23 julho 2017

Como o Criador


      A fé no amor que Deus faculta às suas criaturas, fé típica de nós, cristãos, descobrimo-la em muitos irmãos e irmãs de outras religiões, a começar pelas abraâmicas, que afirmam a unidade do gênero humano, o zelo que Deus dispensa a toda a humanidade e a obrigação de cada criatura humana de agir como o Criador, com imensa misericórdia por todos.

      Reza um provérbio muçulmano: “Deus perdoa cem vezes, mas reserva a sua suprema misericórdia para aquele cuja piedade poupou a menor de suas criaturas”3.

      Que dizer da compaixão sem limites por todos os seres vivos que Buda ensinou, aconselhando seus primeiros discípulos: “Ó monges, deveríeis trabalhar pelo bem-estar de muitos, pela felicidade de muitos, movidos de compaixão pelo mundo, pelo bem-estar dos homens”?4

      Portanto, amar a todos. É um princípio universal. Sentido pelos seres humanos de qualquer época, e debaixo de qualquer céu.

     
       
          1 Ou seja, para a realização do que Jesus pediu ao Pai na última ceia: “ut omnes unum sint, sicut tu, Pater, in me et ego in te” (“a fim de que todos sejam um. Como tu, Pai, estás em mim e eu em ti”; Jo 17,21). [N.d.E.]
          2 Cf. 1Cor 13,1-13.
          3 Cf. GUZZETTI, G. M. Islam in preghiera. Roma : Elle Di Ci, 1991, p. 136.
          4 Mahagga, 19.


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