Alemanha 1998
«Caríssimos jovens, Deus chama para vocações variadas e muitos com missões particulares. Por exemplo, ele chama os jovens para a sublime vocação ao sacerdócio, para serem outros Cristo. Ele chama homens e mulheres para fazerem parte daquele canteiro multicor do jardim da Igreja, que são as Famílias Religiosas, e para perfumarem constantemente a Esposa de Cristo com as mais esplêndidas virtudes. Ele chama homens e mulheres nos modernos Movimentos eclesiais para uma doação completa a Deus, individual e comunitariamente, ou para compor famílias modelo, como muitas pequenas Igrejas.
Lembrem-se: ele chama a qualquer idade. Ele chama também jovens, até crianças. Ele chama em todos os pontos da terra.
Mas como podemos conhecer a nossa vocação?
Por experiência eu lhes digo que é necessária uma particular disposição geral. Dado que o chamado de Deus é um ato de amor seu, se ele encontrar o amor nas almas, será mais livre para chamar. Então, o que é preciso fazer para ouvir a voz de Deus? É preciso amar, mas com um amor verdadeiro. Fazendo assim, facilitamos esta missão de Deus. E se vocês já conhecem a própria vocação, o amor é a melhor maneira de realizá-la. Mas, é necessário o amor verdadeiro. É tão importante viver o amor verdadeiro que, vivendo-o, desencadeamos no mundo uma revolução, a revolução cristã.
O amor verdadeiro tem quatro qualidades: ama a todos, porque Jesus morreu por todos; Maria é mãe de todos. Portanto, um amor verdadeiro não considera se os homens são simpáticos ou antipáticos, jovens ou velhos, brancos ou negros, alemães ou italianos, de uma religião ou de outra, se é amigo ou inimigo. O amor verdadeiro ama a todos. Experimentem vivê-lo. Nós estamos acostumados a amar os amigos, os pais, os parentes. E isso é muito bom! Mas temos no coração um amor que sabe amar a todos? Experimentem, experimentem. É uma revolução. As pessoas não compreendem e depois de algum tempo dizem: «Mas por que você faz assim? Por que me ama? Por que me deu aquela caneta? Por que me ajudou a fazer o dever?»
«Por quê? Porque quero amar a todos», e assim começa o diálogo entre nós, católicos, e com pessoas de outras Igrejas ou de outras religiões. Esse diálogo começa porque o nosso amor suscitou um interesse nas pessoas. Portanto, lembrem-se de que a primeira qualidade do amor verdadeiro é que ama a todos.
Segundo ponto: ser os primeiros a amar. Quando Jesus se encarnou, éramos todos pecadores. Ele nos amou primeiro. Temos que nos aproximar de todos sem esperar ser amados. Amar porque somos amados, não! É preciso ser os primeiros a amar. Foi este amor que o Espírito Santo infundiu no nosso coração. É o mesmo amor presente na Santíssima Trindade, do qual nós participamos. Porém, ele deve ser colocado em prática.
Depois, é preciso ver Jesus em todos. Ele disse que no dia do Juízo Final o nosso exame será este: «A mim o fizeste»/ tudo aquilo que fazemos de bom e – infelizmente – de mau.
Três coisas: amar a todos, ser os primeiros a amar, ver Jesus no irmão. Esse amor não deve ser platônico, sentimental. É um amor concreto e para ser concreto é preciso, como disse São Paulo, «Fazer-se tudo para todos», fazer-se um com quem sofre, fazer-se um com quem está contente e partilhar suas alegrias, dores, necessidades. Partilhar.
Então: amar a todos, ser os primeiros a amar, ver Jesus e amar concretamente. Isso é o que nós podemos fazer, inserindo no nosso coração o amor verdadeiro. O chamado é a parte de Deus, não é a nossa. O chamado é a parte de Deus.
Caríssimos jovens, Deus não cessa de chamar principalmente se amamos. Cabe a nós responder e compor com a nossa vida aquele divino, maravilhoso desígnio que Deus tem para cada um de nós para o bem de todos.
Sabem o que significa colocar Deus acima de tudo como pessoa consagrada a Ele ou que formará uma bela família? Colocar Deus acima de tudo na vida significa encontrar já aqui a felicidade. É isso que desejo a todos vocês!
Almejem grandes coisas, jovens! Temos uma única vida, que não se repete. Convém usá-la bem».
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