10 agosto 2020

A secularização

Mais ainda: aquele relaxamento, onda longa da secularização que corrompeu a moral e transviou diversos filhos da Igreja, até entre os melhores. E ainda hoje — embora menos do que ontem — sacerdotes e religiosos se laicizam, e freiras deixam os conventos: imagens em que não podemos deixar de vislumbrar Jesus Abandonado, no qual o divino está totalmente oculto.        

Esses e outros filhos, por exemplo, entre os consagrados, que abandonam os seus compromissos, ferem a Mãe-Igreja, empobrecendo-a em si mesma com a perda de quem fora escolhido e mandado para anunciar o Evangelho, decalcando no rosto dela o de Jesus Abandonado, a Verdade que cala. 
       

E ainda, especialmente no Ocidente, mas não só ali, a difusão de idéias que ameaçam a fé pela raiz confinando a religião no âmbito do particular, pondo dúvida em tudo e em todos: outra expressão de Jesus Abandonado, imagem aqui da insegurança. 
       

Por fim, se é que se pode falar de fim dessas coisas, o consumismo, triunfo do ter que deixa os pobres sempre mais pobres, como Jesus Abandonado, imagem dos pobres que se sentem enterrados cada vez mais numa pobreza sem fundo. Consumismo tão distante de Jesus Abandonado, reduzido a nada, a vazio, triunfo do ser, do ser amor

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