De uma resposta aos focolarinos da cidadezinha de testemunho de Loppiano nos arredores de Florença
Lá pelo ano de 1952, em Roma, Chiara vivenciou uma provação sobre a caridade, narrada por ela diversas vezes com vivos detalhes. Assim revela Giulia “Eli” Folonari – que, em seguida, iria tornar-se sua secretária pessoal – por tê-lo ouvido diretamente de Chiara: “O demônio, com sua lógica, lhe sugeria algo parecido com: ‘Você criou para si um mundo que não existe. ‘É uma total ilusão sua esse Deus amor, o amor aos irmãos, o amor mútuo. Você criou um castelo nas nuvens. Veja a realidade, o mundo. A vida é bem outra’”.
Loppiano, 16 de maio de 1987
Eu estava sob uma provação terrível, realmente a escuridão mais negra, provações, incertezas, essas coisas todas que me atormentavam enormemente e me faziam até chorar com frequência. Lembro que havia também o demônio, que me dizia: “não ame, não ame, porque se você amar, enxerga”. Pois eu sabia que enxergo amando. Como o farol da bicicleta: se você pedala, o farol se acende e você enxerga.
“Mas é tudo ilusão; a realidade é ficar parado”, dizia-me ele.
E lembro que tinha a impressão de que o demônio estava aqui, […] e me convencia. Convencia-me como uma luz: “Se você ama, enxerga; se enxerga, faz e segue em frente, e fica na ilusão”. Como digo: os astros do céu vivem porque se movimentam; se parassem, cairiam no nada. E o amor é o concentrado do cristianismo.
Lembro que do meu lado estava Natalia, que […] me dizia: “Você vai ver, Chiara, tenhamos Jesus no meio”.
E entre os dois, eu disse: “por amor a essa focolarina, eu amo assim mesmo, ainda que não [seja] verdade”. Vocês entendem? Comecei novamente a amar, a amar as focolarinas e o “outro” sumiu. […]
Era uma provação quanto à caridade.
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