“Quem dentre vós que não tem pecado seja o primeiro a lhe atirar uma pedra” (Jo 8,7). Jesus disse estas palavras àqueles que desejavam apedrejar a mulher adúltera.
O ponto central dos mandamentos de Jesus é, verdadeiramente, sempre o amor. É por este motivo que Ele não quer que nós, cristãos, condenemos. “Não julgueis”, foi o que de fato nos recomendou, e proclamou: “Bem-aventurados os misericordiosos”. Jesus deseja a misericórdia.
Todavia, desta sua Palavra parece possível deduzir-se que alguém possa atirar a pedra: aquele que não tem pecado.
Certamente que não se trata de nenhum de nós, pois somos todos pecadores. Mas nós sabemos que há uma criatura sem pecado. É a Mãe de Deus.
Portanto, poderia Maria atirar uma pedra em alguém que tenha errado? Será que Ela fez isso alguma vez na sua vida? Nós conhecemos a nossa Mãe. Sabemos o que afirma a Escritura, o que nos foi comunicado pela Tradição, qual é o pensamento do Povo de Deus a seu respeito. Maria é amor para com todos os homens, é misericórdia, é advogada dos mais miseráveis.
É a Ela que inúmeros cristãos recorrem, e sempre recorreram quando tiveram a impressão de que a justiça de Deus recaía sobre eles.
Maria não atira pedras. Pelo contrário, ninguém, depois de Jesus, difunde o amor como Ela.
Difunde o amor. Por quê?
Porque é Mãe. Uma mãe só sabe amar.
E o amor de mãe é típico: ama os próprios filhos como ama a si mesma, porque nos seus filhos existe verdadeiramente algo dela mesma. (…)
(…) Também nós podemos encontrar alguma coisa de nós mesmos nos outros. De fato, devemos ver Jesus tanto em nós mesmos como nos nossos irmãos.
Então, como nos comportaremos?
Da seguinte maneira: com cada próximo em casa, no trabalho, pela rua, com aqueles de quem estivermos falando, com quem estivermos conversando por telefone, com aqueles em cujo benefício desenvolvemos o nosso trabalho, diante de cada um devemos simplesmente pensar: devo comportar-me como se eu fosse a sua mãe. E agir nesse sentido.
Uma mãe serve, serve sempre. Uma mãe desculpa, desculpa sempre. Uma mãe espera, espera sempre.
“Como se fosse a sua mãe”, é este o pensamento que deve prevalecer nos próximos dias.
Este deverá ser o nosso empenho para nos certificarmos de que não atiraremos pedras e de que poderemos ser para todos a presença de Maria na terra.
Chiara Lubich – Rocca di Papa, 3.3.1983
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