23 janeiro 2020

Unidade e desunidade na outra vida

De um escrito 24 de julho de 1949 

Os homens haviam-se apegado, aqui na terra, ao que passa...: reencontrarão lá embaixo aquilo que é vazio e vão, e morto, e dor, e frio, e fogo, tudo aquilo que pode fazer mal, queimando e gelando, porque será um frio (estridor de dentes) que jamais fará unidade com o fogo (fogo eterno) e, por isso, nunca morno, dado que, no Inferno, duas coisas jamais poderão se amar. Haverá todas as coisas, mas paradas, imóveis...; haverá também quem corre, mas sem nunca parar. Ou só movimento, ou só quietude: jamais unidade dos opostos, porque a unidade seria vida.

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