É
belo e também interessante conhecer neste momento algumas regras de vida de
outras famílias religiosas, para ver como o Espírito Santo é constante em
sugerir aos vários fundadores normas semelhantes às nossas.
Na
Regra de São Bento, por exemplo, lemos no capítulo 36:
O
cuidado dos enfermos deve vir antes de tudo e ter prioridade sobre todas as
coisas (...).
Numa
Regra não oficial de São Francisco está escrito:
E
peço ao frade enfermo para dar graças por tudo ao Criadore que deseje ser como
o Senhor o deseja: sadio ou doente, pois todos aqueles que Deus predestinou à
vida eterna, ele os educa com correções estimulantes (...), pois o Senhor diz:
“Eu cornjo e castigo aqueles que amo”.
É
amor, portanto, a doença, é tudo amor aquilo que faz sofrer, tanto para São
Francisco como para nós.
No
Movimento, ainda, as doenças, com o seu peso de sofrimento, são vistas como
provações de Deus para a provação final, que é a passagem para a Outra vida.
Escrevia-se
nos anos 60:
Deus,
fazendo-se homem, portanto mortal, nasceu nesta terra para morrer
E é este o
sentido da vida: viver como o grão de trigo cujo destino é morrer e apodrecer
para a vida verdadeira e eterna. (...)
Devemos encarar as doenças que nos atingem
como degraus preparados pelo amor de Deus para escalarmos o pico, provações
para “a provação”: pequena condição de hóstias não perfeitamente consumadas,
para a consumação final (cf. Jo 19,30) completa que a todos espera. Assim,
mortais com o Mortal, para ressurgir com ele e iniciar uma Vida que não terá
fim. Senhor, que o fazer a tua vontade seja o incenso que te oferecemos nesta
“Missa” que preparamos.[1]
E é famoso
o escrito intitulado: «A Sua, a nossa missa». Fala da dor. Talvez seja útil —
neste tema — citar uma parte, porque retrata o sentido que nós damos à doença e
ao sofrimento.
Se sofres,
e teu sofrer é tanto
que te
impede qualquer atividade,
lembra-te
da missa.
Na missa,
Jesus,
hoje como
outrora,
não
trabalha, não prega:
Jesus
sacrifica-se por amor.
Na vida,
podem-se fazer tantas coisas,
dizer
tantas palavras, mas a voz da dor,
talvez
desconhecida pelos outros,
da dor
oferecida por amor,
é a
palavra mais forte, aquela que toca o Céu.
Se sofres,
imerge a
tua dor na sua;
diz a tua
missa! (...)
E deixa
correr o teu sangue
em
benefício da humanidade:
como fez
Jesus!
A missa!
Grande
demais para ser entendida!
A sua, a
nossa missa.[2]
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