De uma
conferência telefônica
Castel
Gandolfo, 29 de abril de 1999
Um dia, eu, como espero outros, havia-me
proposto, como Jesus diz e quer, a “rezar sempre” [cf. Lc 18,1], oferecendo a
Ele cada ato, precedido por um “Por ti”. Com a graça de Deus, tinha sido
particularmente fiel a esse compromisso. De modo que, como conclusão do dia,
perguntei a Deus numa conversa com Ele se estava satisfeito comigo ou, caso não
estivesse, que me corrigisse.
Tive a impressão de perceber a sua
resposta no fundo do coração, que pode ser expressa assim: “O teu modo de viver
hoje, oferecendo a Deus cada ato teu com um ‘Por ti’, foi sem dúvida do meu
agrado, mas poderia ser muito bom também o modo de qualquer um que segue uma
espiritualidade individual. Tu és chamada para outra coisa. De ti, quero algo
diferente. Tua vocação requer que coloques, acima de tudo, como base de cada
ação tua, embora oferecida com um ‘Por ti’, o amor mútuo com tuas irmãs e teus
irmãos. Por isso, tua primeira obrigação deve ser: estar sempre disposta a dar
a vida por eles, para que a unidade triunfe”.
Entendi a lição.
Certamente, depois de tantos anos de vida
espiritual, eu havia procurado, inclusive naquele dia, viver o Mandamento Novo,
mas não como minha primeira obrigação.
Então, procurei logo quem estava perto de
mim, disposta a estar pronta a morrer também por ele, por ela e, portanto, a
assumir todos aqueles comportamentos coerentes de modo a poder oferecer a
Jesus, baseada unicamente nisso, cada ato com um ‘Por ti’.
São mais de cinquenta anos que digo a mim
mesma e digo a vocês que a “norma das normas”, portanto, também a regra básica
para poder rezar, é a unidade.
Mesmo assim, é necessário sempre reavivar
no coração essa obrigação nossa, é necessário sempre recomeçar. […]
Façamos todo o esforço para não esquecer
isso, ou melhor, para não esquecer Aquele que deve preceder cada coisa. É Ele a
grande novidade que somos chamados a oferecer ao mundo.
Que honra poder viver essa vocação! Que
plenitude de alegria!
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