24 fevereiro 2021

Nas provações espirituais

De uma resposta aos focolarinos da cidadezinha de testemunho de Loppiano nos arredores de Florença

Lá pelo ano de 1952, em Roma, Chiara vivenciou uma provação sobre a caridade, narrada por ela diversas vezes com vivos detalhes. Assim revela Giulia “Eli” Folonari – que, em seguida, iria tornar-se sua secretária pessoal – por tê-lo ouvido diretamente de Chiara: “O demônio, com sua lógica, lhe sugeria algo parecido com: ‘Você criou para si um mundo que não existe. ‘É uma total ilusão sua esse Deus amor, o amor aos irmãos, o amor mútuo. Você criou um castelo nas nuvens. Veja a realidade, o mundo. A vida é bem outra’”.


Loppiano, 16 de maio de 1987

Eu estava sob uma provação terrível, realmente a escuridão mais negra, provações, incertezas, essas coisas todas que me atormentavam enormemente e me faziam até chorar com frequência. Lembro que havia também o demônio, que me dizia: “não ame, não ame, porque se você amar, enxerga”. Pois eu sabia que enxergo amando. Como o farol da bicicleta: se você pedala, o farol se acende e você enxerga.

“Mas é tudo ilusão; a realidade é ficar parado”, dizia-me ele.

E lembro que tinha a impressão de que o demônio estava aqui, […] e me convencia. Convencia-me como uma luz: “Se você ama, enxerga; se enxerga, faz e segue em frente, e fica na ilusão”. Como digo: os astros do céu vivem porque se movimentam; se parassem, cairiam no nada. E o amor é o concentrado do cristianismo.

Lembro que do meu lado estava Natalia, que […] me dizia: “Você vai ver, Chiara, tenhamos Jesus no meio”.

E entre os dois, eu disse: “por amor a essa focolarina, eu amo assim mesmo, ainda que não [seja] verdade”. Vocês entendem? Comecei novamente a amar, a amar as focolarinas e o “outro” sumiu. […]

Era uma provação quanto à caridade.

Nenhum comentário: