêmeras — isto é, quando a vida é para ti, mas não contigo identificada, mandas frequentemente uma dor. Então, a alma a ti retorna e profere o seu “sim”. Mas, às vezes, este sim está perfumado por um sentimento de gratidão profunda e imerso numa prece singular: “Sim, Senhor, encontrando a cruz, nela te encontro. Obrigado por me teres reconduzido a ti, e não somente ao que a ti se refere, pois, mais do que tudo, atrai-me a solidão contigo, aquela mesma que enfrentarei, forçosamente, no dia do encontro, se não a tiver escolhido agora com o amor. E Tu, que tudo podes, faze que eu consiga em teu nome este colóquio contínuo entre ti em mim e ti mesmo, em que eventos, homens e coisas são apenas combustível para o nosso puro amor”.
Só esta é vida verdadeira, porque centelha de ti, vida sem engano, sem desilusão, sem trégua e sem ocaso.
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