Não é preciso ir muito longe para encontrar remédio
e solução para as fumaças que contaminam a atmosfera do mundo. O Evangelho é a
saúde eterna e quem, em nome dele e por ele, até morre, desaparecendo, mesmo em
nossos dias, talvez ignorado por todos, vive.
Esse, porque amou e perdoou, defendeu e não cedeu, é
um vitorioso e, como tal, é acolhido nos páramos eternos.
Mas o Evangelho não há de ser apenas a regra da
nossa morte; deve ser o pão cotidiano da nossa vida.
Passando pelas ruas de cidades tradicionalmente
católicas, muitas vezes vem a tentação de duvidar da fé das pessoas. Afinal,
nós sabemos quantos, também na nossa Itália católica(1), perderam o senso de
Deus. E isto se vê, se sente, se sabe; e o cinema e o teatro, a televisão e a
moda, a pintura e a música e os jornais o atestam.
Às vezes, certas situações nos deixam estarrecidos e
uma sensação de desânimo nos assalta, vendo adultos e inocentes imersos num
mundo tão pouco cristão... É quando a fé – se ainda vive em nosso coração – nos
sugere uma palavra de Jesus, daquelas eternas. E, atônitos, ficamos convictos e
iluminados. Certos, sobretudo, de que aquela sua palavra tem a atualidade de
sempre. E nasce no coração a esperança de que, nutrindo-nos dela, não só o
nosso espírito encontrará defesa ao ataque contra o mal que nos circunda, pelo
bem daqueles que amamos e desejamos ver salvos.
“Tende coragem: eu venci o mundo!”(Jo 16,33).
Quando o tédio, a apatia ou a revolta ameaçam
enfraquecer a nossa alma no cumprimento da vontade divina, devemos ir além. Com
Jesus é possível que o homem novo viva constantemente em nós, e as nuvens de
fumaça do mundo que refreiam a nossa alma se dissiparão.
Quando a antipatia e ódio nos induzirem a julgar ou
detestar um irmão nosso, deixemos Cristo viver em nós e, amando, não julgando,
perdoando, venceremos.
Quando nos pesam na alma situações que há anos se
arrastam na família, na comunidade de trabalho – pequenas ou grandes
desconfianças, ciúmes, invejas, tiranias – devemos desempenhar a função de
pacificadores e mediadores entre as partes adversárias e recompor a unidade
entre os irmãos em nome de Jesus, que trouxe esta idéia à terra, como a
verdade, pedra preciosa do seu Evangelho.
Se nos cerca um mundo, como o político ou social,
calejado por paixões, por carreirismo, esvaziado de ideais, de justiças e de
esperanças, não nos deixemos sufocar. Devemos confiar e não abandonar sobretudo
o nosso posto e o nosso empenho: com Quem venceu a morte, pode-se esperar
contra toda esperança.
(1) A Itália é um país
tradicionalmente de grande maioria católica
Nenhum comentário:
Postar um comentário