Todos sabemos que o nosso ideal pode ser definido com
uma só palavra: amor.
O amor é toda a nossa vida, O amor é a alma da nossa
oração, do nosso apostolado, de todas as expressões da nossa existência.
O amor é também a saúde de nossa vida espiritual
individual, assim como o amor recíproco é a nossa saúde enquanto comunidade,
enquanto Corpo místico de Cristo. Quando amamos, nada nos falta, nos
encontramos “inteiros”, diante de Deus, quer gozemos de boa saúde, quer
estejamos doentes.
Mas, amar quando gozamos de saúde é fácil. E fácil
amar a Deus e aos irmãos. Amar quando estamos doentes é mais difícil.
Porém, nunca na vida, como nestes dias, eu vi
realizado este nosso “dever-ser”: amar na doença. Poucas vezes vi alguém
realmente doente, do qual no entanto se pudesse dizer: “Como esta pessoa é
sadia!”
Como vocês devem imaginar, tenho ido visitar Marilen[1],
no Centro Mariápolis, onde está passando estes dias “especiais” da sua doença.
E minha impressão é de que ela é uma pessoa realmente sadia, completamente
sadia. Certamente que não é mais sadia no físico, mas é sadia na alma.
Isto
porque, quando nos consagramos a Jesus Abandonado, podemos aderir com o coração
e com a vontade, às suas visitas numa medida mais ou menos completa que pode ir
de 20%, 50%, 70% a 100%.
Marilen adere 100%! A sua vida é um continuo “por Ti,
Jesus!”, o que significa que oferece tudo a Ele por nós, por esta Obra de Deus.
Quero lhes comunicar este maravilhoso exemplo de
Marilen, a fim de poder fazer a mim mesma e a vocês a seguinte pergunta: E
justo que uma pessoa, mesmo encontrando-se em momentos tão difíceis de sua vida
terrena, viva com tanto empenho o matrimônio de sua alma com Jesus Abandonado,
enquanto nós, com mais saúde física, vivemos com mediocridade a nossa “tensão à
santidade”? Será que devemos esperar que Deus nos mande provações especiais,
daquelas que nos fazem chegar ao limite de nossas forças, para nos decidirmos a
amá-Lo de modo total?
Não. Iniciou-se o sexto ano da nossa Santa Viagem, e
devemos vivê-lo com todo o entusiasmo.
Alguém me disse que considerará este ano como se fosse
o primeiro. Eu o aconselharia a considerá-lo como se fosse o último, isto é,
como o ano em que nos decidimos definitivamente, diante de Deus, se seremos
santos ou não.
Mas, se quisermos considerá-lo assim — e quem pode
garantir-nos que não será mesmo o último? -, não podemos perder mais tempo!
Todos nós temos o Espírito Santo no coração e conhecemos suas exigências e
indicações. E Ele que nos diz: Agora é preciso amar Jesus Abandonado, nesta
dor, neste cansaço. Nesta outra situação devemos preferi-Lo vivendo uma
virtude, como o amor fraterno, por exemplo. Nesta outra, ainda, devemos
escolhê-Lo num aspecto da Obra, da Igreja ou da humanidade. Devemos cumprir o
propósito de amá-Lo dia após dia, sempre, até os 100%, como a Marilen. E, como
ela, antes de cada ação, devemos repetir: “Por Ti, Jesus!”
Se uma vida assim tão comprometida nos causa medo — o
demônio é capaz de fazer tudo para nos desencorajar —, recordemo-nos, como
Marilen, da frase de Jesus: “A cada dia basta o seu afã” (Mt 6,34). Amemos,
portanto, aquele aspecto de Jesus Abandonado que encontramos hoje, a cada
momento. Para o amanhã teremos outras graças.
Deste modo poderemos acumular dias totalmente plenos,
consagrados a Ele e com os quais construiremos a nossa santidade.
Se, porém, fracassarmos, se O trairmos, se nos
bloquearmos, saibamos que também por trás de todas estas circunstâncias existe
o seu vulto.
Que no fim de cada dia possamos responder a nós
mesmos, ou melhor, a Jesus, que nos interroga no fundo do coração sobre o
andamento do dia: “Hoje foi bom, foi 100%!”
Desse modo, vivemos também a Palavra de Vida do mês:
“Sereis minhas testemunhas...
Abraçando 100% Jesus Abandonado, o Ressuscitado
resplandece em nós e entre nós e dá testemunho.
Estamos de acordo? Façamos como Marilen! Que nesses
350 dias que faltam para terminar este ano, ao fim do dia, possamos sempre
dizer:
“Hoje também foi 100%!”.
[1] Maria Helena
Holzhauser, uma das primeiras companheiras de Chiara, que naquela ocasião se
encontrava gravemente enferma.
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